1.1) Um bom liberal sempre diz que servir liberdade implica ter senso de responsabilidade fiscal.
1.2) Como no Rio Grande do Sul o governo é pautado pela irresponsabilidade fiscal sistemática, então o separatismo não passa uma burla aos compromissos fundados no pacto federativo.
1.3) Paraná e Santa Catarina não possuem o mesmo problema que esse estado. Como não querem ter um sócio incômodo, vão se separar, gerando separatismo do separatismo. Uma reação em cadeia, diga-se de passagem.
2.1) De nada adianta ter liberdade e ter responsabilidade fiscal se isso não se funda na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus.
2.2) O sul não tem uma cultura de província que sirva de modelo para que o Brasil como um todo seja tomado como um lar em Cristo - e é isso que chamo de escola de nacionidade.
2.3) Por não ter esse senso de nobreza cultivada, uma cultura fundada nisso, ele não pode, por força de sua história como província, opor uma exceção justa diante desse desgoverno que nos domina, uma vez que muitos de seus homens públicos lançaram as bases doutrinais para que a república no Brasil dominasse a todos absolutamente.
2.4) A maior prova disso foi Júlio de Castilhos - sua doutrina política produziu uma árvore envenenada em cuja genealogia estão inclusos tiranos notórios como Getúlio Vargas, Brizola e Dilma Rousseff. Pelos frutos podres que ocuparam tanto o Catete quanto o Planalto, o Sul não nos deu nada de bom. E é por não ter fornecido nada de bom que não pode opor razão justa que leve a região tomada como se fosse religião a suceder-se do resto do Brasil, a não ser que falsifique a História, tal como conhecemos desde o ato de apatria praticado por D. Pedro I em 7 de setembro de 1822, o qual é chamado, falsamente, de Independência do Brasil.
4.1) Por outro lado, o resto do país, por conta de seus esforços combinados, colaborou e muito para que o Sul se desenvolvesse. Em termos geopolíticos - fundados no fato de se tomar o país como um lar em Cristo, apesar desta República - o Rio Grande do Sul depende do Brasil Unido. Além disso, por força do Mercosul, a Argentina e o Uruguai não vão se indispor com o Brasil, pois também dependem do Brasil. Como não terá comércio, o Sul dependerá da ONU, tal como vai ocorrer com Catalunha.
5) Por conta dessas separações artificiais, destituídas de lastro de nacionidade, esses países dependerão de todo um aparato internacional, em que as políticas de segurança do globo serão decididas na ONU.
6) Não só as questões de segurança como também as políticas de fomento econômico, que ficarão centralizadas nas mãos do FMI. Eis a Cosmópolis sendo formada, a Nova Ordem Mundial.
7) Será que essa liberdade para o nada sistemática, que fomenta separatismos em cascata, é a mãe do conceito de metanacionalidade, tão pregado por conhecidos do professor Iorio? Porque isso não passa de apatria sistemática - além disso, o conceito de metanacionalidade não passa de uma gozação demoníaca. Afinal, a idolatria da pátria não passa de um bem imaginário - e isso não satisfaz necessidades de ninguém, de modo que o país seja tomado como um lar em Cristo e tenha sentido de existir. Trata-se de um bezerro de ouro produzido em doses cada vez menores, quase homeopáticas. Talvez isso acabe virando placebo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 8 outubro de 2017 (data da postagem original).
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