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segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Notas sobre dois conceitos de parente distante

1) Quando era mais novo, achava que parente distante é aquele que morava geograficamente distante. Exemplo: parentes meus que moram nos EUA, como minha prima Ana Emília Bougleux, que é filha de um dos irmãos da minha mãe, Gilson de Carvalho Viégas, já falecido. 

2) Por conta de ter estudado Direito de Família, hoje sei que parente distante é aquele cujo grau é tão remoto que nem é considerado parente para efeito de sucessão por força da lei, caso eu morra sem deixar um testamento (ab intestato). Exemplo disso é o meu primo Paulo Prenda de Seabra, que mora no Rio de Janeiro, na mesma cidade em que moro. Ele é neto de uma prima da minha avó - o grau é remotíssimo. Como no Código Civil atual isso vai além do quarto grau, os primos, ele não poderá me suceder, a menos que eu escreva um testamento e legue algo a ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 28 de novembro de 2016.

domingo, 27 de novembro de 2016

Devemos rejeitar o Natal celebrado fora da Cristologia

Eis algumas coisas que estão erradas em nossa celebração natalina:

1) Montam árvore de Natal antes do primeiro domingo do advento.

2.1) Dão presente no dia 25 de dezembro, quando deveria ser dado no dia de Reis (6 de janeiro, quando o menino Jesus recebeu os presentes). Dentro da tradição cristã, é mais correto dar presente no dia 6 de janeiro. Na Itália e no México,  a época de dar presente é esta mesmo.  

2.2) Além disso, na véspera de Natal, é a celebração da gula, da fartura, da ostentação, da riqueza - e isso vai ao contrário da enaltação à pobreza, pois o Deus menino nasceu em pobreza, numa manjedoura, em meio aos animais de estábulo. E neste ponto, o apátrida nascido nesta terra está a cometer uma verdadeira heresia cristológica.

2.2) Meu pai me questionou: as crianças da vizinhança já terão os presentes no dia 25 de dezembro e meus filhos não. Eu respondo da mesma forma como minha mãe sempre agiu: darei presente sem condicionar a data, mas quando chegar o dia 6 de janeiro, eu farei o que costuma ser recomendado: verei nos meus filhos o menino Jesus que os Reis Magos viram e darei presentes a eles. A cultura errada dos apátridas que habitam esta terra não reinará na minha casa e vou preparar meus filhos para isto. Até mesmo incentivarei que meus filhos se casem com mulheres estrangeiros (ou homens estrangeiros, se eu tiver filhas), de modo a que a falsa cultura aqui praticada não reine na minha terra.

3.1) No dia 6 de janeiro, o apátrida tira a árvore de Natal. Na Polônia, que é um país que sempre fiel a Cristo, a árvore de Natal é retirada no dia da epifania do Senhor (apresentação do Jesus ao Templo, coisa que faz mais sentido, se examinarmos cristologicamente as coisas). 

3.2) É no dia da epifania do Senhor, quando termina o tempo do advento, que a árvore de Natal será retirada. Na minha casa, o catolicismo será praticado na veia - farei isso acontecer, nem que tenha de me casar com uma mulher que seja oriunda de um país onde haja essa tradição, como na Polônia.

4.1) Para você entender o Natal, você precisa viver o Evangelho. E para melhor guardá-lo, é preciso saber mais cristologia - e a Cristologia inclui a vida de Jesus - a vida pública, enquanto messias, cujo marco é o nascimento d'Ele.

4.2) O apátrida que habita esta terra só lembra do Natal por causa da árvore de Natal, por conta dos comes-e-bebes e por conta dos presentes de Natal, mas tudo isso está errado. Isso não é cristianismo. 

4.3) O Natal sem Cristo que é celebrado neste simulacro de cultura apátrida será destruído junto com esta República. Não permitirei que meus filhos tenham amiguinhos cujos pais vivam a cultura apátrida. 

