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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Comentários sobre a tentativa de barrar o impeachment no STF


1) Quando foi criado o instituto da tutela antecipada, em 1994, com o advento do plano real, foi movida uma ação pedindo reajuste salarial dos servidores federais. Na vara da seção judiciária onde se tramitou esse processo havia um juiz que dava tutela antecipada para esse caso.

2) Para se chegar ao juiz desejado, uma equipe de advogados moveu ação em todas as varas da seção judiciária federal - quando caiu no juiz desejado, eles desistiram das demais. E aí começou a festa.

3) FHC foi obrigado a criar uma medida provisória proibindo a concessão de tutela antecipada em questão de reajuste de servidor. E para se evitar a manipulação do sorteio do juiz natural da causa, adotou-se a seguinte regra: se houver tentativa de se desistir da ação, com propósito de se manipular o sorteio, o juiz sorteado se torna prevento.

4) Esta medida foi incorporada numa das reformas processuais, antes de o novo CPC ser adotado - e se não estou enganado, essa medida foi mantida, pois ela é muito salutar.

5) No caso da ação contra o Impeachment que o Foro de São Paulo tentou mover no STF, o juiz natural para a causa sorteado foi o min. Gilmar Mendes, que é inimigo do PT. Tentou-se desistir da ação, de modo a manipular o processo - por conta disso, Gilmar Mendes é considerado juiz prevento dessa causa. Qualquer nova tentativa de se barrar o impeachment no STF, por parte dos partidos integrantes do Foro, vai tudo parar nas mãos dele.

6) Ainda que seja outro partido da base aliada, o novo pedido estará conexo àquele que estava contido na ação da qual se desistiu - e o ministro Gilmar Mendes, por estar prevento, conhecerá da causa.

Ver também:

Formas de se manipular o processo desde a distribuição do feito: http://adf.ly/1SnzyI

Petistas tentam desistir da ação. Gilmar Mendes nega o pedido: http://adf.ly/1So0j1

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

O comunismo não existiria sem laissez-faire libertário


1) O comunismo não existiria se não houvesse o laissez-faire libertário. 

2) A ordem fundada no libertarismo leva a uma leitura reduzida da realidade social, como se tomasse como fosse coisa natural a ordem fundada no amor ao dinheiro e na teoria dos jogos baseados em interesses difusos, heterogêneos e díspares, que tendem a ser regulados pelo Estado, uma vez que os conflitos de interesses tendem a ser qualificados pela pretensão resistida, o que leva o Estado, esse ente pseudo-divino, a dizer o qual é o direito aplicado à realidade concreta, coisa que é fundada em sabedoria humana dissociada da divina - e isso leva a se tomar o país como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele.

3) O fenômeno da judicialização, da regulação positiva e sistematizada da ordem social, criou uma espécie de um demiurgo econômico que, em tese, regularia os conflitos de interesses antagônicos de modo a maximizar o bem comum - na verdade, tudo o que fez foi construir a base do ateísmo na sociedade, levando a uma visão geral e disseminada de que todos os problemas e todas as soluções da humanidade gravitariam em torno da economia, dando a fatídica impressão de que os homens, por via econômica e política, podem e devem resolver os seus próprios problemas sem a interferência de Deus no mundo. 

4) Percebam que na esteira histórica do libertarismo foi-se sedimentado o sulco das premissas ideológicas sistematizadas por Karl Marx, coisa que gerou a antítese comunista a esse fenômeno: o domínio total do estado da liberdade humana em contraposição à libertação total do indivíduo, fundada no amor de si e sem Deus. 

5) Os dois são intrinsecamente maus - dividindo a perspectiva de toda a possibilidade política entre eles, tudo o que eles representam acaba sendo relativizado, a ponto de serem tomados como fossem em anjos de candura, o que acaba perpetuando o ciclo destrutivo, o processo de descapitalização moral.

Haroldo Monteiro (texto adaptado por José Octavio Dettmann)

Ver também:

Para Rodrigo Constantino, o desgaste provocado pelas constantes intervenções estatais na sociedade leva à ascensão do libertarismo: http://adf.ly/1So7Pk

Como funciona a técnica das tesouras envolvendo libertários e revolucionários?


