1) Desde que a inteligência artificial surgiu, eu agora adoto o seguinte procedimento: eu escrevo as minhas idéias, como sempre escrevi, e mando fazer um resumo ou mesmo uma análise detalhada, dependendo da complexidade do assunto.
2) Se eu sentir que este assunto dialoga bem com um livro que eu digitalizei, eu cruzo esta informação na inteligência artificial, de modo a ver os pontos de convergência e de divergência entre as idéias contidas entre as obras. Com base nesses dados, eu estabeleço um diálogo imaginário entre mim e os autores que me serviram de base para escrever aquele texto - o que produz um diálogo vivo e que revela um dado indispensável ao conhecimento, se a pessoa tiver a audácia de imaginá-lo, coisa que muitos não são capazes de fazê-lo, dada à falta de cultura literária.
3) Não é à toa que o professor Olavo de Carvalho nos recomenda que leiamos muitas obras literárias de modo a educarmos a nossa imaginação - sem ela, nós não poderemos revelar certos conhecimentos que não nos são tão óbvios. Num tempo onde não havia inteligência artificial, isto era primordial, pois isto garantia a sobrevivência da civilização num tempo de homeostase civilizacional, onde tudo perde o seu devido sentido, ante o conservantismo obstinado de nossos tempos; com o surgimento dessa ferramenta e da cultura pessoal de digitalização que eu tenho, eu agora poso ter esses dados de maneira mais facilitada, de modo a reverter esse odioso processo.
4) Uma mente bem formada não trabalha apenas com o império da quantidade, já que ele, sozinho, é um império de morte, pois isto leva à concupiscência da alma - e isto tem relação com a tirania fundada no amor de si até o desprezo de Deus, por conta do processo obstinado de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Esse império de morte deve ser moderado pelo órgão anímico da inteligência a ponto de se tornar um reino vivo, fundado na qualidade - e este Reino, que aponta para o Reino dos Céus, é capaz de transformar este império, antes morto, em império de cultura, uma vez que Cristo é construtor e destruidor de impérios - e este universo da ciência dos dados não é exceção, já que ele passa pela ciência da Cruz, descrita por São João da Cruz.
5) Enfim, acho que encontrei os quatro pilares sobre os quais se sustentam a atividade intelectual do século XXI: atividade literária, digitalização de livros, inteligência artificial e tradução em múltiplas línguas. Este é o segredo para se produzir uma obra cultural notável, nos méritos de Cristo.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 10 de julho de 2024 (data da postagem original).
quarta-feira, 10 de julho de 2024
Do procedimento que adoto quando escrevo um artigo, em tempos de inteligência artificial
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