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sexta-feira, 31 de março de 2017

Comentários sobre as coisas que ouvi na vida, por conta de ser escritor

1) Durante muito tempo escutei coisas deste tipo, enquanto exercia meu ofício de escritor:

A) "É só isso que você faz? Não tem outra coisa melhor pra fazer?"

B) "Sendo escritor não tem como ficar rico ou ganhar a vida".

2) Mas ontem, eu ganhei meu dia: "ser escritor é uma bênção. Se não estivesse trabalhando, eu passaria o dia inteiro ajudando você em seu trabalho, José Octavio." (Auridélia, minha assistente).

3) O que faz o meu trabalho ser valorizado é gente lendo o meu trabalho e comprando os meus livros - ou fazendo doações enquanto o livro está sendo feito, de modo a que me aprimore e mais e mais. Semear boa consciência é um encargo muito pesado - não é à toa que estou numa das profissões mais difíceis desta terra.

4.1) A sorte está virando a meu favor. Espero que a providência divina me dê o que preciso de modo a que não troque o ofício de escrever por nada no mundo. Quando a advocacia for saneada, eu poderei advogar e conciliar o trabalho de escritor numa boa. Por enquanto, a advocacia tá mais pra um bico, embora pague muito bem.

4.2) E é justamente por conta disso que as pessoas acabam se corrompendo: o bico remunera melhor que a vocação. Eis porque há crise de vocações nesta terra.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de março de 2017.

Notas sobre a vedação ao anonimato e a questão das grandes cidades

1) A Constituição Federal de 1988 diz que o anonimato é proibido.

2) Se tivéssemos de fazer valer a lei, uma reforma urbana deveria ser feita de tal modo que não houvesse mais megalópoles e que as cidades todas fossem de um tamanho tal em que todos pudessem se conhecer uns aos outros.

3) Se uns conhecessem os outros por conta do tamanho pequeno ou médio de nossas cidades, é porque essas foram fundadas tendo por norte o amor a Deus, já que os habitantes dessas cidades amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Haveria uma multiplicidade de Filadélfias em torno da Terra de Santa Cruz.

4) Como a Constituição não tem por centro o Crucificado de Ourique e nem faz da Aliança do Altar com o Trono o norte desta terra, tal como um dia se fez, então a vedação não passa de letra morta.

5) É por conta dessa grave antinomia que a liberdade no país é voltada para o nada, já que isso não passa de utopia. De nada adianta vedar o anonimato se o anonimato das grandes cidades, cujo agigantamento se deu por força de si, não for quebrado. Afinal, a cidade grande é um paraíso para quem quer viver a vida no anonimato, na impessoalidade. E esse paraíso é, na verdade, um inferno na Terra.

6) Para cada reforma na lei positiva, uma reforma urbana e tecnológica deveria ser concebida para que isso possa ser concebido, enquanto realidade. Sem um ideal de vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, qualquer legislação escrita vira utopia - e isso se torna ainda mais grave quando temos o problema da instabilidade política, coisa que é própria de qualquer república.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de março de 2017.

Assim como houve guildas de navegação no passado, um dia haverá guildas de navegação virtual

1) Quando o mar era uma fronteira nova e desconhecida a ser explorada, os homens começaram construindo canoas - e depois vieram os birremes, os trirrremes, os quadrirremes, as caravelas, as carracas, os bergantins etc.

2) Quanto mais conhecimento cada geração acumulava, maior a necessidade de usar este conhecimento com responsabilidade, a ponto de ser um segredo de família e compartilhado com outras famílias que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Não é à toa que houve um tempo em que houve guildas de navegação, como foi, por exemplo, a Escola de Sagres.

3.1) Em tempos rede social, este mar nunca dantes navegado, vai ocorrer provavelmente a mesma coisa.

3.2) Na minha família, meu irmão e somos pioneiros. Meus filhos e meus sobrinhos aprenderão a navegar neste mar com base nas experiências que meu irmão e eu acumulamos e terão suas próprias experiências.

3.3) Se minha família se especializar nisso, acabará criando uma escola de navegação online, que atrairá muitos que desejam a aprender a usar a internet de maneira segura. Com isso, uma comunidade de pessoas é formada - e o conhecimento da navegação online será a primeira linha de defesa da comunidade, em face dos perigos do mundo e da impessoalidade.

3.4) Guildas inteiras terão o tamanho de cidades, onde uma guilda protegerá as outras e colaborará com o trabalho delas, já que a razão de ser dessas cidades é amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

3.5.1) Será o renascimento da Idade Média.

3.5.2) A insegurança da liberdade voltada para o nada será trocada pela segurança e estabilidade de uma boa amizade - e laços virtuais são o primeiro passo para relações reais de longo prazo, o que torna a troca de longa distância segura, fazendo com que o pais se tomado como se fosse um lar em escala continental.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de março de 2017.

