(0:00) Ao longo das últimas décadas, o governo chinês construiu um sistema de vigilância de alta (0:05) tecnologia com uma sofisticação aparentemente extraordinária. (0:09) Software de reconhecimento facial, monitoramento da internet e câmeras de vídeos onipresentes (0:15) dão a impressão de que o Partido Comunista Chinês, PCC, finalmente realizou o sonho de (0:21) todo ditador, que é construir um estado de vigilância como o imaginado no livro 1984 (0:27) de George Orwell. (0:28) Uma rede de vigilância de alta tecnologia agora cobre todo o país.
(0:32) E a potência desse sistema foi plenamente exibida em novembro de 2022, quando protestos (0:38) nacionais contra os bloqueios da covid na China chocaram o partido. (0:43) Embora os manifestantes tenham sido cuidadosos ao esconder seus rostos com máscaras e chapéus, (0:48) a polícia usou dados de localização dos telefones celulares para rastrear eles e depois (0:54) mandou milhares para prisão. (0:55) Mas, na verdade, o estado de vigilância de Pequim não é apenas uma conquista tecnológica.
(1:00) Ele também depende de uma organização offline baseada em um verdadeiro exército de espiões, (1:07) agentes e informantes. (1:09) Eu tenho certeza que esse vídeo aqui vai te deixar preocupado com a sua privacidade online. (1:16) Se você quiser garantir que você não está sendo vigiado na internet, você tem que fazer (1:22) que nem eu e usar o Surfshark.
(1:24) Para proteger as suas informações e permitir que você acesse a internet de qualquer país (1:31) e em qualquer lugar do mundo. (1:33) Se você não sabe o que é VPN, pense assim, é um jeito de criptografar, de proteger o (1:39) seu caminho na web. (1:41) Ou seja, os servidores não vão saber quem é você e onde você está.
(1:47) E aí você tem as suas informações protegidas. (1:49) Além de proteger suas informações contra intrusos e rastreadores, eu disse que vocês (1:55) vão poder usar a internet de qualquer lugar do mundo. (1:58) O que significa isso? (2:00) Imagina que você está em um streaming e quer ver um filme.
(2:03) Os filmes que passam nos Estados Unidos são diferentes dos que passam no Brasil. (2:07) Com a Surfshark você vai conseguir acessar filmes americanos estando no Brasil e ninguém (2:13) vai saber qual a sua localização. (2:14) Você também vai poder acessar sites que têm conteúdos diferentes dependendo do lugar (2:19) que você está.
(2:20) Por exemplo, sites de compras ou de passagens aéreas e vários outros. (2:26) A Surfshark conta com mais de 3.200 servidores espalhados em mais de 100 países. (2:34) Ou seja, internet de alta velocidade em todos os lugares.
(2:38) Funciona na maioria dos dispositivos, computador, celular, tablet e já foi premiada como a (2:45) VPN mais segura de todas. (2:47) E melhor de tudo, você só precisa de uma conta na Surfshark e você consegue proteger (2:55) todos os seus dispositivos, não importa o quanto sejam. (2:59) Além da VPN, a Surfshark tem o serviço da Surfshark One que engloba um antivírus, alerta (3:07) contra vazamento de dados e uma proteção para todas as vezes que algum site quiser (3:14) usar a sua webcam sem a sua autorização.
(3:18) E agora a melhor parte. (3:20) Entra no link aqui na descrição e use o cupom ROCKHOC para você ganhar 4 meses grátis (3:27) na sua assinatura da Surfshark. (3:29) Isso mesmo, 4 meses extra no seu plano.
(3:33) Bom gente, clica aqui no link da descrição, use o cupom do ROCKHOC, meu cupom, e assina (3:40) a Surfshark. (3:41) Ao longo das últimas oito décadas, o Partido Comunista construiu uma vasta rede de milhões (3:46) de informantes e espiões cujo trabalho tem sido crítico para a sobrevivência do regime. (3:52) São esses homens e mulheres, mais do que câmeras ou inteligência artificial, que permitiram (3:57) a Pequim acabar com todo tipo de oposição no país.
(4:01) Sem uma rede desse tamanho, todo o famigerado sistema tecnológico simplesmente não funcionaria. (4:07) Vamos entrar mais a fundo nessa questão e principalmente entender ela sob a luz das (4:12) novas dificuldades que a China tem pela frente. (4:15) O sistema de segurança estatal do Partido Comunista tem funcionado muito bem para o (4:20) Partido.
