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sábado, 21 de outubro de 2017

Povoar é distribuir poder em terras distantes tendo por Cristo fundamento

pouvoir - poder (a pronúncia assemelha-se a da palavra "povoar" em português)

povoar - distribuir população em terras distantes de modo a fazer um cumprir aquilo que o Crucificado nos mandou fazer em Ourique.

1) O professor Olavo de Carvalho fala que a base do poder está do poder está na sociedade. E a sociedade é formada por pessoas. 

2) Para ser um povo, essas pessoas precisam tomar o país como um lar em Cristo e trabalharem juntas de tal maneira que a conjugação de seus esforços o cumpra aquele propósito que se deu em Ourique: servir a Cristo em terras distantes. Afinal, a origem do poder está em Deus e não povo, que é tomado como se fosse religião a ponto de a voz rouca das ruas ser confundida com a voz - o que é uma espécie de blasfêmia.

3) Se as pessoas amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento e têm uma missão em a causa nacional está ligada a uma causa universal, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, então a economia do pais tomado como se fosse um lar em Cristo atenderá aquilo que foi observado na parábola do patrão generoso: os chamados a trabalhar na vinha do senhor de última hora e terão as mesmas recompensas que aqueles que estão há mais tempo no serviço. Afinal, o propósito da economia é gerar riquezas de modo que haja a promoção do bem comum - e neste ponto, o povo é cúmplice do Rei de Portugal, que é vassalo de Cristo para a consecução de tal propósito.

4) Servir em terras distantes implica dois caminhos: 

A) Abrir estradas, tanto por terra quanto por mar, de modo que a fé cristã seja propagada.

B) Povoar essas terras, semeando-a com gente que ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. E isso se dá por meio da construção de escolas e hospitais, coisa que é própria de prerrogativa de mãe - e a Igreja é a esposa de Cristo. Por isso mesmo, uma mãe civilizacional.

 3) Quando D. Pedro praticou aquele infame ato de apatria em 1822, ele rompeu com toda aquela ordem transcendental que conhecíamos desde 1139, da qual desde o ano de 1500 somos desdobramento. Com isso, passamos a governar voltados para a busca de nós mesmos: abrimos estradas para nós mesmos e o Estado tomado como se fosse religião constrói escolas e hospitais de modo a doutrinar as pessoas naquilo que é de interesse do Estado, que governa as coisas fundadas naquilo que é conveniente e dissociado da verdade. E neste ponto a monarquia, ao romper com a ordem decorrente de Ourique, pavimentou o caminho para a República.

4.1) Enfim, não basta só restaurar a monarquia - é preciso que se restaure a conexão de sentido que fez este país ser fundado, uma vez que os nossos ancestrais não foram aos mares por nada. É preciso que não esqueçamos daquilo que houve em Ourique - e isso levará necessariamente a uma reconciliação com Portugal, de tal maneira que este filho pródigo, o Brasil, volte à casa do pai.

4.2) É mais útil para o país ser uma província, tendo por Cristo fundamento, do que ser um país independente, buscando a grandeza por si, tal como fez a Espanha, a França, a Inglaterra e a Holanda - o que não passa de uma vanglória. Nenhum desses países criou um império de cultura, uma vez que impérios de domínio amam a si mesmos e criam colônias, estatutos onde os povos das terras descobertas ficam em condição análoga a de escravos, ao invés de serem tomados como parte da família, tal como Portugal fez.

5) Eis porque digo que nacionalismo é uma grande tolice. Melhor mesmo que sejamos nacionistas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 21de outubro de 2017 (data da postagem original).

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