1.1) Quando separei nacionidade de nacionalidade, por influência de Borneman, é porque percebi que havia uma verdadeira crise, uma verdadeiro abismo que separa o senso de tomar o país como um lar em Cristo de tomar o país como se fosse religião em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.
1.2.1) Esse abismo só pôde ser percebido a partir do momento em que um mesmo país, um mesmo povo, foi dividido em duas esferas de influência ideológicas, uma capitalista e outra comunista. Até porque se convencionou que o ser humano é uma folha de papel onde colocar qualquer software nele, tal como se fosse um robô.
1.2.2) Isso é um erro crasso do pensamento de Locke, pois prepara o caminho para o totalitarismo, a mãe de todas as apatrias, dado que elimina todas as diferenças naturais dos seres humanos de modo que um trabalhe em função do outro.
1.2.3) A maior prova disso é que parte oriental da Alemanha foi doutrinada de modo a enxergar a parte ocidental como uma imagem distorcida num espelho.
1.2.3) Ainda que a Alemanha esteja unificada economicamente, ela está dividida espiritualmente - e só uma restauração cultural e espiritual da Alemanha cuidará desse processo. E isso se dará somente no Cristianismo e na conformidade com o Todo que vem de Deus.
2.1) Esse abismo de que eu falo, que se dá no mundo interior, até hoje perdura na Alemanha.
2.2) E em países onde há muros virtuais ou naturais, por força do regionalismo, há esse abismo também, só que não há uma fronteira ideológica marcando e manipulando o processo. Na verdade, há um Estado, tomado como religião, esmagando essas diferenças, que poderiam ser dialogadas se houvesse um federalismo verdadeiro e um Imperador que toma a todos do Brasil parte da mesma família.
2.3.1) Além da questão do estatismo, há ainda ainda a amputação espiritual que se deu quando o Brasil foi separado de Portugal.
2.3.2) Isso fez com que víssemos os portugueses como uma imagem distorcida no espelho. E esta crise só pode ser superada se Deus for o centro de todas coisas, tal como foi estabelecido em Ourique.
3) Devo ao Loryel Rocha este artigo, por força de ter ouvido uma explicação sua acerca da filosofia da crise, em Mario Ferreira dos Santos.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 19 de maio de 2017.