Pesquisar este blog

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Notas sobre plutologia (estudo da riqueza)

1.1) Se a caridade, que é a filha da liberdade, é a base da verdadeira riqueza, então ela se dá pelo fato de que você amou seu semelhante quanto você amou a si mesmo.

1.2) Quando você ama o próximo quanto a si mesmo, você tomou seu país como um lar em Cristo.

2.1) Outro fundamento para se tomar o país como um lar em Cristo é cultivando a terra.

2.2) A terra e seu subsolo são os lugares onde tiramos os recursos naturais necessários a serem trabalhados de modo que um bem comum seja construído e assim o país ser tomado como fosse um lar em Cristo.

2.3) Se a terra não for amada, cultivada e lavrada, todos morrerão de fome. Não é à toa que os que organizam a produção de riquezas a partir do cultivo do solo ou extraindo riquezas do subsolo são os que têm a maior responsabilidade pelo bem-estar geral da nação tomada como um lar. Eles são os operários mais primários da economia, do qual a indústria e o comércio vêm depois.

2.4.1) Por isso mesmo, a terra tomada como um lar é a verdadeira riqueza, pois dela vêm os meios para se fazer a caridade.

2.4.2) O dinheiro, que é um símbolo de compromisso onde você serve a seu semelhante naquilo que ele mais necessita, não pode estar acima do amor que deve ser dado à terra; se o for, a economia se reduz a uma dinheirística, tornando-se uma falsa ciência.

2.4.3) Por isso, o primeiro capítulo de toda economia deve ser direcionado à plutologia, ao estudo da riqueza. A questão número um a ser levada em conta é: qual é a riqueza que deve ser levada em conta, de modo a se edificar um bem comum que faça o país ser tomado como um lar a tal ponto que isto nos prepare para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu?

2.4.4) Obviamente, se olhar para todas as verdades conhecidas e que devem ser observadas, a resposta é a terra e não o dinheiro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2017 (data da postagem original).

Introdução ao estudo da economia

1) Economia é a organização do lar de tal modo que riquezas sejam produzidas. Inicialmente, essas riquezas começam sendo produzidas em casa, onde o pai de família trabalha junto com seus filhos para o sustento da família, uma vez que quem trabalha em prol do outro sistematicamente tem o direito ao pão nosso de cada dia. Com o tempo, a casa vai assumindo uma função estritamente residencial e outros imóveis vão assumindo funções tanto industriais quanto comerciais, a ponto de o pai de família chamar outros pais de família a colaborarem com ele na atividade econômica que ele está organizando, visando o bem da comunidade como um todo.

2.1) Se o verdadeiro objetivo das coisas fundadas na conformidade com o todo que vem de Deus é a vida eterna, então as riquezas devem ser usadas para a promoção do bem comum, de tal maneira que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo - coisa que nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu. Afinal, um lar organizado é que o faz com este país seja tomado como fosse um lar em Cristo mais facilmente - e essa organização se dá pela política. Por essa razão a economia tem uma íntima conexão com a política, pois escolhas devem ser feitas de modo que mais pessoas troquem o egoísmo (falsamente promovido como se fosse virtude) pela verdadeira virtude de descobrir o outro como um espelho de seu próprio eu, pois Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou de que devemos amar o outro como a nós mesmos - neste ponto, a economia de mercado é um encontro entre pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e não uma sujeição onde o homem - fundado no amor de si até o desprezo de Deus - escraviza outros homens de modo a lucrar com aquilo que decorre de seu autointeresse, o que é moralmente reprovável.

3.1) Tal como disse Santo Tomás disse, a política, quando organizada, promove a caridade sistemática.

