Pesquisar este blog

sábado, 21 de outubro de 2017

Se arte pela arte é algo vazio, então empoderamento é tão vazio quanto

1) Se arte pela arte é uma busca vazia, então empoderamento - a busca do poder pelo poder - também é uma frase vazia.

2) O empoderamento se funda no fato de que cada um tem a sua verdade - ou seja, a pessoa é livre para ser o que ela quiser, ainda que conservando o que é conveniente e dissociado da verdade - o que não passa de uma grande ilusão.

3) Outro fundamento está no fato de que a sociedade é concebida como uma luta de classes, dividida entre eleitos e condenados. Os eleitos foram predestinados por Deus, a tal ponto que a riqueza é um sinal de salvação.

4) Numa sociedade assim, não há como crer que o homem guarda algo de bom, por força de sua natureza decaída. Por isso, a salvação não se dá por boas obras. Como conservar o que é conveniente e dissociado da verdade é norma, então a bondade, a base para a verdadeira riqueza, é um valor subjetivo. E por ser subjetivo, ela tende a ser voltada para o nada, por meio da filantropia, uma vez que filantropia é uma forma de reduzir carga de compromissos pessoais com o Estado tomado como se fosse religião, coisa se que dá por meio do imposto de renda.

5.1) Como a formação das classes se deu pela divisão do trabalho com base no sexo e na idade, a luta de classes numa sociedade dividida dessa maneira se estende aos sexos - o que é uma forma de abolição da família.

5.2) Se a família é abolida, então o poder fica concentrado nos poucos que podem ter família. Eles já concentram os poderes de usar, gozar e dispor em poucas mãos - e agora querem inviabilizar o poder de distribuir esse poder por meio da família, o fato gerador do direito das sucessões. 

5.3) Não é à toa que a cultura liberdade para o nada (que o mundo chama de "liberalismo") leva ao totalitarismo (e o comunismo, o nazismo e o fascismo são as formas de exercício dessa tirania sistemática).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21 de outubro de 2017.

Povoar é distribuir poder em terras distantes tendo por Cristo fundamento

pouvoir - poder (a pronúncia assemelha-se a da palavra "povoar" em português)

povoar - distribuir população em terras distantes de modo a fazer um cumprir aquilo que o Crucificado nos mandou fazer em Ourique.

1) O professor Olavo de Carvalho fala que a base do poder está do poder está na sociedade. E a sociedade é formada por pessoas. 

2) Para ser um povo, essas pessoas precisam tomar o país como um lar em Cristo e trabalharem juntas de tal maneira que a conjugação de seus esforços o cumpra aquele propósito que se deu em Ourique: servir a Cristo em terras distantes. Afinal, a origem do poder está em Deus e não povo, que é tomado como se fosse religião a ponto de a voz rouca das ruas ser confundida com a voz - o que é uma espécie de blasfêmia.

3) Se as pessoas amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e têm uma missão em a causa nacional está ligada a uma causa universal, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, então a economia do pais tomado como se fosse um lar em Cristo atenderá aquilo que foi observado na parábola do patrão generoso: os chamados a trabalhar na vinha do senhor de última hora e terão as mesmas recompensas que aqueles que estão há mais tempo no serviço. Afinal, o propósito da economia é gerar riquezas de modo que haja a promoção do bem comum - e neste ponto, o povo é cúmplice do Rei de Portugal, que é vassalo de Cristo para a consecução de tal propósito.

4) Servir em terras distantes implica dois caminhos: 

A) Abrir estradas, tanto por terra quanto por mar, de modo que a fé cristã seja propagada.

B) Povoar essas terras, semeando-a com gente que ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. E isso se dá por meio da construção de escolas e hospitais, coisa que é própria de prerrogativa de mãe - e a Igreja é a esposa de Cristo. Por isso mesmo, uma mãe civilizacional.

 3) Quando D. Pedro praticou aquele infame ato de apatria em 1822, ele rompeu com toda aquela ordem transcendental que conhecíamos desde 1139, da qual desde o ano de 1500 somos desdobramento. Com isso, passamos a governar voltados para a busca de nós mesmos: abrimos estradas para nós mesmos e o Estado tomado como se fosse religião constrói escolas e hospitais de modo a doutrinar as pessoas naquilo que é de interesse do Estado, que governa as coisas fundadas naquilo que é conveniente e dissociado da verdade. E neste ponto a monarquia, ao romper com a ordem decorrente de Ourique, pavimentou o caminho para a República.

