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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Certos papéis são prejudiciais à saúde ou das razões pelas quais eu nunca quis ser ator

1) Certa vez, eu vi um vídeo do youtube em que o Fábio Assunção foi detido por estar visivelmente alterado, por estar sob a influência das drogas. O show de perereca que ele deu nesse estado alterado daria a ele com certeza o prêmio de melhor ator num Oscar; se fizesse essa cena sóbrio, a performance não seria tão convincente, digamos.

2.1) Enfim, um bom ator, para encenar bem, precisa ter passado pelas mesmas experiências que uma pessoa real passaria. Se um ator faz um papel de pedreiro, ele precisa ser um pedreiro - assim, ele pode fazer uma boa imitação de pedreiro diante das câmeras; se faz papel de viciado, ele precisaria conviver com viciados para poder imitar as crises de abstinência que ele costumam ter, por conta da falta de drogasno organismo.

2.2) Se for do tipo um Nicolas Cage, que chega ao extremo para poder interpretar bem, às vezes ele vai ter que se drogar para fazer bem esse papel - o que não é um pouco saudável, embora o sacrifício do corpo seja próprio da natureza do ator. 

3) A mesma coisa pode ser dita quando o ator faz papel de pai - ele precisa ser pai na vida real para poder passar uma impressão autêntica de que é pai diante das câmeras. Enfim, se ele não está presente diante da eternidade, como vai convencer as pessoas a refletirem acerca do personagem que ele representa? Esse é o verdadeiro sentido da arte - ela aponta para o belo, para a verdade. Se o teatro for usado como uma forma de simular falsas realidades ou edificar pretensas liberdades voltadas para o nada, o resultado é hipocrisia, uma forma de semear má consciência em massa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2017.

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