(4:21) No entanto, à medida que o país enfrenta dificuldades econômicas sem precedentes, (4:26) esse aparato vai estar sujeito a novas pressões e tensões. (4:31) Os governantes podem achar mais difícil não apenas manter o seu domínio tecnológico, (4:36) mas também contar com o envolvimento desses informantes civis que atuam como a força (4:42) vital nesse regime de vigilância. (4:45) A China possui dois órgãos, ou agências de inteligência e espionagem.
(4:49) Ambos estão em ministérios. (4:50) Ao Ministério da Segurança do Estado, sigla em inglês MSS, responsável por espionagem (4:56) externa e contra inteligência interna, ele não espiona os cidadãos chineses, exceto (5:03) quando são suspeitos de ter conexões estrangeiras. (5:07) Já a segunda agência, a Unidade de Proteção de Segurança Política, dentro do Ministério (5:12) da Segurança Pública, que a sigla em inglês é MPS, é a responsável pela vigilância (5:18) interna.
(5:19) O MPS inclui unidades especializadas, bem como policiais de patrulha de linha de frente. (5:27) Há uma divisão clara de trabalho entre o MSS e o MPS. (5:32) E eles recrutam informantes separadamente.
(5:36) Pequeno publica informações atualizadas sobre o MSS, embora tenha divulgado há uma (5:42) década que o número total de policiais uniformizados era de cerca de 2 milhões. (5:46) Hoje é provável que esse número seja moderadamente maior devido a um orçamento maior para segurança (5:52) interna. (5:53) A partir de agora, eu vou elencar para vocês diversos dados sobre esse aparato de segurança.
(5:58) Boa parte deles provém de análises de especialistas em orçamento do governo chinês ou de vazamentos (6:05) de dados sigilosos. (6:07) Vamos lá. (6:08) Construir um aparato de vigilância é uma tarefa complexa para uma ditadura.
(6:12) Gerações de governantes chineses têm tentado encontrar um equilíbrio delicado entre tornar (6:17) a polícia secreta poderosa o suficiente para fazer seu trabalho, mas não tão poderosa (6:23) a ponto de ameaçar o próprio regime. (6:25) Embora os chineses tenham tido sucesso nessa tarefa, o aparato de segurança resultante (6:29) não saiu barato. (6:31) Em 2022, Pequim gastou 1,44 trilhão de yuans, cerca de US$ 202 bilhões, em segurança interna.
(6:43) Uma categoria de despesas que cobre a polícia regular, o MSS, a polícia armada do povo, (6:50) tribunais, procuradores e prisões. (6:53) Para vocês terem uma ideia, esse valor é bem próximo do que a China gasta com defesa (6:58) externa. (6:59) É provável que esse valor aumente à medida que Pequim expande e atualiza seus programas (7:06) de reconhecimento facial, o Skynet e o Sharp Eyes.
(7:10) Nenhum desses dois é barato. (7:12) Quando o Sharp Eyes foi lançado em 2016, Pequim gastou US$ 300 bilhões, apenas em hardware (7:22) e instalação. (7:23) Para evitar criar um rival para o seu próprio poder, o Partido Comunista distribuiu as (7:28) tarefas de vigilância para diferentes unidades nas forças de segurança e outros atores (7:33) afiliados ao Estado, algo comum em ditaduras.
(7:36) Putin, por exemplo, faz o mesmo. (7:38) Esse arranjo organizacional possui duas vantagens distintas. (7:42) Primeiro, ele impede a formação de uma polícia secreta poderosa que possa controlar o fluxo (7:47) de informações e se tornar uma ameaça ao partido.
(7:50) Segundo, ele permite que o partido se beneficie do envolvimento de empresas estatais, universidades (7:57) e outras entidades que canalizam informações para o governo, sem aumentar o tamanho da (8:02) polícia secreta. (8:03) Mas esse modelo requer uma coordenação bem apurada, estreita. (8:08) Então o Partido Comunista mantém um comitê político-legal que vários órgãos participam (8:15) e tem responsabilidade geral pela segurança interna em todos os níveis do Estado.
