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sábado, 28 de outubro de 2017

Notas sobre a guerra semântica - o caso dos ensinamentos papais (de Pio XII até Francisco I)

1) Papas desde Pio XII até Francisco I usaram em suas encíclicas termos como "Justiça Social" e "capitalismo", termos esses que são marxistas e não cristãos.

2) Assim como já vi muito despacho com conteúdo de decisão interlocutória, esses termos eram usados de modo a facilitar a evangelização, uma vez que esses termos estavam enraizados na linguagem comum (ou seja, já naquela época havia marxismo cultural). Se os papas não falassem a linguagem corrente, não haveria santo ensinamento. Embora os termos "justiça social" e "capitalismo" fossem termos marxistas, o conteúdo do ensinamento era católico.

3.1) O leitor precisa tomar cuidado com a origem desses termos e dominar a linguagem de modo a trocar esses termos por outros que melhor expressem a realidade passada nos ensinamentos das encíclicas.

3.2) Por exemplo, devemos trocar "capitalismo" por "economia de mercado", uma vez que "capitalismo" traduz a idéia de capital tomado como se fosse religião de tal maneira que a riqueza seja vista como um sinal de salvação. Se a riqueza é um sinal de salvação, emtão ela permite que todos os indivíduos tenham direito a qualquer "verdade" que desejarem, conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, coisa essa que se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.3.1) No caso de "justiça social", há duas construções possíveis: "justiça da sociedade" e "justiça na sociedade".

3.3.2) No primeiro, temos a idéia de autotutela coletiva, ou seja, a noção de que o povo está fazendo justiça com as próprias mãos. E quanto mais democrático for o poder, mais tirânica será essa justiça. Como o Estado representa a coletividade, ele será tomado como se fosse religião - e isso é totalitarismo.

3.3.3) No segundo, nós temos o princípio de que sociedade deve ser vista como um ethos, um ambiente organizado e ordenado onde as pessoas tomam o país como um lar em Cristo sistematicamente, amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Se há senso de justiça numa sociedade onde todos amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então há justiça na sociedade. Como isso vem da sociedade cristianizada, então é legítimo, conforme o Todo que vem de Deus.

4.1) Enfim, é preciso se tomar muito cuidado com a guerra semântica que há, principalmente nos ensinamentos dos papas que governaram a Cristandade desde o pós-guerra até a atualidade. 

4.2) Em algum ponto, os ensinamentos serão dúbios, de tal maneira que os cardeais terão de escrever uma dúbia, pedindo esclarecimento acerca de certos ensinamentos contidos nas encíclicas, tal como estão fazendo com o Papa Francisco I no caso da Amoris Laetitia. Isso vai chegar a um ponto em que intenção de ensinar é uma e o termo empregado na encíclica será outro, de tal maneira que o papa estará ensinando uma heresia, se não tiver cuidado. Eis aí a crise do ensinamento ex cathedra, uma vez que os vigários de Cristo não estão fazendo do seu sim um sim e do seu não um não.

José Octavio Dettmann


2 comentários:

  1. O papa Bagulho usa linguagem dúbia, bilíngue maldito, para disseminar dúvidas sem chegar a cometer heresias. Por isso ele ignora as dúbias dos cardeais. É uma fraude contra a Igreja.

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  2. Acabo de ler a tradução do Latim para o Inglês dos documentos contra o comunismo excluídos do Concílio Vaticano II. Os conservadores sabiam o que fazer. Os comunistas,também. Não vou dizer o que penso do Papa Bergoglio por não ser necessário. Leiam o artigo introdutório ao documento traduzido.

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