4.1) Enfim, não basta só restaurar a monarquia - é preciso que se restaure a conexão de sentido que fez este país ser fundado, uma vez que os nossos ancestrais não foram aos mares por nada. É preciso que não esqueçamos daquilo que houve em Ourique - e isso levará necessariamente a uma reconciliação com Portugal, de tal maneira que este filho pródigo, o Brasil, volte à casa do pai.

4.2) É mais útil para o país ser uma província, tendo por Cristo fundamento, do que ser um país independente, buscando a grandeza por si, tal como fez a Espanha, a França, a Inglaterra e a Holanda - o que não passa de uma vanglória. Nenhum desses países criou um império de cultura, uma vez que impérios de domínio amam a si mesmos e criam colônias, estatutos onde os povos das terras descobertas ficam em condição análoga a de escravos, ao invés de serem tomados como parte da família, tal como Portugal fez.

5) Eis porque digo que nacionalismo é uma grande tolice. Melhor mesmo que sejamos nacionistas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21de outubro de 2017 (data da postagem original).

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Amar (no presente do indicativo e no presente do subjuntivo)

A) Povoar é semear a terra com descendentes que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - presente do indicativo

1) Traduz a idéia de pessoas amantes, mas isso não que dizer necessariamente que qualquer pessoa seja amante.

2) Até no amor a pessoa pode conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de este ser usado com fins vazios. Afinal, o amor líqüido nasce da idéia de liberdade líqüida, uma vez que o líqüido assume a forma do recipiente, o que indica assumir um papel fundado na conveniência - como isso pode ser um teatro, então tende à hipocrisia.

3) A idéia de restrição traduz uma idéia de eleição. E o que é preterido é indicado, renunciado no momento em que essa escolha, que pode perdurar na eternidade. Além disso, dá a impressão de que o verbo é intransitivo, o que daria idéia de que devemos amar por amar. Ora, o amor em prol do amor é como arte em prol da arte - é uma frase vazia. E uma frase vazia indica que a liberdade será voltada para o nada, a ponto de buscarem liberdade fora da liberdade em Cristo, o que não passe de uma ilusão.

B) Povoar é semear a terra com descendentes que amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - presente do subjuntivo

1) Traduz a idéia de um amor verdadeiro, indicando um compromisso a ser assumido daqui pra frente, um compromisso irretratável, que não pode ser retroagido nem esquecido. E esse compromisso numa amizade, numa aliança com Deus.

2.1) Se a pessoa assume um compromisso de que amará e rejeitará as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus, então ela terá a constante imagem de Cristo sendo crucificado e morto por conta do perdão de nossas faltas, o que reforça a idéia de que não deve abjurar dessa liberdade movida à base de eucaristia, esse memorial em que trazemos para o presente a constante lembrança de que devemos conservar a dor de Cristo e não esquecermos de que somos livre n'Ele, uma vez que Ele é a verdade e deu pleno cumprimento à lei mosaica com o seu exemplo heróico.

2.2) É por meio da eucarisita que temos a capitalização moral, tão necessária para que possamos trabalhar para termos o pão de cada dia, prosperar com o nosso trabalho e ajudar os necessitados, uma vez que Deus age em modo que ajudemos essas pessoas a tomarem o país como um lar em Cristo junto conosco. Nele, não há eleitos e condenados, uma vez que todos são bem-vindos a serem livres, desde que creiam na verdade em pessoa que nos salvou do pecado.

2.3) Como vivemos em sociedade, nós precisamos uns dos outros de modo a que nosso trabalho faça sentido, já todo ato, todo verbo necessita de um sujeito que pratique a ação e de um complemento, de modo que dê algum sentido ao ato no plano da realidade. Por isso, esse compromisso traz a idéia de subsidiariedade, uma vez que devemos sempre transigirmos com os nossos semelhantes, uma vez que ver neles a figura do Cristo necessitado. Afinal, dizer a verdade é agir com justiça.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2017 (data da postagem original).

Montar escolas é como promover uma piscicultura de homens livres, que tomam o país como um lar em Cristo. Nela, a pesca de homens é sistemática, coisa que se dá ao longo das gerações

shoal - cardume (em inglês)

school - escola (em inglês)

1) Para cultivar homens na verdade, você precisa ser pescador de homens.

2) Para ensinar os que virão a ser homens e mulheres no futuro, você precisa cultivar almas. E neste ponto, a escola age como um piscicultura, posto que você cria cardume de homens que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2017.

Povoar é semear a terra com descendentes que amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - por isso, uma forma de conquista

1) No Civilization 5, eu costumo ver as cidades como células. Quando uma célula vai assimilar alguma coisa, ela usa pseudópodes para poder fazer fagocitose. É uma forma de projeção de poder.

