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sexta-feira, 12 de julho de 2024

Da crise do contrato à economia de anticrese - reflexões sobre isto, fundadas na experiência de quem empreende com livros e é muito atuante na rede social

1) Um sebo ou uma livraria, seja ela física ou digital, ela trabalha a ordem fundada na crise do contrato, que é o direito do consumidor - e a crise do contrato se funda numa crise de relacionamento, pois como bem apontou Ítalo Lorenzon, em seu canal no Youtube Ligando os Pontos, se todas as pessoas, na qualidade consumidoras, têm o direito de serem bem atendidas, então elas agirão com frieza e tratarão qualquer produto como se fosse banana na feira - e por conta dessa indiferença, elas não se importarão de pagar mais caro por um produto de qualidade duvidosa - e isto é um paraíso para os aproveitadores, que vivem a apelar ao amor próprio, desvinculado do amor divino.

2) Para quem estudou a Filosofia da Crise, de Mário Ferreira dos Santos, e tem senso de empreendedorismo, o maior desafio hoje é encontrar um modelo de negócios que seja contrário a este mau uso, fundado na crise do contrato, das relações sociais, posto que é um vício decorrente da modernidade. Antes que as coisas se desmanchem no ar, e percam o seu real sentido, tudo o que é sólido e tradicional, e que aponta para Deus, primeiro se liqüefaz em liberal e moderno, fundado no amor de si até o desprezo de Deus.

3) Na minha experiência de Facebook, sempre que eu posso, eu converso com os meus contatos, sobre os assuntos sobre quais costumo escrever - se vejo que ele tem uma demanda por um livro que eu tenho, eu cubro essa demanda, desde que o livro esteja disponível para ser passado adiante, depois de digitalizado e as despesas decorrentes de suas aquisição devidamente pagas.

4.1) Depois que passo o livro adiante para um dos meus contatos, a ponto de encontrar um sucessor digno daquilo que adquiri a título singular, eu posso dizer que tive ganho sobre a incerteza nesta vida - atendi uma necessidade humana por saber e ainda fortaleci meus laços de amizade, pois servir a quem precisa fortalece a confiança.

4.2) Neste sentido, podemos falar em uma economia de anticrese, uma possível resposta à economia fundada na crise do contrato, prevista e regulada pelo direito do consumidor, que é um dos muitos braços do Estado do bem-estar social, que mata o senso de caridade das pessoas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de julho de 2024 (data da postagem original).

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