3.2) Nela, o agraciado por Deus (bogaty) é chamado a ajudar o pobre (ubogi) naquilo que este mais necessitar, pois Deus usa o rico de modo a ajudar o pobre - eis a caridade. Afinal, a quem foi muito dado muito lhe será cobrado - e não é à toa que a liberdade decorre da verdade, que deve ser exercida com responsabilidade, nunca voltada para o nada, uma vez que a riqueza não é um sinal de salvação predestinada, pois o mundo não foi dividido entre eleitos e condenados; se Deus tivesse sido isso, ele seria um Deus do mal, um demiurgo. E pelo que nós sabemos, o mal decorre da ausência do bem, como bem disse Santo Agostinho.

3.3) O esvaziamento do que é bom e belo decorre do egoísmo, dessa cultura de liberdade voltada para o nada, feita de tal maneira que a riqueza seja vista como um sinal de salvação. Por isso mesmo, a ética protestante não é o melhor fundamento para o estudo da economia, visto que esvazia o bom e o belo da ordem pública de tal maneira que o Estado seja tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. E não é à toa que essa busca da liberdade fora da liberdade em Cristo só nos leva à escravidão do pecado, à apatria celestial, a ponto de desligar as coisas da Terra ao Céu.

4) Por isso mesmo, o estudo da economia deve estar livre de qualquer tendência libertária e conservantista, dado que essas coisas são fora da conformidade com o Todo que vem de Deus, pois da liberdade para o nada vem o totalitarismo. E no totalitarismo o Estado é um Deus, já que comunismo é uma religião política imanente e uma soteriologia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2017.


Ideologia de espécie é mais amplo do que ideologia de gênero

1) Aqui em casa, o Dave, o border collie da família, tem a mania de se esconder.

2) Minha mãe costuma dizer que ele é um tatu preso num corpo de um cachorro. Logo, ele tem ideologia de espécie, coisa que vai muito além de uma ideologia de gênero.

3) E o pior que já tem ser humano débil mental agindo assim. Eu já vi uma matéria em que uma mulher afirma categoricamente que é uma gata presa num corpo de ser humano. Enfim, Pinel mandou lembranças.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de outubro de 2017.

domingo, 22 de outubro de 2017

Notas sobre um negócio que criaria se trabalhasse com incorporação imobiliária

1) Se eu trabalhasse com incorporação imobiliária, eu faria condomínios especialmente voltados para os católicos, mais ou menos como é o condomínio Mirataia, que fica dentro da circunscrição da Paróquia Nossa Senhora de Fátima, a paróquia que eu freqüento.

2.1) Esses condomínios teriam capelas e tudo o que é necessário para um casal ter uma família grande, de 4 a 7 filhos. Uma família assim poderá viver confortavelmente bem e feliz, se houver condomínios voltados para as suas necessidades. Trata-se de demanda reprimida.

2.2) Esses condomínios seriam financiados por meio de financiamento coletivo (crowdfunding). Quem colaborar mais recebe um lote maior e quem colabora menos recebe um lote menor.

2.3) Só fariam parte do financiamento coletivo somente católicos. Não aceitaria fazer venda de terreno para quem não é católico. Colocaria como cláusula de condomínio que as unidades autônomas só podem ser vendidas somente para quem é católico. Afinal, só haverá ordem apenas a quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

3.1) Como disse para um amigo meu, o capitalismo decorre da ética protestante porque a riqueza é vista como sinal de salvação, já que o mundo foi artificialmente dividido entre eleitos e condenados.

3.2) No distributivismo, a riqueza é usada para se promover o bem comum. Quem adquire um imóvel nesses condomínios voltados para  católicos está fazendo isso com o intuito de morar na comunidade e tomá-la como um lar em Cristo. Se essa pessoa tiver que sair da comunidade por alguma razão, a sucessão de sua sede só pode ser feia por quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - e isso deve ser feito primeiro dentro da comunidade para só depois abrir a oportunidade a outros católicos que não moram na comunidade e que desejam morar nela.

4.1) Obviamente, isso pediria toda uma ética, todo um sistema de regras que atenta contra aquilo que está posto no Código Civil e na Constituição. Por isso mesmo, é um dos maiores atos de desobediência civil que se pode praticar.

