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sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Amar (no presente do indicativo e no presente do subjuntivo)

A) Povoar é semear a terra com descendentes que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - presente do indicativo

1) Traduz a idéia de pessoas amantes, mas isso não que dizer necessariamente que qualquer pessoa seja amante.

2) Até no amor a pessoa pode conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de este ser usado com fins vazios. Afinal, o amor líqüido nasce da idéia de liberdade líqüida, uma vez que o líqüido assume a forma do recipiente, o que indica assumir um papel fundado na conveniência - como isso pode ser um teatro, então tende à hipocrisia.

3) A idéia de restrição traduz uma idéia de eleição. E o que é preterido é indicado, renunciado no momento em que essa escolha, que pode perdurar na eternidade. Além disso, dá a impressão de que o verbo é intransitivo, o que daria idéia de que devemos amar por amar. Ora, o amor em prol do amor é como arte em prol da arte - é uma frase vazia. E uma frase vazia indica que a liberdade será voltada para o nada, a ponto de buscarem liberdade fora da liberdade em Cristo, o que não passe de uma ilusão.

B) Povoar é semear a terra com descendentes que amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - presente do subjuntivo

1) Traduz a idéia de um amor verdadeiro, indicando um compromisso a ser assumido daqui pra frente, um compromisso irretratável, que não pode ser retroagido nem esquecido. E esse compromisso numa amizade, numa aliança com Deus.

2.1) Se a pessoa assume um compromisso de que amará e rejeitará as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus, então ela terá a constante imagem de Cristo sendo crucificado e morto por conta do perdão de nossas faltas, o que reforça a idéia de que não deve abjurar dessa liberdade movida à base de eucaristia, esse memorial em que trazemos para o presente a constante lembrança de que devemos conservar a dor de Cristo e não esquecermos de que somos livre n'Ele, uma vez que Ele é a verdade e deu pleno cumprimento à lei mosaica com o seu exemplo heróico.

2.2) É por meio da eucarisita que temos a capitalização moral, tão necessária para que possamos trabalhar para termos o pão de cada dia, prosperar com o nosso trabalho e ajudar os necessitados, uma vez que Deus age em modo que ajudemos essas pessoas a tomarem o país como um lar em Cristo junto conosco. Nele, não há eleitos e condenados, uma vez que todos são bem-vindos a serem livres, desde que creiam na verdade em pessoa que nos salvou do pecado.

2.3) Como vivemos em sociedade, nós precisamos uns dos outros de modo a que nosso trabalho faça sentido, já todo ato, todo verbo necessita de um sujeito que pratique a ação e de um complemento, de modo que dê algum sentido ao ato no plano da realidade. Por isso, esse compromisso traz a idéia de subsidiariedade, uma vez que devemos sempre transigirmos com os nossos semelhantes, uma vez que ver neles a figura do Cristo necessitado. Afinal, dizer a verdade é agir com justiça.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de outubro de 2017 (data da postagem original).

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