(8:20) O Partido controla ainda mais o Estado, colocando oficiais do Partido Comunista em todas as (8:26) unidades de segurança e impondo um limite de cinco anos para o mandato dos principais (8:32) chefes de segurança, incluindo ministros do MSS e do MPS. (8:37) Na Antiga União Soviética e na Alemanha Oriental, não existiam esses limites. (8:41) Não surpreendentemente, os chefes da polícia secreta nesses regimes acumulavam um poder (8:47) imenso.
(8:48) Falando um pouco sobre os problemas que os chineses enfrentam nessa área, restrições (8:52) de financiamento limitam faz tempo a capacidade do Partido Comunista de manter uma grande (8:57) força de segurança interna, assim como uma rede de polícia secreta de elite bem paga (9:02) e bem equipada. (9:03) Uma comparação com a Stasi da Alemanha Oriental é bem interessante. (9:06) Antes da queda do muro de Berlim, em 1989, a Estássia era a maior força policial secreta (9:11) do mundo em termos relativos, com um oficial para cada 165 cidadãos da Alemanha Oriental.
(9:18) Além disso, a Stasi tinha 189 mil informantes, cerca de 1,1% da população. (9:25) O número de oficiais de proteção de segurança política da China responsáveis pela vigilância (9:30) interna é, obviamente, secreto. (9:33) Mas os dados coletados que vazaram sugerem que há apenas de 60 mil a 100 mil deles, (9:41) o que significa que estamos falando no máximo de um oficial para cada 14 mil cidadãos chineses.
(9:48) Como consequência, o Partido Comunista precisa de uma grande presença organizacional em instituições (9:54) sociais e econômicas afiliadas ao Estado, bem como em comunidades locais, para recrutar (9:59) um grande número de informantes. (10:01) Esses cidadãos podem espionar seus colegas ou vizinhos e, como a participação é garantida (10:06) por coerção ou outros incentivos, eles não custam tanto assim para o Estado. (10:11) Dados vazados de 30 governos locais mostram que entre 0,73% e 1,1% da população da China (10:22) – estamos falando de mais ou menos 15 milhões de pessoas – atuam como informantes.
(10:28) Além desse número, a polícia regular e a polícia secreta mantêm redes separadas (10:33) de espiões remunerados e informantes não pagos, cujos números exatos continuam mantidos (10:38) em sigilo. (10:39) O número de informantes em comunidades e locais de trabalho varia de acordo com as (10:44) necessidades e a descrição das autoridades locais. (10:47) Em algumas universidades, por exemplo, cada sala de aula tem um informante que fornece (10:52) um relatório quinzenal ou mensal a um responsável que geralmente é um funcionário do partido.
(10:57) As informações ou inteligências geradas por informantes incluem atualizações sobre (11:02) as atividades de membros de cultos proibidos e grupos religiosos clandestinos e sobre (11:08) a reação pública a grandes políticas governamentais ou eventos políticos. (11:14) A análise das informações geradas por cada um desses informantes mostra que apenas 40% (11:22) deles são ativos. (11:24) No entanto, a consciência de que colegas de classe, colegas de trabalho ou seus vizinhos (11:31) podem ser espiões provavelmente impede que as pessoas comuns participem de atividades (11:36) ou discursos que possam colocá-las em apuros.
(11:39) Os sistemas de vigilância chineses, estabelecidos muito antes do advento das tecnologias avançadas (11:46) de vigilância digitais, começaram como sistemas muito dependentes de mão de obra e mesmo (11:53) hoje em dia continuam assim. (11:55) A tática mais usada tanto no MSS quanto no MPS continua sendo o que o partido chama (12:02) de controlar posições do campo de batalha, que na prática significa monitorar presencialmente (12:09) locais públicos críticos, como aeroportos, estações ferroviárias e hotéis, e também (12:15) monitorar instituições sociais, em particular universidades e monastérios budistas tibetanos, (12:21) sempre procurando por atividades que representem ameaças à segurança pública e óbvio do (12:27) partido. (12:28) Tipicamente, controlar essas posições de campo de batalha envolve inspeções presenciais (12:36) frequentes por parte da polícia para garantir que esses locais públicos estão mantendo (12:41) os registros e relatando, identificando, armazenando as identidades e transações dos seus clientes, (12:49) no caso, a população da China.
(12:51) Por exemplo, a polícia frequentemente inspeciona cybercafés para confirmar que os proprietários (12:58) estão registrando os cartões de identificação dos seus clientes. (13:01) Dados e informações vazadas sugerem que cerca de 40% do pessoal de inteligência especial (13:09) recrutado pela polícia é designado para funções de controle de campo de batalha. (13:14) A tecnologia, com os sistemas de informação digitalizado e as câmeras de vídeo, desempenha (13:20) um papel complementar, mas amplamente secundário nessa história.