4.2) Se pararmos pra pensar, quem mora nessas comunidades não ficou independente do Brasil - na verdade, quem é conforme o Todo que vem de Deus demitiu com seus atos um governo ilegítimo que está de costas para as nossas fundações lógicas e espirituais que se deram em Ourique, a tal ponto que permitiu, ao longo de quase 130 anos de República, a profusão de toda uma sorte de heresias. E essas heresias estão gozando de uma imunidade tributária conveniente e dissociada da verdade, uma vez que templos de qualquer natureza só relativizam a moral de uma nação de tal maneira que a liberdade seja voltada para o nada, pois eles amam mais o dinheiro do que a Deus.

4.3) E neste ponto Pio XI está certo: o liberalismo (tal como o mundo fala) prepara o caminho para o comunismo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 22 de outubro de 2017.

sábado, 21 de outubro de 2017

Opinião própria é coisa de quem tem mente vazia - é oficina do demônio, do conservantismo e da conservaidade

1) Ter opinião própria é amar mais a si próprio do que a Deus. Tanto é verdade que você não estudará para buscar a verdade, mas até achar um meio de poder ganhar dinheiro vendendo uma idéia falsa, fundada no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade - e isso é picaretagem.

2) Eu sempre tive idéias próprias, criadas do zero, mas elas nunca vingavam até o dia seguinte. Quando ficava ocupado com os estudos, eu esquecia completamente das coisas que pensava.

3.1) O começo da mudança aconteceu em 2004, quando comecei a me interessar em estudar a distinção de Borneman entre nacionidade e nacionalidade, mencionada no artigo "Para onde vão as nações e o nacionalismo?", de Katherine Verdery, constante no livro Um Mapa da Questão Nacional (publicado em português pela Contraponto, em 2000). Esse foi o primeiro trabalho derivado que fiz na minha vida.

3.2) Comecei a ter várias reflexões - e nunca me esquecia delas. Depois que concluí a faculdade, eu escrevi meu primeiro artigo, em 2009. Tive que esperar cinco anos para ter tempo para poder escrever alguma coisa relevante (eu morava longe da faculdade, fazia estágio, fazia terapia para superar os problemas de depressão que a faculdade me causava - tempo para estudar a sério era o que mais me faltava)

3.3) Entre 2007 e 2013, eu passei a me dedicar a vida online. Comecei a tomar contato com coisas que nunca vi antes. Comecei a estudar as idéias do professor Olavo de Carvalho - e com ele fui aprendendo muita coisa.

4.1) Em 2012, eu terminei meus estudos - não consegui ingressar no funcionalismo público, mas ganhei tempo de sobra para estudar o que quisesse. Só pude fazer isso de verdade em 2014 - eu tinha uma namorada que vivia me estorvando e não me deixava estudar em paz. Mandei-a pastar e passei a estudar em tempo integral.

4.2) De 2014 até os dias atuais, eu já escrevi mais de 3600 postagens sobre esse tema que me chamou à atenção na época de faculdade e outras matérias correlatas. Além do que aprendi com o Olavo, eu combino com coisas que aprendi do Professor Loryel Rocha, o qual conheci mais recentemente.

5) Hoje eu combino o que aprendi de Borneman, Olavo, Loryel e o que aprendi de História do Brasil durante 20 anos antes de ser filósofo. Dessa combinação de esforços derivados e tendo o Santo Espírito de Deus por meu guia, hoje consigo escrever alguma coisa relevante. Se eu dissesse que isso é opinião própria, eu negaria a base de tudo: Deus. Afinal, devo bendizer aquele que me reuniu com estes bons pensadores, tendo por referência o coração de Cristo. E isso para mim basta!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2017 (data da postagem original). 

Por que devemos usar a Rerum Novarum para compreender a fundação do Reino Português, tal como se deu em Ourique?