4.4) Estou fundando uma nova nação que vai substituir esta falsa nação - o povo pseikone restaurará os laços fundados em Ourique, pois é este verdadeiro Brasil que queremos e que nos foi sonegado por conta deste nacionalismo boçal e chinfrim, tal como o conhecemos. É isto que desejo destruir - e como disse Nietzsche, só é possível destruir aquilo que deve ser substituído. E esta cultura apátrida pode ser substituída com uma outra cultura no lugar - por isso, estou criando esta cultura em minha própria casa, pois é nela que terei condições de exercer autoridade legítima, por força de lei natural, pois serei pai e marido.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de novembro de 2016.

Comentários adicionais:

Leonardo Seville:

Eu monto a Coroa do Advento no primeiro Domingo deste tempo litúrgico.

Monto a árvore de Natal somente no dia 17/12, que é quando o Advento torna-se preparação IMEDIATA para o Natal (antes disso, o Advento fala da SEGUNDA vinda de Cristo, não a primeira).

No dia de Natal, acrescento uma vela branca no centro da Coroa.

Desmonto a árvore de Natal no dia da Epifania (que no Brasil em geral cai em outro dia, não dia 6/1). No dia da Epifania, também marco as portas da minha casa pelo lado de dentro com as iniciais "G+M+B+ A.D.2017" (Gaspar + Melchior + Baltazar + Anno Domini 2017), a exemplo do que aprendi com frades poloneses e que depois vi na própria Polônia quando visitei o país.

Ao fim do Ciclo do Natal, na festa do Batismo do Senhor, desmonto a Coroa.

sábado, 26 de novembro de 2016

Das ações e omissões úteis e das ações e omissões necessárias

1) Quando há muita gente concorrendo para o mesmo fim - denunciar as atrocidades do regime cubano e lembrar, da forma como Allan dos Santos e Italo Lorenzon fizeram, de  que não se deve pagar o mal com o mal -, fazer comentários comentários adicionais é desnecessário. Quando o serviço à verdade é bem prestado, a presença de mais um interventor para discorrer a respeito da matéria se torna um fato irrelevante - neste caso, é possível falar em ações ou omissões úteis à causa da verdade.

2.1) Quando há muito pouca gente fazendo o que deve ser feito, sua intervenção é mais do que útil - ela é necessária, dado que, se houver omissão, você estará agindo como uma espécie de agente garantidor da ação revolucionária, pois sua omissão se funda no fato de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Trata-se de um pecado grave, da mesma natureza que um crime comissivo por omissão, no âmbito criminal.

2.2) No caso do nacionismo e daquilo que foi fundado em Ourique, minha presença neste assunto se faz necessária, visto que há muito pouca gente colaborando nesta matéria. Se eu não fizer o que deve ser feito, a má consciência que assola este país jamais será extirpada. Por isso, tratar deste assunto é meu trabalho - e estou sempre diante de um juiz onisciente que monitora meu trabalho todos os dias. Para onde eu for, lá estará ele comigo, para me fiscalizar, para me guiar (na figura do Espírito Santo), para me consolar e me corrigir, na figura do Cristo que está no confessionário, coisa que está representada na figura de um padre ou bispo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de novembro de 2016.

sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Da capitalização moral e da capitalização econômica

1) A riqueza material é fundada num ciclo produtivo, que é um processo - e como todo processo, é movido por preclusões. Por isso mesmo, é uma função - uma vez que você investe numa atividade produtiva, você precisa esperar o ciclo se completar, de modo a colher o que plantou. A capitalização financeira é toda voltada em ciclos.

2) A capitalização moral é um caminho de duas vias: se A investiu em B, B investirá em A, se for uma pessoa grata e souber conservar na carne tudo aquilo que decorreu da dor de Cristo. Exemplo disso é a mãe que cuida do filho enquanto pequeno e o filho crescido que cuida da mãe, na velhice.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2016.

quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Lembranças do facebook e o processo da pesca de si, através da memória

1) O facebook costuma me lembrar das postagens anteriores feitas ao longo dos anos, obedecendo a um ciclo que vai desde o dia 1º de janeiro até o dia 31 de de dezembro.

