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terça-feira, 27 de setembro de 2016

A metrópole é filha da centralização administrativa

1.1) No México, os bairros são chamados de "colônias" - a riqueza dessas colônias, que se funda tanto na atividade imobiliária quanto no comércio ou na prestação de serviços, é destinada ao centro da cidade, que é onde fica a sede da administração municipal. Quanto mais colônias uma cidade tiver, maior a influência do centro sobre essas colônias, que constituirão a periferia em torno desse centro de poder.

1.2) Às vezes a influência desse centro é tão poderosa que exerce influência sobre as cidades mais próximas, fazendo com que haja o surgimento de uma região metropolitana, em que a cidade mais importante acaba servindo de cidade-líder da região, de cabeça da região, enquanto as demais ficam como cidades-dormitório. Isso pode ser percebido facilmente, com relação aos municípios da Baixada Fluminense - antes da construção da Ponte Rio-Niterói, o Rio de Janeiro, enquanto distrito da Guanabara, exercia influência sobre os municípios de sua ponta da Baía; já Niterói, a então capital do Estado do Rio de Janeiro, exercia influência sobre São Gonçalo, que ficava na outra ponta. Com a integração das duas cidades numa área conurbada todo o eixo de poder da região sendo modificado, fazendo a capital do Estado se deslocar para o Rio de Janeiro, que tinha toda uma infraestrutura já montada, por ter sido capital do Brasil por muitos anos.

1.3) Ao tornar-se capital do Estado, a cidade do Rio assumiu uma prerrogativa que antes era de Niterói: sustentar os municípios do interior do Estado, como os do Norte Fluminense, o Sul Fluminense e a Região Serrana - uma responsabilidade para a qual a cidade do Rio não estava preparada, aumentando ainda mais a pressão dos custos da máquina pública sobre a economia da cidade. Naturalmente, os caciques políticos do interior, que nunca se preocuparam em espalhar o progresso para o todo o Estado, viram na cidade do Rio um bom hospedeiro para se praticar parasitismo.

2.1) Se o socialismo é essencialmente parasita, então isso explica porque, desde a fusão, a gente só teve governos de esquerda na cidade e no Estado, já que o município sustenta o Estado criado por força da integração de Niterói ao Rio, algo que é irreversível do ponto de vista da realidade política da região.

2.2) Se é uma grande verdade que a economia massificada favorece ao aumento da intervenção estatal, a prova disso aqui no Rio é evidente por si mesma: a invasão dos bárbaros se deu de fora para dentro (do interior para a capital). Isso sem contar toda uma invasão vertical que já havia antes, coisa que começou com Pombal: a invasão predatória dos governantes sobre os governados, por conta da centralização administrativa da cidade, que serviu de sede do governo do Reino Unido e do Brasil independente, tanto na monarquia quanto na República. A construção desse aparato administrativo complexo e asfixiante gerou a nefasta querela do estatismo, o eterno conflito entre a classe dirigente (o estamento burocrático) e o povo, tal como bem apontou Faoro em Os Donos do Poder.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2016.

Matéria relacionada:

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segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Quem é a verdadeira extrema direita? Uma análise da realidade

1.1) Para todo aquele que se disser que é de direita - em função do fato de que os moderados se sentavam à direita na Assembléia Nacional Constituinte, nos Tempos da Revolução Francesa -, eu aplicarei a teoria da asserção.

1.2) Pouco importam o que digam: eles conservam o que é conveniente e dissociado da verdade: o desejo de buscar liberdade fora da liberdade em Cristo, algo que é voltado para o nada e fundado no que é material, efêmero, coisa essa que só o dinheiro pode comprar. Por conta disso, estão à esquerda do Pai no seu grau mais básico e, tal como os islâmicos, eles preparam o caminho para que os totalitários - os que estão mais compromissados com a mentalidade revolucionária - assumam o poder de vez, esvaziando toda a essência de nossa civilização, a tal ponto que o mediterrâneo se tornará um verdadeiro lago muçulmano.

2) A verdadeira extrema direita é aquela que está à direita do Pai e que vive à vida na conformidade com o Todo que vem de Deus do modo mais radical - e esse radicalismo se funda no amor e na verdade. Ela não toma o país como se fosse religião, de modo a negar a religião verdadeira - ela toma o país como se fosse um lar em Cristo, pois isto será a escola que os preparará até a pátria do Céu, a Pátria definitiva. Ela não é nacionalista e isolacionista, mas nacionista e universalista, pois Cristo veio para salvar a todos os homens do pecado, uma vez o fenômeno de tomar o país como se fosse um em Cristo é universal e se funda na eternidade. O nacionismo não leva em conta tempo e lugar, mas circunstâncias que melhor favoreçam esse senso, ao longo da História.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2016.

Notas sobre as cores neutras

1.1) O branco é a cor do Todo, da soma de todas as cores.

1.2) Não é à toa que é a cor da paz, da paz que vem de Cristo, vem daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus - e não é à toa que o branco é a cor usada para se referir a uma festa litúrgica, dado que este será o nosso corpo glorioso, uma vez que seremos transfigurados tal como Cristo o foi, quando Este vier pela segunda vez, no dia do Juízo Final.