2) Quando vou tomar uma cidade, eu crio linhas de arqueiros partindo da cidade mais próxima até a cidade desejada - a idéia é cercar a cidade inimiga com linhas de arqueiros. O inimigo só vai poder reagir a uma dessas linhas. Quem é ferido na linha de frente é revezado por quem vem na linha de trás, de modo que possa ir para o fundo da linha e recuperar-se dos ferimentos. Quando a cidade inimiga fica muito fraca na defesa, mando a infantaria dar o golpe final. É assim que tomo as cidades dos meus inimigos.

3.1) Para se tomar o país como um lar, você não precisa de armas de cerco. A única coisa que você precisa é semear a terra com gente que ame e rejeite as mesmas coisas que você de modo que ocupem as cidades mais próximas. Assim essas cidades irão cooperar contigo naquilo que é necessário, pois bons filhos são os melhores amigos que um pai pode ter - e é pela influência deles que o senso de tomar o país como um lar em Cristo será distribuído e estendido para os netos.

3.2) No começo, pequenos municípios; depois, você toma como lar em Cristo cidades maiores, para depois tomar capitais de estado, estados inteiros e quem sabe um país inteiro ou mesmo países inteiros de um único continente. É um trabalho que se dá por gerações. As experiências dessas gerações precisam ser postas na forma de um diário e passadas para as gerações passadas. Se isso é verdade para uma só família, imagina isso com várias famílias sistematicamente?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2017 (data da postagem original).

Certos papéis são prejudiciais à saúde ou das razões pelas quais eu nunca quis ser ator

1) Certa vez, eu vi um vídeo do youtube em que o Fábio Assunção foi detido por estar visivelmente alterado, por estar sob a influência das drogas. O show de perereca que ele deu nesse estado alterado daria a ele com certeza o prêmio de melhor ator num Oscar; se fizesse essa cena sóbrio, a performance não seria tão convincente, digamos.

2.1) Enfim, um bom ator, para encenar bem, precisa ter passado pelas mesmas experiências que uma pessoa real passaria. Se um ator faz um papel de pedreiro, ele precisa ser um pedreiro - assim, ele pode fazer uma boa imitação de pedreiro diante das câmeras; se faz papel de viciado, ele precisaria conviver com viciados para poder imitar as crises de abstinência que ele costumam ter, por conta da falta de drogasno organismo.

2.2) Se for do tipo um Nicolas Cage, que chega ao extremo para poder interpretar bem, às vezes ele vai ter que se drogar para fazer bem esse papel - o que não é um pouco saudável, embora o sacrifício do corpo seja próprio da natureza do ator. 

3) A mesma coisa pode ser dita quando o ator faz papel de pai - ele precisa ser pai na vida real para poder passar uma impressão autêntica de que é pai diante das câmeras. Enfim, se ele não está presente diante da eternidade, como vai convencer as pessoas a refletirem acerca do personagem que ele representa? Esse é o verdadeiro sentido da arte - ela aponta para o belo, para a verdade. Se o teatro for usado como uma forma de simular falsas realidades ou edificar pretensas liberdades voltadas para o nada, o resultado é hipocrisia, uma forma de semear má consciência em massa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2017.

Sobre algo que faria, se fosse pároco

1) Se eu fosse pároco, eu colocaria uma gráfica na paróquia, de modo a imprimir folhetos para as missas não só de domingo, mas também para as missas diárias, mais ou menos da mesma qualidade daqueles que encontro na minha paróquia, que são produzidos numa paróquia lá de Ipanema, freqüentada pela família da minha cunhada.

2) Uma pessoa estudiosa e sensata levaria esse folheto para casa com o intuito de digitalizar e faria os destaques necessários, uma vez que esses destaques levam a reflexões naquilo que é bom e necessário, mais ou menos do jeito como ando fazendo fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) Afinal, levar a Bíblia para fazer a primeira e a segunda leitura não é nem um pouco prático. Os protestantes têm essa prática porque fazem sola scriptura - eles amam o verbo de tal maneira que não percebem que este se fez carne e passou a habitar em nós.

3.2) Eis no que dá reduzir o cristianismo a uma crença de livro; você tem um trambolho pra carregar - mais ou menos o que acontecia comigo quando tinha aula na faculdade, pois tinha que levar um vade mecum comigo, um trambolho enorme e pesado, percorrendo uma enorme distância com ele, já que morava longe da faculdade. É mais ou menos como pendurar uma melancia no pescoço.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2017.