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quarta-feira, 25 de outubro de 2017

A natureza do valor das coisas atende tanto a critérios obejtivos, fundados na verdade em Cristo, quanto subjetivos, pautados numa escolha consciente e responsável

1.1) Antes do advento da Escola Austríaca, a teoria do valor era objetiva, pautada no valor do custo e do tempo gasto em trabalho para se fazer alguma coisa útil.

1.2) O problema do preço do custo é que estava pautado num preço regulado numa regra de direito cuja decisão de seu preço dependia da discricionariedade e do senso de conveniência e oportunidade do príncipe.

1.3.1) Como naqueles tempos já havia se tornado uma realidade o princípio do equilíbrio nas Relações Internacionais (Um Príncipe, Uma Religião, segundo Lutero), as regulações eram voltadas para o nada - o que criava um sério entrave à liberdade, uma vez que os príncipes eram governantes absolutistas que governavam nem sempre de maneira sensata. 

1.3.2) Era essa a pretensa razão pela qual os liberais lutavam contra a monarquia, pois esses entraves se davam mais por influência da religião católica, uma vez que queriam libertar seus países da liberdade em Cristo de modo que o Estado por si só fosse declarado religião. Eis aí a religião da razão de Estado em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra, levando-nos a um relativismo moral. É dessa liberdade voltada para o nada que vem o subjetivismo - e com ela, o totalitarismo.

2.1) Com o advento da Revolução Francesa e da Segunda Revolução Industrial (anos 1860 a 1870), surgiu-se a concepção de que o valor não pode ser separado da utilidade, da satisfação das necessidades humanas. E neste ponto, surgiu a teoria subjetiva do valor.

2.2) O problema da teoria subjetiva do valor é que o homem é tomado como a medida de todas as coisas - e neste ponto, todo mundo tem direito à verdade que quiser, ainda que conservando o que é conveniente e dissociado da verdade. Tanto os desejos ordenados quanto os desordenados devem ser satisfeitos, já que para o liberal (libertário-conservantista, como eu chamo) não é conveniente fazer juízos de valor a respeito daquilo que é justo ou injusto, uma vez que a riqueza é um sinal de salvação e todos a almejam. E neste ponto, o desejo desordenado leva ao consumismo, a uma ilusão de progresso, pois as pessoas perderam tudo, exceto a razão pela qual elas querem o errado ao invés do certo, dado que querem presentes, em vez de bens futuros.

3.1) Acredito que o valor de um bem se pauta tanto em critérios objetivos quanto também critérios subjetivos, desde que os desejos que norteiam uma boa escolah sejam ordenados em fé reta, vida reta e consciência reta. 

3.2.1) Como a produção de riquezas deve ser direcionada para a promoção do bem comum de modo a tomarmos o país como se fosse um lar em Cristo e assim nos prepararmos a pátria definitiva, a qual se dá no Céu, a produção de riquezas deve pautada em bens concretos e não em bens imaginários - fundados em desejos desordenados, frutos do fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Esses bens concretos satisfazem as necessidades humanas e espirituais, uma vez que o homem não só se alimenta de pão mas também da palavra de Deus. Por isso mesmo, o valor das coisas é objetivo.

3.2.2) Além disso, como os soberanos são vassalos escolhidos por Deus ou por intermédio da Igreja de modo a servirem aos povos que crêem n'Ele, então eles servem a Deus tanto dentro dos domínios de sua terra quanto em terras distantes, caso recebam um chamado que nem aquele que o Crucificado de Ourique fez a D. Afonso Henriques. Para que uma nação receba tão importante missão em Cristo, essa nação precisa ser devota de tal maneira que isso agrade e muito ao Senhor, a ponto de fazer da intercessão à Santa Mãe de Deus causa de nacionidade, tal como ocorre na Polônia. 

3.2.3) Neste sentido, a autoridade do soberano aperfeiçoa à liberdade em Cristo, uma vez que as leis do Reino não trairão às leis naturais fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus, pois o verbo se fez carne e passou a habitar em nós de tal maneira que o Espírito Santo é nosso guia de modo a cumprirmos a lei mosaica fielmente.

4.1) Dentro dessas leis que aperfeiçoam a liberdade em Cristo, nós temos liberdade para fazer aquilo que é bom - e não liberdade para errar, uma vez que a liberdade não pode ser servida vazia. Afinal, verdade conhecida é verdade obedecida. 

4.2) Neste ponto, os que estão sujeitos à proteção e autoridade do rei pedem permissão a ele para que possam organizar uma atividade econômica e atender a todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas tendo por Cristo fundamento, pois todo poder emana de Deus. E neste ponto, povo e soberano são cúmplices uns dos outros, principalmente quando se trata de servir a Cristo numa missão que una a causa nacional à causa universal de levar o Evangelho a toda que criatura da Terra, incluindo a que está nas terras mais distantes.

4.3) Dentro das leis que asseguram a justiça no reino - um valor objetivo e verdadeiro, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus - há certa margem de escolha, de modo que atendamos nossas necessidades presentes ou futuras, sem negligenciarmos nossas necessidades espirituais. 

4.4.1) Quem busca a vida eterna tenderá a apreciar bens futuros a bens presentes de tal maneira que comprará não só o necessário e suficiente para saciar sua fome imediata como também comprará alimentos para se proteger da fome, em tempos de carestia. 

4.4.2) Dessa forma, a utilidade marginal do bem futuro será a mesma do bem presente. A mesma coisa ocorre com relação aos trabalhadores de última hora, quando servem a Cristo em terras distantes - por estarem se dedicando à mesma atividade que os mais antigos, receberão as mesmas recompensas por conta dos serviços prestados.
 
 José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de outubro de 2017.

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