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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Da importância da censura, de modo a nos proteger das heresias políticas

1) Há quem diga que imprensa se combate com imprensa

2) Num mundo libertário, onde todos têm o direito de dizer a sua própria verdade, o simples fato de não haver censura fomenta o relativismo moral, a ponto de se alimentar uma alta traição.

3) O maior erro de nosso Imperador foi não ter exercido sua autoridade, de modo a defender a aliança do altar com o trono, edificada desde Ourique. A imprensa deve ser livre para falar tudo aquilo que decorre de Cristo e que é conforme o Todo que vem de Deus; se ela pregar liberdade fora da liberdade de Cristo, ela estará edificando liberdade para o nada, o que nos tornará cativos da tirania e do totalitarismo.

4) Não opor-se ao erro é aprová-lo - e não censurar artigos de jornal de modo a edificar heresia política entre nós constitui causa de apatria sistemática a longo prazo.

5) Infelizmente, neste ponto, nosso Imperador foi omisso, pois não nos protegeu de um mundo cada vez mais contaminado pela mentalidade revolucionária decorrente da Revolução Francesa. Os republicanos tiveram liberdade para pregar sua heresia política, derrubaram o Imperador e agora estamos nessa desgraça há 127 anos. Eis a lição política que não pode ser esquecida.

A cultura do diploma é um acessório da cultura do corpo tomado como se fosse propriedade

1) A cultura do diploma está intimamente relacionada à cultura de que o corpo é propriedade: se sou dono do meu corpo, então eu sou dono de todos os poderes que me forem atribuídos, por força do título que me vier a ser conferido pelo diploma.

2) Se sou portador do meu diploma e dono do meu corpo, então eu sou um Deus. E por isso, posso fazer o que eu quiser. Eis aí a República.

3) Os parlamentares recebem diploma desde que são eleitos. Como esse é um diploma, eles se acham mais deuses ainda - e usarão e abusarão do poder, pois pensarão que o mandato é de sua propriedade.

4) Se vocês querem acabar com a corrupção, então vocês devem acabar com a cultura do diploma, assim como a nefasta cultura libertária que gera a noção de que eu sou dono do meu corpo, idéia essa nefasta, própria dos que pregam a liberdade fora da liberdade de Cristo.

5) Se sou livre em Cristo e conforme o Todo que vem de Deus, então eu sou escravo do verdadeiro Deus - e devo servir a Ele de modo que o pais viva na conformidade com o Todo que vem de Deus. Se sou escravo de Deus, então ninguém pode me tratar mal, pois Deus é bom e o homem é criatura, pois não pode saber de tudo e nem pode fazer o que é impossível, muito menos estar presente em todos os lugares ao mesmo tempo, seja no passado, no presente ou no futuro, pois tudo isso a Deus pertence. É por esse fundamento, como servo de Deus, que sou livre. 

6) Combater o republicanismo cultural implica combater o libertarismo, que prepara o caminho para o comunismo.

Notas sobre a natureza da corrupção e sobre importância do Poder Moderador

1) A decisão do parlamentar deve ser vista sob duas perspectivas: uma como agente político exercente do Poder Legislativo, que aprova ou rejeita propostas de lei de tal modo a que sejam normas jurídicas de observação obrigatória perante toda a população; e outra, que o parlamentar é eleitor, quando decide confirmar ou não a escolha de algum agente para ocupar um posto-chave, seja como Supremo Tribunal Federal, seja a colocação de alguém na qualidade de Embaixador do Brasil perante alguma potência estrangeira.

2) Quando ele age como parlamentar, suas opiniões são abertas - e é por serem abertas que ele deve ter a responsabilidade de dizer as coisas de modo sensato e conformidade com o Todo que vem de Deus. Por isso, seu exercício deve ser inviolável - e neste ponto, o foro privilegiado é essencial para o trabalho missionário do parlamentar, pois política é o exercício da prudência e da nobreza em prol do país, que deve ser tomado como se fosse um lar em Cristo.