(13:26) Outra tática de vigilância eficaz é intimidar e monitorar pessoas que o PCC classifica como (13:34) indivíduos-chave. (13:36) Esses são membros de cultos e grupos religiosos proibidos, manifestantes, pessoas com doenças (13:42) mentais e até usuários de drogas. (13:44) A polícia conduz operações de bater a porta para verificar a localização física (13:49) dessas pessoas, intimidá-los e adverti-los contra participação em atividades indesejáveis (13:55) ao regime.
(13:55) Outro método é formar uma equipe de cinco pessoas, geralmente um policial de patrulha, (14:02) um oficial do comitê do bairro, um representante do empregador do indivíduo-alvo, um membro (14:09) da família do alvo e um informante que tenha proximidade física ao alvo. (14:15) Tudo isso para manter o olhar atento sobre potenciais causadores de problemas, especialmente (14:22) opositores que podem organizar protestos ou viajar para Pequim para constranger as autoridades (14:28) locais. (14:29) Apesar de todas as sofisticadas e famosas tecnologias de monitoramento, são as capacidades (14:36) organizacionais do Partido Comunista que permitem que a sua vigilância funcione com (14:41) uma potência inigualável.
(14:43) Isso é importante porque nós notamos nesse modelo que não é exportável para autocracias (14:49) menos organizadas, com um alcance superficial em suas sociedades e economias. (14:55) Para vocês entenderem melhor esse ponto, assistam o vídeo aqui no canal que eu falo (15:00) sobre autocracias revolucionárias, e aí vocês vão entender a diferença dessas (15:05) autocracias e a amplitude de controle que um modelo pode ter em relação ao outro. (15:11) Enfim, essas ditaduras mais fracas, menos profundas, com menos penetração na sociedade, (15:17) elas podem importar o hardware chinês, mas elas não conseguem importar o sistema de (15:23) Pequim, o que significa que é improvável que elas desenvolvam capacidades de vigilância (15:28) tão eficientes quanto.
(15:29) O estado de vigilância da China foi crucial para prevenir o surgimento de uma oposição (15:34) organizada ao Partido Comunista na era pós-Tiananmen, mas a estabilidade política também foi (15:40) um produto dos níveis geralmente altos de crescimento econômico do país. (15:44) O estado de vigilância chinês ainda não foi testado em um ambiente econômico desfavorável, (15:50) mas tal ambiente está começando a surgir. (15:53) A bolha imobiliária estourou e aproximadamente um em cada cinco jovens está desempregado (15:59) agora no país.
(16:00) E para completar, o bônus demográfico da China acabou de vez. (16:04) Então a situação demográfica é muito desfavorável para o desenvolvimento econômico (16:09) do país. (16:10) Enfim, esses problemas econômicos vão afetar a estrutura fiscal, o orçamento do estado, (16:18) o dinheiro que o estado vai ter disponível e, nesse caso, principalmente, o quanto vai (16:23) sobrar para Pequim gastar com os crescentes custos de manutenção e atualização desse (16:30) sofisticado sistema de vigilância de alta tecnologia.
(16:34) Isso pode ser um problema em particular para os projetos Skynet e Sharp Eyes, que são (16:40) financiados por governos locais endividados e, portanto, provavelmente vão enfrentar desafios (16:47) crescentes nos anos de vacas magras que estão por vir. (16:51) O impacto de uma crise econômica prolongada também vai criar dois problemas para o aparato (16:56) de vigilância offline chinês. (16:59) Primeiro, o desemprego, a queda na renda e a diminuição das oportunidades vão aumentar (17:04) a insatisfação do povo, aumentando a carga sobre os serviços de segurança à medida (17:11) que mais pessoas vão se envolver em atividades que o partido considera ameaçadoras.
(17:16) Ou seja, vai ter mais gente insatisfeita e o partido vai precisar de mais informantes (17:20) ainda e uma estrutura ainda maior para lidar com mais pessoas ameaçando ou tentando contra (17:26) o partido. (17:26) Segundo lugar, o crescente descontentamento vai dificultar o recrutamento de novos informantes. (17:33) Um estado de vigilância em declínio vai trazer diversas questões aos governantes (17:39) chineses.