2) O preto é a cor do Nada, da ausência de todas as cores. É a primeira cor do maligno, pois decorre da ausência de bem.

3) Uma das razões pelas quais Deus permite o pecado é para que aprendamos a conservar a dor de Cristo através do fato de se conservar o que é conveniente e sensato. Por conta disso, o preto - a cor da prudência - é usado em nome do branco, da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.1) Se a mentalidade revolucionária decorre do vermelho, da cor da ousadia, em nome do branco ela vira coragem e acaba sendo usada na luta contra o mal, uma vez que nós bebemos do sangue de Cristo através do vinho, já que o sangue d'Ele foi derramado por conta daquilo que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2) Do sangue de Cristo (vermelho, cor da coragem) com o azul do céu, nós temos o roxo, a cor da realeza. E a realeza é por essência imitação de Cristo de modo a servir ao bem comum, uma vez que o pai se sacrifica pelos filhos tal como o pastor se sacrifica pelas ovelhas - e é exatamente por isso que o Rei deixa de ser ele mesmo e passa a ser uma espécie de Cristo para o seu povo, fazendo o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo, tal como vemos em Ourique.

5) Da fusão do preto com o branco, temos o cinza: dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus, é o casamento da bondade com a prudência - e isso implica tomar o país como se fosse um lar em Cristo.

6) Fora desse simbolismo cristológico, da fusão de preto (ausência de cor) com o branco, cor do pacifismo (ausência de guerra), nós temos o cinza, a cor do mornos, dos vazios que se preocupam em conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

7) As nuances do conservantismo são o hedonismo, a luxúria, a avareza, a inveja e outras tantas coisas que me esqueço de citar. E essas nuances são os tons de cinza que são fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. E é esta uma das possíveis explicações do título daquele lixo chamado 50 Tons de Cinza, que é um fenômeno da desumanização da literatura, pois tentam corromper as mentes pela imaginação, coisa que nos leva a lembrarmos de Sodoma e Gomorra, assim como do amor livre marxista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2016.

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http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/08/se-o-amarelo-e-cor-da-atencao-entao-e.html

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Notas sobre o significado do laranja, enquanto cor que prepara o caminho para o vermelho, a cor do totalitarismo por excelência

1) Quando se dá muita atenção às coisas do mal, fundadas no pecado original, a cor que costuma se atribuir ao conservantismo é laranja, que é a combinação de vermelho (cor do mal) com amarelo (cor da atenção).

2.1) Uma das marcas desse amor se dá pelo que se conserva conveniente e dissociado da verdade, que é o amor de si - e isso se da através do materialismo e do hedonismo.

2.2) Heréticos como Calvino costumam atribuir à riqueza um sinal de salvação - e o amor ao trabalho, como um acessório que segue a sorte fundada no amor ao dinheiro, é o que marca a ética protestante e o espírito do capitalismo.

2.3) A Holanda, que adota como cor nacional a cor laranja, se tornou o primeiro país da História a seguir essa ética. Os Estados Unidos, ao romper com os valores da Inglaterra, passaram a adotar por modelo essas coisas que vieram da Holanda, já que a principal a cidade deste país, Nova York, foi fundada pelos holandeses, sob o nome de Nova Amsterdam - e não é à toa que o nome "yankee" é uma corruptela de uma palavra holandesa: janker, que é uma espécie de nobreza aburguesada, uma vez que construiu seu poder e influência comprando títulos de nobreza, por meio dessa ética protestante. E foram esses mesmos jankers que fizeram a unificação da Alemanha, coisa que foi liderada pela Prússia.

3.1) Os Estados Unidos adotaram valores conservados convenientes e dissociados da verdade como a base de sua constituição - e isso edifica liberdade para o nada.

3.2) De uma tradição constante de liberdade para o nada vem o relativismo moral, a decadência moral mascarada de progresso material, tecnológico e científico. Da imitação sistemática disso veio a globalização da cultura revolucionária. Desse caminho preparado pelo libertarismo (da liberdade fora da liberdade de Cristo, coisa que é praticada de maneira sistemática) vem o totalitarismo, do qual vem o fascismo (socialismo de nação), o nazismo (socialismo de raça) e o comunismo (socialismo de classe).

3.3) Como disse o Olavo, a mentalidade revolucionária é uma cultura - e o comunismo é decorrência dessa cultura.

4.1) Se o laranja é o último grau da escala de atenção, é porque ele prepara o caminho para o perigo, cujo símbolo é vermelho. E é da liberdade voltada para o nada que se prepara o caminho para o comunismo.

4.2) O comunismo constrói seu poder por meio de crimes. Nos tempos da Revolução Russa, era por meio de roubos e assassinatos; quando atingem o poder, eles usam meios mais sofisticados como corrupção e lavagem de dinheiro. E eles não têm escrúpulos de usar membros de família como laranjas de seus negócios escusos - basta ver o Lula, por exemplo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de janeiro de 2016.