3) Quando ele age na condição de eleitor, ele tem o respaldo de que está agindo de maneira independente, livre de pressão do partido ou dos grupos de pressão que tendem a corrompê-lo. Ele está levando em consideração o que é bom para o país e para as futuras gerações - e por isso, ele escolhe este e não aquele candidato para a ocupação de postos-chave que constituem a administração pública nacional. Do mesmo modo como o eleitor comum não pode ser constrangido a votar neste ou naquele candidato, o parlamentar, quando está na qualidade de eleitor, não deve ser constrangido a votar neste ou naquele candidato indicado pelo Executivo.

4) A corrupção afeta justamente este ponto 3, o parlamentar que age como eleitor. Se o eleitor é comprado, então as eleições se tornam um acessório do executivo, um órgão de consulta e não de eleição.  

5) Se o parlamentar, na qualidade de eleitor é comprado, então haverá hipertrofia de fato do Executivo, que tende se tornar hipertrofia de Direito, de modo a se tornar uma ditadura.

6) Para que esses mesmos vendidos sejam sempre eleitos, eles precisam comprar os eleitores comuns. E eles o fazem com bolsas-esmolas e outras medidas populistas.

7) Por isso, é essencial a existência de um Poder Moderador, que deve ser exercido por alguém neutro e de reputação moral ilibada, que sirva à pátria de modo a que os eleitores comuns não sejam corrompidos e nem os parlamentares-eleitores também o sejam. O Poder Moderador protege o povo dos maus governos: como a chave do cofre está na mão do Executivo, basta que haja alguém mal-intencionado cuidando do Erário que a corrupção se torna a norma do dia. A ausência do Poder Moderador leva necessariamente à República, ao governo do arbítrio, fundado em sabedoria humana dissociada da divina.

Da necessidade de se converter terras distantes em terras próximas

1) Em postagens anteriores, eu falei da importância de se tomar vários lugares como se fossem parte de um mesmo lar.

2) Se os aviões supersônicos se tornarem uma realidade, então o nacionismo se tornará mais fácil de ser praticado. Viajar do Rio para Lisboa em até 20 minutos será algo extremamente gratificante e civilizador. Isso não só favorece o trabalho como também a tarefa de servir a Cristo em terras distantes.

3) Tornar estas terras distantes próximas a você, de modo a que possam amar e a rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, é crucial para se tomar vários países como um só lar em Cristo. 

4) O que favorece o senso de se tomar o país como se fosse religião de Estado é o fato de não quererem a fraternidade universal - e a distância geográfica de certo modo favorece isso, pois favorece o isolamento. 

5) Quando a viagem deixa de ser um inferno e se torna um prazer, ela se torna um meio de santificação. Há muito o que se aprender sobre as diferentes circunstâncias próprias dos lugares do mundo. Integrá-las, de modo a que nos universalizemos e passemos a compreender melhor as razões de ser de nossa pátria, esse deve ser nosso papel principal, caso queiramos descobrir a razão de ser de nossa terra. E esse processo deve ser repetido e atualizado a cada geração, de modo a se tornar uma sólida tradição, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Do potencial da viagem supersônica para o turismo

1) Uma vez eu conversei com a noiva do meu irmão sobre o tempo que levaram para se deslocarem do Rio para Orlando, na Flórida. A resposta: umas 12 horas de viagem.

2) A não ser que eu corra risco de morte, por conta do comunismo aqui, eu prefiro esperar pelo surgimento de um avião supersônico que me leve do Rio para outros lugares do mundo com a mesma rapidez com a qual eu fui do Rio para São Paulo, para o batismo do meu irmão. Gosto de voar, mas ficar muito tempo no avião é muito cansativo e tedioso.

3) 1 hora ou duas no avião é tolerável, suportável. Passar o dia inteiro sentado num assento, lidando com muita gente estranha, isso não bom é pra mim. 

4) Se houver vôo algum dia do Rio para Orlando em até uma hora, eu vou ficar muito contente. Se houver alguma companhia aérea que ofereça essa comodidade a um preço justo, melhor ainda.