(17:39) Pequim pode decidir tratar melhor seus cidadãos na esperança de que isso limite os protestos. (17:45) Alternativamente, os líderes do país podem exigir menos do aparato de segurança, que (17:50) atualmente visa muitas pessoas que representam pouca ou nenhuma ameaça real ao governo do (17:56) partido. (17:57) Mas o resultado mais provável é que quando a repressão branda através dessa vigilância (18:03) falhar, o partido vai começar a usar a repressão dura.
(18:07) O estado de vigilância, então, pode ser substituído por algo muito pior.
(0:32) E a potência desse sistema foi plenamente exibida em novembro de 2022, quando protestos (0:38) nacionais contra os bloqueios da covid na China chocaram o partido. (0:43) Embora os manifestantes tenham sido cuidadosos ao esconder seus rostos com máscaras e chapéus, (0:48) a polícia usou dados de localização dos telefones celulares para rastrear eles e depois (0:54) mandou milhares para prisão. (0:55) Mas, na verdade, o estado de vigilância de Pequim não é apenas uma conquista tecnológica.
(1:00) Ele também depende de uma organização offline baseada em um verdadeiro exército de espiões, (1:07) agentes e informantes. (1:09) Eu tenho certeza que esse vídeo aqui vai te deixar preocupado com a sua privacidade online. (1:16) Se você quiser garantir que você não está sendo vigiado na internet, você tem que fazer (1:22) que nem eu e usar o Surfshark.
(1:24) Para proteger as suas informações e permitir que você acesse a internet de qualquer país (1:31) e em qualquer lugar do mundo. (1:33) Se você não sabe o que é VPN, pense assim, é um jeito de criptografar, de proteger o (1:39) seu caminho na web. (1:41) Ou seja, os servidores não vão saber quem é você e onde você está.
(1:47) E aí você tem as suas informações protegidas. (1:49) Além de proteger suas informações contra intrusos e rastreadores, eu disse que vocês (1:55) vão poder usar a internet de qualquer lugar do mundo. (1:58) O que significa isso? (2:00) Imagina que você está em um streaming e quer ver um filme.
(2:03) Os filmes que passam nos Estados Unidos são diferentes dos que passam no Brasil. (2:07) Com a Surfshark você vai conseguir acessar filmes americanos estando no Brasil e ninguém (2:13) vai saber qual a sua localização. (2:14) Você também vai poder acessar sites que têm conteúdos diferentes dependendo do lugar (2:19) que você está.
(2:20) Por exemplo, sites de compras ou de passagens aéreas e vários outros. (2:26) A Surfshark conta com mais de 3.200 servidores espalhados em mais de 100 países. (2:34) Ou seja, internet de alta velocidade em todos os lugares.
(2:38) Funciona na maioria dos dispositivos, computador, celular, tablet e já foi premiada como a (2:45) VPN mais segura de todas. (2:47) E melhor de tudo, você só precisa de uma conta na Surfshark e você consegue proteger (2:55) todos os seus dispositivos, não importa o quanto sejam. (2:59) Além da VPN, a Surfshark tem o serviço da Surfshark One que engloba um antivírus, alerta (3:07) contra vazamento de dados e uma proteção para todas as vezes que algum site quiser (3:14) usar a sua webcam sem a sua autorização.
(3:18) E agora a melhor parte. (3:20) Entra no link aqui na descrição e use o cupom ROCKHOC para você ganhar 4 meses grátis (3:27) na sua assinatura da Surfshark. (3:29) Isso mesmo, 4 meses extra no seu plano.
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(4:01) Sem uma rede desse tamanho, todo o famigerado sistema tecnológico simplesmente não funcionaria. (4:07) Vamos entrar mais a fundo nessa questão e principalmente entender ela sob a luz das (4:12) novas dificuldades que a China tem pela frente. (4:15) O sistema de segurança estatal do Partido Comunista tem funcionado muito bem para o (4:20) Partido.
(4:21) No entanto, à medida que o país enfrenta dificuldades econômicas sem precedentes, (4:26) esse aparato vai estar sujeito a novas pressões e tensões. (4:31) Os governantes podem achar mais difícil não apenas manter o seu domínio tecnológico, (4:36) mas também contar com o envolvimento desses informantes civis que atuam como a força (4:42) vital nesse regime de vigilância. (4:45) A China possui dois órgãos, ou agências de inteligência e espionagem.