1) Quem não vê que o libertarismo é a base motriz do comunismo não está entendendo absolutamente nada - dois exemplos são bem emblemáticos, a respeito do que estou falando: 

1.1) O primeiro deles é a revolução dos 100 dias na China, levada à cabo pelos libertários, que resultou na revolução de Mao, como conseqüência linear.  A retórica libertário-conservantista, ao tempo da queda do muro de Berlim, afirmava que o comunismo havia acabado, somente para dar-lhe o tempo necessário de modo a surgir renovado e dono da cultura, o que levou a que esta nefasta ordem pipocasse no mundo todo de forma mágica e trágica. 

1.2) Um outro exemplo é essa tendência filhadaputesca dos libertários brasileiros em desprezar os contundentes e certos diagnósticos do professor Olavo, o que os levou a caírem no colo de clássicos esquerdistas.  Os libertários-conservantistas são integrantes ativos no esquema revolucionário que visa destruir O ocidente e se apresentam como "adversários" no campo político.

2) Essa oposição é absolutamente necessária para o concurso mesmo do processo revolucionário que, segundo a idéia do materialismo histórico de Karl Marx, necessita de oposição para o seu desenvolvimento. A tese comunista precisa da sua antítese libertário-conservantista para condicionar as forças políticas no campo delimitado pelo esquema revolucionário, pois o libertarismo acaba a partir do momento em que aplica as premissas, fundadas numa liberdade voltada para o nada, em um cenário histórico qualquer, criando as condições materiais para o desenvolvimento do esquema comunista - e este, quando chega ao seu limite - depois de toda a destruição que promove-, faz com que o libertarismo seja a "única" opção "sensata" a ser seguida, somente para se limpar na própria sujeira e levar o processo a novos patamares, levando a novas possibilidades de ação revolucionária.

Haroldo Monteiro (texto adaptado por José Octavio Dettmann)

Das implicações de tudo o que digo


Quando separo o liberal do libertário, e o conservador do conservantista, eu estou restaurando o real significado das coisas. Pois o falso tangencia a verdade - durante séculos, o que era tomado como se fosse sinônimo fazia com que o falso fosse dito como se fosse verdade.

Da necessidade se proibir a doutrina libertário-conservantista


1) Assim como o comunismo, tudo o que se funda na doutrina libertário-conservantista deve ser proibido. Essas doutrinas trabalham tal como uma tesoura, pois uma não vive sem a outra.

2) A ordem libertário-conservantista não se confunde com a verdadeira ordem fundada na liberdade em Cristo e nem se compromete com a real defesa dos valores fundados nisso, quando se conserva a dor de Cristo, cuja morte na Cruz edificou a verdadeira liberdade. Se Cristo é a verdade, então o mesmo Cristo é necessariamente a liberdade, pois Ele veio para nos salvar do pecado - a maior prova de que a ordem libertário-conservantista é insincera é que ela só progride conservando o que é conveniente e dissociado dessa mesma verdade - e quanto mais progride, mais retrocede. Eis a gênese do processo de proletarização da nossa sociedade.

3) Para se viver nessa liberdade, é preciso se viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, assim como conservar a dor de Cristo na memória, coisa que se dá na carne, pois o verbo divino se fez carne de modo a ser exemplo a ser seguido e imitado. 

4) Ao se amar e rejeitar as mesmas coisas que Cristo amou e rejeitou, tem-se o impulso necessário a se conservar a dor de Cristo na ordem social. O conservadorismo verdadeiro nasce desse liberalismo verdadeiro, posto que sua força está na Igreja militante, pois a política é dever do católico - quando organizada, leva à promoção da caridade e do senso de se tomar o país como se fosse um lar e não como se fosse religião totalitária de Estado, em que tudo está nele e nada poderá estar fora dele. É sob este fundamento que enxergo as coisas. Fora disso será conservantismo e libertarismo.

4) Devemos chamar as coisas pelo seu verdadeiro nome, pois o famigerado modernismo corrompeu o real significado das coisas.

5) A guerra cultural já existe muito antes de Gramsci. Isso que os iluministas fizeram com a Igreja é parte da guerra cultural: propaganda e desinformação. 

6) O que Gramsci fez foi criar um sistema organizado de estratégia, de modo a se adotar um propósito específico. Ele racionalizou a prática nefasta, tornando a mentalidade revolucionária operacional e radical

7) Libertários-conservantistas, impropriamente chamados de liberais-conservadores, são piores do que os comunistas. Eles é que geram esse câncer. Pois o moderado alimenta o terror do radical. Veja o caso dos islâmicos. Pelo menos, é o que pude observar.

Ver também:

Como se dá a técnica das tesouras envolvendo libertários-conservantistas e revolucionários radicais? http://adf.ly/1SkQMu

O comunismo não existiria sem o laissez-faire libertário: http://adf.ly/1SkWYw

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Ainda é muito cedo para se falar em restauração monárquica


Me perguntaram:

_ José, você acha que o regime cai agora?