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A verdade sobre esse negócio de combate aos preconceitos

1) Em tempos de combate ao preconceito - pelo menos, é o que costuma ser alegado -, mandar pai e mãe para o banco dos réus sob a alegação de abandono de incapaz, quando estes resolvem educar os filhos em casa e protegê-los da devassidão do mundo, é um verdadeiro preconceito.

2) Esta norma é inconstitucional e fora da conformidade com o Todo que vem de Deus; quando o que é conveniente e dissociado da verdade passa a ser norma e passa a ser uma exigência social, própria do Estado tomado como se fosse religião, então ela vira um odioso preconceito - um preconceito contra a verdade, coisa que vem de Cristo. E quem ama a verdade deve desobedecer a esse conservantismo, pois é insensato.

3) Enfim, como disse o professor Olavo, em nome do combate ao preconceito, fundado no princípio de que verdade conhecida é verdade obedecida, os revolucionários criam preconceitos fundados no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. É algo bem sutil, muito bem mascarado, mas produz algo extremamente nefasto.

4) Por isso que todo aquele que for incapaz de enxergar a verdade contida nas ações humanas será incapaz de dizer o direito, muito menos será capaz agir com justiça. Não é à toa que as faculdades de Direito não fabricam advogados, juízes, promotores - na verdade, eles fabricam ativistas judiciais; ou judiciários, se eles estão ocupando os cartórios.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2016.

domingo, 25 de setembro de 2016

Todos os caminhos decorrem de Roma ou notas sobre a árvore genealógica dos impérios

1) De Roma, surgiram dois impérios: o Império Romano do Ocidente e o Império Romano do Oriente, sendo que este último virou Império Bizantino.

2) O Império Romano do Ocidente durou até o ano 476 da Era Cristã. Tempos depois, este Império Renasceu com o nome de Sacro Império Romano-Germânico, que durou até o tempo das Guerras Napoleônicas.

3) O Império Bizantino durou até o ano 1453 da Era Cristã e seu sucessor é o Império Russo. Não é à toa que Moscou é chamada também de terceira Roma.

4) O Sacro Império Romano-Germânico foi sucedido pelo Império Austro-Húngaro, que durou até o fim da Primeira Guerra Mundial. Deste império nasceu a princesa Leopoldina, razão pela qual temos o amarelo em nossa bandeira.

5.1) De Carlos Magno, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, surgiu el-Rei D. Afonso Henriques, que recebeu de Cristo a missão de servir a Ele em terras distantes. O Brasil foi descoberto e o descobrimento levou ao desdobramento dessa missão em terras americanas.

5.2) Portugal foi restaurado a partir de 1640 por D. João IV, duque de Bragança e descendente de D. Afonso Henriques. Da Casa de Bragança vem o nosso príncipe regente: D. Pedro. É daqui que vem o verde de nossa bandeira.

6) Do casamento de D. Pedro com a D. Leopoldina surgiu o Império do Brasil, um Império descendente do Império Romano. Até mesmo este caminho, o da genealogia dos Impérios, leva à Roma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de setembro de 2016.

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sábado, 24 de setembro de 2016

Notas a quem me acha um chato

1) Há quem me pergunte: sou sempre assim, filosófico?

2) A vida intelectual é uma vocação - e por isso eu disse: "aqui estou!". Não sei ser outra pessoa - além disso, estou diante de um ser que ouve tudo, vê tudo, sabe tudo e pode tudo porque é Deus. Se eu não assumir esta realidade, o fato de que estou presente diante d'Ele o tempo todo e que minha vida se volta toda para Ele, então o que faço não faria sentido.

3) Alguns podem não gostar disso, mas é disso que fui feito. Se não fosse a vida online, conversando com gente sensata, eu tomaria isso por maldição, em vez de bênção, tal como ela é, na realidade.

4) Eu posso dizer que sou a pessoa mais chata do mundo, pois dedico toda a minha energia aos estudos. Mas sou um chato feliz, pois amo meu país e dou o meu melhor por ele, apesar dos pesares.

5) Por que razão deveria perder meu tempo com baladas e chopadas da vida? Minha vida é para servir àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus - por isso, não posso perder a vida com quem quer saber de inferninhos. É por isso que, quando escrevo ou abro a minha boca, pessoas vazias vão embora e só os sensatos ficam. Isso é uma forma de expulsar os demônios da minha vida - por isso, continuo falando. Por isso que agradeço minha amiga Sara por continuar sempre me incentivando, quando as coisas parecem perder sentido.

6) Afinal, não deixo este mundo de apátridas me dominar, dado que é um vale de lágrimas. Meu país foi fundado em Ourique e tomo-o como sendo o meu lar, mesmo ele não estando mais presente na realidade das coisas desta terra. Tenho esperança de que ele vai voltar - talvez não o veja em vida, mas deixarei isso aos meus filhos e netos. Espero que me sucedam nessa esperança, tal como os filhos de Israel fizeram. E é isso que nos manterá brasileiros, quando vivermos a diáspora - a esperança é a última que morre e o país ressurgirá das cinzas desta República. E estou certo disso.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de setembro de 2016.