(4:49) Ambos estão em ministérios. (4:50) Ao Ministério da Segurança do Estado, sigla em inglês MSS, responsável por espionagem (4:56) externa e contra inteligência interna, ele não espiona os cidadãos chineses, exceto (5:03) quando são suspeitos de ter conexões estrangeiras. (5:07) Já a segunda agência, a Unidade de Proteção de Segurança Política, dentro do Ministério (5:12) da Segurança Pública, que a sigla em inglês é MPS, é a responsável pela vigilância (5:18) interna.
(5:19) O MPS inclui unidades especializadas, bem como policiais de patrulha de linha de frente. (5:27) Há uma divisão clara de trabalho entre o MSS e o MPS. (5:32) E eles recrutam informantes separadamente.
(5:36) Pequeno publica informações atualizadas sobre o MSS, embora tenha divulgado há uma (5:42) década que o número total de policiais uniformizados era de cerca de 2 milhões. (5:46) Hoje é provável que esse número seja moderadamente maior devido a um orçamento maior para segurança (5:52) interna. (5:53) A partir de agora, eu vou elencar para vocês diversos dados sobre esse aparato de segurança.
(5:58) Boa parte deles provém de análises de especialistas em orçamento do governo chinês ou de vazamentos (6:05) de dados sigilosos. (6:07) Vamos lá. (6:08) Construir um aparato de vigilância é uma tarefa complexa para uma ditadura.
(6:12) Gerações de governantes chineses têm tentado encontrar um equilíbrio delicado entre tornar (6:17) a polícia secreta poderosa o suficiente para fazer seu trabalho, mas não tão poderosa (6:23) a ponto de ameaçar o próprio regime. (6:25) Embora os chineses tenham tido sucesso nessa tarefa, o aparato de segurança resultante (6:29) não saiu barato. (6:31) Em 2022, Pequim gastou 1,44 trilhão de yuans, cerca de US$ 202 bilhões, em segurança interna.
(6:43) Uma categoria de despesas que cobre a polícia regular, o MSS, a polícia armada do povo, (6:50) tribunais, procuradores e prisões. (6:53) Para vocês terem uma ideia, esse valor é bem próximo do que a China gasta com defesa (6:58) externa. (6:59) É provável que esse valor aumente à medida que Pequim expande e atualiza seus programas (7:06) de reconhecimento facial, o Skynet e o Sharp Eyes.
(7:10) Nenhum desses dois é barato. (7:12) Quando o Sharp Eyes foi lançado em 2016, Pequim gastou US$ 300 bilhões, apenas em hardware (7:22) e instalação. (7:23) Para evitar criar um rival para o seu próprio poder, o Partido Comunista distribuiu as (7:28) tarefas de vigilância para diferentes unidades nas forças de segurança e outros atores (7:33) afiliados ao Estado, algo comum em ditaduras.
(7:36) Putin, por exemplo, faz o mesmo. (7:38) Esse arranjo organizacional possui duas vantagens distintas. (7:42) Primeiro, ele impede a formação de uma polícia secreta poderosa que possa controlar o fluxo (7:47) de informações e se tornar uma ameaça ao partido.
(7:50) Segundo, ele permite que o partido se beneficie do envolvimento de empresas estatais, universidades (7:57) e outras entidades que canalizam informações para o governo, sem aumentar o tamanho da (8:02) polícia secreta. (8:03) Mas esse modelo requer uma coordenação bem apurada, estreita. (8:08) Então o Partido Comunista mantém um comitê político-legal que vários órgãos participam (8:15) e tem responsabilidade geral pela segurança interna em todos os níveis do Estado.
(8:20) O Partido controla ainda mais o Estado, colocando oficiais do Partido Comunista em todas as (8:26) unidades de segurança e impondo um limite de cinco anos para o mandato dos principais (8:32) chefes de segurança, incluindo ministros do MSS e do MPS. (8:37) Na Antiga União Soviética e na Alemanha Oriental, não existiam esses limites. (8:41) Não surpreendentemente, os chefes da polícia secreta nesses regimes acumulavam um poder (8:47) imenso.
(8:48) Falando um pouco sobre os problemas que os chineses enfrentam nessa área, restrições (8:52) de financiamento limitam faz tempo a capacidade do Partido Comunista de manter uma grande (8:57) força de segurança interna, assim como uma rede de polícia secreta de elite bem paga (9:02) e bem equipada. (9:03) Uma comparação com a Stasi da Alemanha Oriental é bem interessante. (9:06) Antes da queda do muro de Berlim, em 1989, a Estássia era a maior força policial secreta (9:11) do mundo em termos relativos, com um oficial para cada 165 cidadãos da Alemanha Oriental.