Eu respondo:

_ De que adianta o regime cair se o povo ainda se acha bestializado, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade? O que dá sobrevida ao regime é esse conservantismo criminoso. Não percebem que fazer distanásia política, preservando de forma artificial algo que está essencialmente morto, é contrário àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus?

Uma sinceridade de fato sobre o conservadorismo


1) Para ser um bom católico, é preciso viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus e conservar a dor de Cristo em sua memória, pois Ele morreu por Todos, de modo a nos livrar do pecado - e isso deu base à verdadeira liberdade, fundada na verdade, pois Cristo é a verdade. 

2) A ordem fundada na liberdade em Cristo leva ao verdadeiro liberalismo, pois a verdade leva à caridade, à magnificência. E esse liberalismo se alimenta pela militância, pelo processo de se conservador a dor de Cristo na ordem social - e isso leva ao verdadeiro conservadorismo.

3) O conservadorismo deve ser entendido neste fundamento, sob pena de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, que é o conservantismo.

4) Antes de começar a meditar sobre isso, conservadorismo e conservantismo eram sinônimos. Pelo menos, era assim como os dicionários até então registravam. Tudo começou a mudar a partir do momento em que comecei a ler um poema do Fernando Pessoa. Num dos versos, ele disse: "O poeta é um fingidor, pois finge a dor que deveras sente". E aí comecei a pensar sobre o assunto.

5) É preciso dominar muito bem a linguagem, antes de se proclamar a verdade.  Por conta da missão de se servir a Cristo em terras distantes, tal como se edificou em Ourique, é preciso que se tenha uma consciência muito boa acerca do que deve ser feito - do contrário, só espalharão balelas, fundadas no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. 

6) Entre 2009 e 2015, como parte do processo de entender de que forma devemos tomar o país como se fosse um lar, com base no Cristo Crucificado de Ourique, eu comecei a compreender a diferença entre o verdadeiro conservador e o conservantista. O trabalho que fiz se opõe à moda de se estudar o conservadorismo com base na tradição anglo-americana - e a conseqüência fatal dessa moda será conservar este regime criminoso, a República, coisa que é fora da verdade - e da aliança do Altar com o Trono que foi estabelecida pelo mesmo Cristo Crucificado de Ourique.

7) Enquanto muitos não me ouviram, alguns poucos me compreenderam - a eles eu devo a minha eterna gratidão. Aliás, como já sustentei em artigos anteriores, a reedificação da verdadeira ordem nacional, fundada no fato de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo, começa a partir do momento em que as pessoas começam a ouvir o que tenho a dizer - se o que falo é conforme o Todo que vem de Deus, então isso edificará toda uma ordem onde todos os meus amigos amam e rejeitam as mesmas coisas tal como eu faço, pois o que falo se funda no doloroso e difícil processo de se conservar a dor de Cristo, que é a verdade e a liberdade por excelência. Se isso fosse fácil, eu teria mais seguidores do que o Olavo - na verdade, os verdadeiros Cristãos são mesmo poucos. Por isso tenho orgulho dos meus poucos amigos, ainda que dispersos pelo País afora. 

8) Quando eu consigo fazer alguém compreender a necessidade de se conservar a dor de Cristo com base nestes fundamentos que aponto, sinto que o Céu entra em êxtase, quando faço bem o meu trabalho. Trata-se de um trabalho de formiguinha - e vou fazendo isso de um a um, pois o começo do Cristianismo foi assim mesmo. Gostaria que isso andasse mais rápido, mas tenho receio de ser perseguido por todos os que são ricos em sabedoria humana dissociada da divina. Afinal, vivemos num regime que se diz laico. Mas a tolerância dos laicos só conserva o que é conveniente e dissociado da verdade - por isso mesmo eles são intolerantes à verdade. Eis aí o fruto de 126 anos do mal republicano no Brasil.

Ver também:

Das implicações de tudo o que digo: http://adf.ly/1SkL4U

Da necessidade de se banir a doutrina libertário-conservantista, impropriamente chamada de liberal-conservadora: http://adf.ly/1SkEHD

Carta Apostólica Octogesima Adveniens, do Papa Paulo VI: http://adf.ly/1So8XE

Comentários sobre a a Carta Apostólica Octogesima Adveniens, de Sua Santidade, o Papa Paulo VI: http://adf.ly/1SoArv