1.1) Ainda que a Rerum Novarum tenha sido escrita no século XIX, isso não é fruto da invencionice de um Papa, tal como querem os libertários-conservantistas nos fazer pensar.

1.2) Na verdade, o distributivismo é inerente a tudo aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, seja tanto no Antigo Testamento quanto no Novo. Ele esteve encoberto até que chegou o tempo de ser revelado, enunciado num ensinamento ex cathedra.

2.1) Uma vez que isso foi enunciado, então devemos levar em conta essa encíclica para compreender os fatos do passado. O enunciamento de uma encíclica edifica uma ponto que nos permite compreender o passado, uma vez liga ao Céu que só poderíamos compreender à luz dessa verdade, que estava antes encoberta.

2.2) Eu decidi olhar para os fundamentos da monarquia portuguesa à luz dessa Encíclica e do distributivismo - e eu percebi que o governo português estava realmente empenhado em cooperar com tudo aquilo que é fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.3.1) Se a Idade Média foi o momento da História onde os homens mais cooperaram com Deus, então Portugal enquanto Estado foi onde esse momento histórico ganhou ares de institucionalização - e isso se Deus na forma do milagre de Ourique.

2.3.2) Fora disso, a formação do Estado se deu na forma do amor de si, uma vez que o absolutismo monárquico foi conseqüência direta do feudalismo, uma vez que o Rei, para ser senhor dos senhores, precisou eliminar todos os rivais por meio de guerra, criando uma espécie de império de domínio. Como em Portugal não houve feudalismo, então não conheceu isso que houve na Europa Central.

3.1) Se na Europa Central os reis concentraram o poder de usar, gozar e dispor em suas mãos, então eles tinham o corpo temporal e espiritual de suas respectivas nações a tal ponto que podiam romper com Roma ao fundar uma Igreja Nacional, tal como houve na Inglaterra.

3.2) Por isso mesmo, o absolutismo monárquico, enquanto uma reação à descentralização política e territorial que houve no feudalismo, é a mãe do totalitarismo, do país tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele - e o nacionalismo é um socialismo fundado na idéia de nação, enquanto a nacionalidade é um subproduto desse movimento político, pois cria regras de direito que identificam o amigo do inimigo segundo critérios humanos e não divinos.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2017.

Notas sobre a natureza da monarquia portuguesa

1) Se na ordem fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus a nobreza decorre do fato de se percorrer o caminho das honras sendo bom naquilo que se faz em prol do próximo, de modo a ter a vida eterna, então a nobreza é o caminho da excelência. E o exemplo vem de cima, em que o senhor dos senhores deve imitar a Cristo, sendo o servo dos servos. Afinal, o messianismo português é um messianismo de serviço, tal como o verdadeiro Messias, o Deus feito homem, fez.

2) Por isso mesmo, se governar é povoar, então isso é distribuir nobreza a todos que amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, de modo que os melhores sigam o caminho das honras sistematicamente falando. E neste ponto, temos uma monarquia republicana, tal como houve em Ourique. E isso é uma forma de fazer o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo mais facilmente.

3) Enfim, não se trata de democratizar a nobreza de tal maneira a rebaixá-la, a ponto de a voz rouca das ruas ser confundida com a voz de Deus, o que faz a liberdade ser servida para o nada, ao se dar o pretenso direito de que todos têm direito a sua verdade de tal maneira que todos sejam tolos sistematicamente, tal como se faz no sufrágio universal - o que não passa de uma forma de arrogância. Na verdade, trata-se uma forma de elevar os humildes sistematicamente, pois Deus ama o pobre (ubogi) a tal ponto que colocar o seu vassalo, o mais rico em virtudes, o melhor dentre os melhores (bogaty) para que servira Ele em terras distantes, sejam elas dentro ou fora do Reino de Portugal,  Brasil e Algarves, ainda que isso se dê no além-mar).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2017.