(9:18) Além disso, a Stasi tinha 189 mil informantes, cerca de 1,1% da população. (9:25) O número de oficiais de proteção de segurança política da China responsáveis pela vigilância (9:30) interna é, obviamente, secreto. (9:33) Mas os dados coletados que vazaram sugerem que há apenas de 60 mil a 100 mil deles, (9:41) o que significa que estamos falando no máximo de um oficial para cada 14 mil cidadãos chineses.
(9:48) Como consequência, o Partido Comunista precisa de uma grande presença organizacional em instituições (9:54) sociais e econômicas afiliadas ao Estado, bem como em comunidades locais, para recrutar (9:59) um grande número de informantes. (10:01) Esses cidadãos podem espionar seus colegas ou vizinhos e, como a participação é garantida (10:06) por coerção ou outros incentivos, eles não custam tanto assim para o Estado. (10:11) Dados vazados de 30 governos locais mostram que entre 0,73% e 1,1% da população da China (10:22) – estamos falando de mais ou menos 15 milhões de pessoas – atuam como informantes.
(10:28) Além desse número, a polícia regular e a polícia secreta mantêm redes separadas (10:33) de espiões remunerados e informantes não pagos, cujos números exatos continuam mantidos (10:38) em sigilo. (10:39) O número de informantes em comunidades e locais de trabalho varia de acordo com as (10:44) necessidades e a descrição das autoridades locais. (10:47) Em algumas universidades, por exemplo, cada sala de aula tem um informante que fornece (10:52) um relatório quinzenal ou mensal a um responsável que geralmente é um funcionário do partido.
(10:57) As informações ou inteligências geradas por informantes incluem atualizações sobre (11:02) as atividades de membros de cultos proibidos e grupos religiosos clandestinos e sobre (11:08) a reação pública a grandes políticas governamentais ou eventos políticos. (11:14) A análise das informações geradas por cada um desses informantes mostra que apenas 40% (11:22) deles são ativos. (11:24) No entanto, a consciência de que colegas de classe, colegas de trabalho ou seus vizinhos (11:31) podem ser espiões provavelmente impede que as pessoas comuns participem de atividades (11:36) ou discursos que possam colocá-las em apuros.
(11:39) Os sistemas de vigilância chineses, estabelecidos muito antes do advento das tecnologias avançadas (11:46) de vigilância digitais, começaram como sistemas muito dependentes de mão de obra e mesmo (11:53) hoje em dia continuam assim. (11:55) A tática mais usada tanto no MSS quanto no MPS continua sendo o que o partido chama (12:02) de controlar posições do campo de batalha, que na prática significa monitorar presencialmente (12:09) locais públicos críticos, como aeroportos, estações ferroviárias e hotéis, e também (12:15) monitorar instituições sociais, em particular universidades e monastérios budistas tibetanos, (12:21) sempre procurando por atividades que representem ameaças à segurança pública e óbvio do (12:27) partido. (12:28) Tipicamente, controlar essas posições de campo de batalha envolve inspeções presenciais (12:36) frequentes por parte da polícia para garantir que esses locais públicos estão mantendo (12:41) os registros e relatando, identificando, armazenando as identidades e transações dos seus clientes, (12:49) no caso, a população da China.
(12:51) Por exemplo, a polícia frequentemente inspeciona cybercafés para confirmar que os proprietários (12:58) estão registrando os cartões de identificação dos seus clientes. (13:01) Dados e informações vazadas sugerem que cerca de 40% do pessoal de inteligência especial (13:09) recrutado pela polícia é designado para funções de controle de campo de batalha. (13:14) A tecnologia, com os sistemas de informação digitalizado e as câmeras de vídeo, desempenha (13:20) um papel complementar, mas amplamente secundário nessa história.
(13:26) Outra tática de vigilância eficaz é intimidar e monitorar pessoas que o PCC classifica como (13:34) indivíduos-chave. (13:36) Esses são membros de cultos e grupos religiosos proibidos, manifestantes, pessoas com doenças (13:42) mentais e até usuários de drogas. (13:44) A polícia conduz operações de bater a porta para verificar a localização física (13:49) dessas pessoas, intimidá-los e adverti-los contra participação em atividades indesejáveis (13:55) ao regime.