Fundamento para o artigo foi esta matéria aqui: http://adf.ly/1W4j7K

Fundamentos da investigação filosófica

''Eu não sou especialista na obra de Eric Voegelin. A única filosofia na qual eu sou especialista é a minha própria. Eu nunca me dediquei a ser um expositor fidedigno da filosofia de ninguém. Eu posso ter escrito uma ou outra coisa a respeito, mas eu nunca fiz uma exposição sistemática da filosofia de ninguém. Por quê? Porque não há tempo. Eu estou lidando com os meus próprios problemas para os quais não há vasta bibliografia. (…) No entanto, é claro que existem algumas filosofias que me ajudam a resolver os meus problemas. Mas eu não estou interessado na filosofia de Eric Voegelin ou de Aristóteles, mas nos problemas em si mesmos. E isso é uma sorte, porque me preserva do academicismo. Se você diz que quer estudar a filosofia de Eric Voegelin, eu te pergunto: Por quê? Qual o motivo? Por que simplesmente faz parte do currículo e por que ele é um homem importante? Ou por que ele pode te ajudar a resolver algum problema que você precisa desesperadamente resolver?

A força da investigação filosófica vem da sua raiz existencial. Até que ponto você está interessado num problema e por que você se interessa por ele? A resposta deve ser a seguinte: 'Eu preciso solucionar esse problema porque, caso contrário, eu ficarei louco! Ele é um problema sério, humano, um problema meu!' Então, se a investigação não está partindo dessa raiz existencial, ela será de segunda mão; não estará partindo de um interesse sério, mas de interesses meramente acadêmicos, como o brilho profissional e editorial. Não que escrever livros seja algo ruim. Mas buscar o conhecimento é muito mais importante do que escrever livros''. (Olavo de Carvalho – Introdução à filosofia de Eric Voegelin)

Comentários:

1) Quando decidi estudar Borneman, eu senti a mesma coisa: queria compreender por que devemos tomar o nosso país como se fosse um lar em Cristo e não como se fosse religião de Estado totalitário. O fato de ele ser considerado um autor secundário é irrelevante - o que me interessou é o subsídio que ele poderia me proporcionar de modo a resolver esse problema.

2) Compreender a razão pela qual devo tomar meu país como se fosse um lar em Cristo e não como se fosse religião de Estado desta República totalitária me levou a ser um brasileiro mais consciente e me preparou para entender que o Brasil nasceu em Ourique e não no ano de 1500. Neste dia, compreendi que o descobrimento é, na verdade, desdobramento de uma tradição muito linda, razão pela qual somos o que somos. Servir a Cristo em terras distantes é nosso destino e nossa razão de ser - qualquer coisa divorciada disso nos levará à desgraça.

3) Posso me interessar por outros problemas ao longo da vida, mas este em particular me foi mais urgente para a minha formação, enquanto homem nascido num país cada vez mais vazio de sentido. E me vejo na missão de restaurar essa consciência junto aos que me ouvem. Se isto é causa de santidade, então isto vai me levar à santidade. E trabalharei duro para isso.

4) Quando escrevo meus pensamentos, eu o faço por três motivos:

4.1) O primeiro é que tenho mais ou menos a mesma relação que os poetas portugueses têm com a palavra: uma relação quase física. Eu amo meu idioma como se amasse a minha esposa, se eu fosse casado.

4.2) Como parte da evangelização, escrever é parte do meu trabalho. Tenho necessidade de escrever da mesma forma que eu tenho as minhas necessidades fisiológicas.

4.3) Pela minha experiência, gosto de ter um registro de todas as coisas que meditei, pois as coisas vêm e vão. E escrever é como fotografar um evento. Esse evento é único e não volta nunca mais.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Notas sobre o velho Código Civil

1) Quando entrei pra faculdade, pintaram um 22 nas minhas costas (artigo 22 do Código Civil de 1916: os loucos de todo o gênero são absolutamente incapazes)

2) Os que me pintaram 2 patinhos na lagoa nas costas me acusaram de ser o que eles, na verdade, são. 

3) Se esse artigo fosse aplicado, boa parte dos advogados, juízes e promotores seriam considerados absolutamente incapazes, por serem considerados loucos de todo o gênero.

4) Agora entendo porque o Lula revogou o Velho Código Civil.