A rede social é uma arma

1) O facebook é ocasião de pecado? Sim, se você tem má consciência e usa este instrumento para o mal.

2) O facebook é ocasião de santidade? Sim, se você faz o que o Crucificado de Ourique manda fazer: servir a Ele em terras distantes.

3) O que digo da minha experiência: não venha para a rede social, a menos que você tenha um propósito salvífico. Se você não estiver pronto para navegar nestas águas, terminará afogado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de março de 2017.

Política como profissão + Mandato como propriedade do partido + suplência + lista fechada = agravamento do desgoverno de facção

1) Se o mandato é do partido e o instituto da suplência é mantido conveniente e dissociado da verdade, então a lista fechada é prova cabal de que os parlamentares estão se especializando em determinadas situações políticas, seja a de conflito ou a de cooperação (conchavo).

2) Quando a situação parlamentar é a de um grande acordo de comadres, entram os grandes caciques da política, os primeiros nomes da lista fechada. Quando a situação é a de confronto, aí entram nomes como Wadih Damous, Maria do Rosário, Moema Gramacho (Maria do Lixão) - e outros. A suplência ficará nas mãos de quem faz o trabalho de tropa de choque, o trabalho sujo.

3) Isso confirma a tendência de que a política é uma profissão, a tal ponto que os políticos, com base nesse sistema, entram em uma determinada situação política ou parlamentar de modo a que consigam a vitória para o seu partido. Isso é uma evolução na guerra de facções - pois há políticos especialistas em situações políticas, já que isso é parte da guerra estratégica de modo a que o poder seja mantido ou conquistado a todo e qualquer custo.

4) Isso agrava ainda mais a mentalidade revolucionária dessa República - o que agrada ainda mais os progressistas, os revolucionários, pois ele conservam o que é conveniente e dissociado da verdade, uma vez que justiça, para eles, não passa de puro preconceito.

5.1) A estrutura do partido deixou de ser meritocracia branca, fundada em Deus; agora é hierarquia, tal como numa máfia - e nela há uma meritocracia negra, fundada naquilo que o diabo gosta.

5.2) Você começa como um capo municipal e vai subindo na hierarquia do partido até se tornar cacique nacional. É o inverso do cursus honorum, pois só o mais nefasto é que chega ao topo do partido.

5.3) Dentro dos bastidores do partido há o mais puro canibalismo (os adversários serão eliminados até mesmo pela via do assassinato ou do atentado terrorista). A política ficará ainda mais violenta - e isso é mais um indício de que há ditadura por aqui.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de março de 2017.

Notas sobre o mandato ser do partido político: o problema da suplência

1) Eis aí um problema de o mandato ser do partido, nas eleições proporcionais: a suplência. 

2) Veja o caso desse marginal chamado Wadih Damous, do PT-RJ: ele é suplente - e como num jogo de futebol, ele entra em ação sempre que ocorre alguma coisa envolvendo a Lava-Jato - ele costuma entrar toda vez que o Sergio Moro está em Brasília para colaborar com alguma comissão que visa alterar alguma lei importante de nosso ordenamento jurídico (no caso, o Código Penal). O titular entra estrategicamente de licença de modo a que ele entre no lugar e faça o que tem de fazer: terrorismo no parlamento.

3) O PT usa a suplência como tática política - e o faz com maestria, tal como um técnico que maneja seu banco de modo a reverter um resultado desfavorável. O PT coloca marginais especialistas em um determinado cenário parlamentar ou político de modo a que possam entrar em ação, sempre que a coisa estiver desfavorável a eles.

4) Agora vocês entendem por que o Lula futeboliza questões políticas? É por conta disso!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de março de 2017.

quinta-feira, 30 de março de 2017

Acessão intelectual num tempo de mentalidade revolucionária causa escravidão

1) Os que edificam liberdade para o nada dizem: "meu corpo, minhas regras". Partem da concepção de que o corpo é uma propriedade.

2) Em meu artigo mais recente, eu disse que havia uma doutrina antiga, do tempo em que o Código Civil de 1916 vigorava entre nós, em que uma casa podia ser adquirida se a razão de ser dela fosse para abrigar o quadro de alguém famoso, o que acabaria se tornando um museu. Trata-se da inversão da regra de que o acessório segue a sorte do principal - desta vez, o acessório, o quadro de alguém famoso, era o principal - e a casa que vai abrigá-lo vai ser o invólucro que vai proteger a obra da intempérie - e neste ponto a casa se torna um museu ou um armazém.

3) As feministas dizem "meu corpo, minhas regras". Se um ambientalista colocar uma melancia no pescoço delas, elas se tornam escravas do ambientalismo. É como se houvesse uma espécie de programação mental ou coisa parecida.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de janeiro de 2017.