(13:55) Outro método é formar uma equipe de cinco pessoas, geralmente um policial de patrulha, (14:02) um oficial do comitê do bairro, um representante do empregador do indivíduo-alvo, um membro (14:09) da família do alvo e um informante que tenha proximidade física ao alvo. (14:15) Tudo isso para manter o olhar atento sobre potenciais causadores de problemas, especialmente (14:22) opositores que podem organizar protestos ou viajar para Pequim para constranger as autoridades (14:28) locais. (14:29) Apesar de todas as sofisticadas e famosas tecnologias de monitoramento, são as capacidades (14:36) organizacionais do Partido Comunista que permitem que a sua vigilância funcione com (14:41) uma potência inigualável.
(14:43) Isso é importante porque nós notamos nesse modelo que não é exportável para autocracias (14:49) menos organizadas, com um alcance superficial em suas sociedades e economias. (14:55) Para vocês entenderem melhor esse ponto, assistam o vídeo aqui no canal que eu falo (15:00) sobre autocracias revolucionárias, e aí vocês vão entender a diferença dessas (15:05) autocracias e a amplitude de controle que um modelo pode ter em relação ao outro. (15:11) Enfim, essas ditaduras mais fracas, menos profundas, com menos penetração na sociedade, (15:17) elas podem importar o hardware chinês, mas elas não conseguem importar o sistema de (15:23) Pequim, o que significa que é improvável que elas desenvolvam capacidades de vigilância (15:28) tão eficientes quanto.
(15:29) O estado de vigilância da China foi crucial para prevenir o surgimento de uma oposição (15:34) organizada ao Partido Comunista na era pós-Tiananmen, mas a estabilidade política também foi (15:40) um produto dos níveis geralmente altos de crescimento econômico do país. (15:44) O estado de vigilância chinês ainda não foi testado em um ambiente econômico desfavorável, (15:50) mas tal ambiente está começando a surgir. (15:53) A bolha imobiliária estourou e aproximadamente um em cada cinco jovens está desempregado (15:59) agora no país.
(16:00) E para completar, o bônus demográfico da China acabou de vez. (16:04) Então a situação demográfica é muito desfavorável para o desenvolvimento econômico (16:09) do país. (16:10) Enfim, esses problemas econômicos vão afetar a estrutura fiscal, o orçamento do estado, (16:18) o dinheiro que o estado vai ter disponível e, nesse caso, principalmente, o quanto vai (16:23) sobrar para Pequim gastar com os crescentes custos de manutenção e atualização desse (16:30) sofisticado sistema de vigilância de alta tecnologia.
(16:34) Isso pode ser um problema em particular para os projetos Skynet e Sharp Eyes, que são (16:40) financiados por governos locais endividados e, portanto, provavelmente vão enfrentar desafios (16:47) crescentes nos anos de vacas magras que estão por vir. (16:51) O impacto de uma crise econômica prolongada também vai criar dois problemas para o aparato (16:56) de vigilância offline chinês. (16:59) Primeiro, o desemprego, a queda na renda e a diminuição das oportunidades vão aumentar (17:04) a insatisfação do povo, aumentando a carga sobre os serviços de segurança à medida (17:11) que mais pessoas vão se envolver em atividades que o partido considera ameaçadoras.
(17:16) Ou seja, vai ter mais gente insatisfeita e o partido vai precisar de mais informantes (17:20) ainda e uma estrutura ainda maior para lidar com mais pessoas ameaçando ou tentando contra (17:26) o partido. (17:26) Segundo lugar, o crescente descontentamento vai dificultar o recrutamento de novos informantes. (17:33) Um estado de vigilância em declínio vai trazer diversas questões aos governantes (17:39) chineses.
(17:39) Pequim pode decidir tratar melhor seus cidadãos na esperança de que isso limite os protestos. (17:45) Alternativamente, os líderes do país podem exigir menos do aparato de segurança, que (17:50) atualmente visa muitas pessoas que representam pouca ou nenhuma ameaça real ao governo do (17:56) partido. (17:57) Mas o resultado mais provável é que quando a repressão branda através dessa vigilância (18:03) falhar, o partido vai começar a usar a repressão dura.
(18:07) O estado de vigilância, então, pode ser substituído por algo muito pior.
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