2) Graças a essas lembranças, eu posso recuperar no longo prazo as postagens que publiquei em meu mural, ao longo dos anos - e com isso, com a pesca sistemática das lembranças, vou reconstituindo todo o meu acervo no facebook, até torná-lo completo

3) Quando meu acervo estiver completo, eu posso pescar as lembranças do Haroldo e de outros contatos importantes e aí vou montando um acervo do que cada um produziu ao longo de uma vida - e aí eu abro um blog para eles com base no que postaram no facebook.

4) Uma pesca de longo prazo favorece a uma análise e comparação de dados mais extremada, dado que é uma pesca de homens mais extremada, coisa que se dá a partir do que fizeram de melhor no passado - e é com base nisso que construo mais e mais informações. Basta uma cooperação neste sentido e muito mais coisa será produzida.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2016.

A função empresarial sistemática, enquanto ciclo produtivo, não pode ser separada das relações sociais que o constituíram, pois não é puro

1) Do ponto de vista da doutrina geral sobre os bens de Carl Menger, os bens de terceira ordem são transformados em bens de segunda ordem - e esses bens de segunda ordem, com o apoio de todos os bens complementares necessários, são transformados em bens de primeira ordem, os necessários ao atendimento das necessidades humanas mais imediatas - os bens de consumo. 

2) O ciclo de produção ao consumo é uma função, pois o bem de segunda ordem não pode ser revertido em bem de terceira ordem, pois a farinha não pode voltar a ser trigo, assim como o pão não pode voltar a ser farinha, água ou a energia gasta pelo padeiro para produzi-lo.

3.1) Se formos ver o que não se vê, tal como diz Bastiat, por trás desta função há uma relação entre pessoas, em que A investe em B e B investe em A, por conta do princípio da solidariedade e da confiança.

3.2) Esta função não pode ser separada das relações fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus - se ela fosse pura, ela faria tudo o que é sólido se desmanchar no ar. Como isso se dá em escalas, ela faria as relações sociais serem líqüidas, tal como Zygmunt Bauman afirmou corretamente, pois o líqüido assume a forma de seu recipiente. 

3.3) Se cada recipiente tem sua verdade, então basta conservar o que é conveniente e dissociado da verdade - e isso está à esquerda do Pai no seu grau mais básico.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2016 (data da postagem original).

Comentários quanto à natureza da prescrição criminal no âmbito do Código Penal e sobre a necessidade de reformar o instituto

1) No Direito Penal brasileiro, a prescrição do crime começa a correr a partir do momento em que o crime foi praticado. O trabalho da polícia e da justiça deve ser conjunto, de modo que o criminoso não saia impune.

2.1) Esta regra era verdade numa época em que a sociedade não tinha tantos problemas com banditismo. 

2.2) Em tempos como os nossos, no entanto, a verdade é outra e pede outra regra, dado que o trabalho da polícia é autônomo em relação ao trabalho do Poder Judiciário.

2.3) A polícia tem um prazo para capturar o suspeito pela prática do crime e levá-lo à justiça. Uma vez que o Ministério Público tem a convicção de que o indiciado deve virar réu, o prazo da prescrição é interrompido (resetado, na nossa linguagem atual), por conta da mudança de estado, pois o sujeito deixou de ser investigado e passou a ser réu, o que é publicamente relevante.

2.4) No âmbito do Judiciário, começa a correr o prazo da prescrição para julgarem o réu, condená-lo e confirmar a sentença, se houver crime realmente praticado pelo agente. Este é o prazo para se exigir o direito de punir. Se a Justiça não fizer bem o seu trabalho, o Estado será objetivamente responsável por não fazer o seu trabalho, uma vez que o réu está sob a tutela do Estado e este, por sua vez, corre  todos os riscos próprios da incúria, pois o ônus da prova cabe a quem acusa.

3) Para a nossa realidade, marcada pelo banditismo e por um judiciário atolado de processos, a teoria do dois estágios da prescrição do crime é a que melhor atende a nossa realidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2016 (data da postagem original).