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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Da relação entre custo de oportunidade e horário noturno

1) Para quem realiza atividade econômica organizada, prover a população com recursos pode implicar nesta decisão de negócios: escalar empregados de qualidade para o horário noturno.

2) Obviamente, o horário noturno deve ser mais bem remunerado do que o horário natural, que é o do dia. Além da remuneração habitual pelo trabalho, haverá uma indenização, uma compensação por força de o empregado estar privado das horas em que deveria estar dormindo, o que afetará todo o seu biorritmo de vida.

3) A questão de haver regras no que tange ao trabalho no horário noturno se dá por conta de que há empresários inescrupulosos que não pagarão um valor compensatório adicional ao valor que é pago ao empregado, de maneira liberal e habitual. Esse conflito de interesses precisa ser prevenido e combatido, o que justifica uma regulação dessa natureza - no entanto, a questão da compensação é matéria natural, já que o sensato, que serve e age tal como um Cristo de sua empresa, sempre zelará pela saúde de seu empregado - a tal ponto que pagará uma compensação justa, por conta da necessidade do serviço, pois às vezes isso pode se dar por força de ordem pública, como atender a uma demanda decorrente de uma calamidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2016.

Notas sobre a importância dos jogos eletrônicos para o desenvolvimento das habilidades científicas

1) Se a economia estuda a ação humana, então a melhor maneira de se estudar uma realidade é simulando-a num jogo computadorizado.

2) A mesma coisa se dá no Direito, pois a decisão judicial tende a obedecer aos princípios do dilema do prisioneiro, base sob a qual se assenta a chamada teoria dos jogos, essencial para se estudar a cooperação entre os indivíduos.

3) A simulação não é a própria realidade, mas uma reprodução limitada de alguns aspectos de modo a que se compreender melhor o que acontece. Em ciências sociais, equivale ao laboratório dos cientistas em ciências naturais.

4) A grande vantagem da interconexão dos saberes está por conta da interdependência: o cientista social precisará de gente especializada de modo a fazer simuladores que reproduzam com o máximo de precisão aquilo que foi coletado da análise de campo sociologicamente falando. Esses simuladores, esses jogos eletrônicos, atiçam a imaginação de muita gente e os faz buscarem ainda mais conhecimento, de modo a fazer coisas melhores.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de outubro de 2016.

sábado, 1 de outubro de 2016

Por que o diário do escritor é como a forja do ferreiro?

1) Nem sempre quem escreve está inspirado para escrever. Às vezes, algo bom deve ser feito com outro método: rascunhando.

2) Quando não estou num bom dia para escrever, costumo abrir vários txts, anotando vários pedaços de idéias que costumam vir aqui e ali da minha mente. De posse desses vários fragmentos, vou juntando um ao outro de modo a encontrar uma ordem, uma concatenação lógica que leve às pessoas a compreenderem as coisas dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Pelo menos, este é um caminho que pode ser adotado por um escritor iniciante, quando este não está inspirado. Se o conservador é quem conserva a dor de Cristo, então esse momento de registrar e descrever a dor de ver o Cristo sendo Crucificado e humilhado diante do Calvário necessita que sua alma e suas técnicas de escrita sejam forjadas tal como se faz com o ferro repetidas vezes até se tornar uma arma útil - afinal, se a alma do escritor é uma arma, ela deve passar por esse processo de forja e reforja repetidas vezes, pois a verdade vai readequando as formas sucessivamente de modo a que fiquem em conformidade com o Todo que vem de Deus, ao longo do tempo. É justamente neste sentido que o professor Rodrigo Gurgel tanto fala - e eu assino embaixo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 1º de outubro de 2016 (data da postagem original).

Matérias relacionadas:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/10/da-importancia-de-ser-escritor-para-se.html

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/10/um-blog-de-qualidade-nasce-como-um.html

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Notas sobre o sentido de se estudar História

1) O historiador britânico E. H. Carr (1892-1982) alertou que a História não é uma narrativa única, bem definida e muito menos um conjunto de fatos que podem ser memorizados, mas um terreno de contestação entre interpretações que competem e evoluem, cuja influência se dá tanto pelo tempo e pelo lugar, bem como por qualquer conjunto de fatos. (E.H. Carr, "What is History?" 1961). Este é um bom argumento, já que fazer ciência nesse campo implica estudar essas interpretações de modo a que elas melhor expliquem os fatos que estão registrados (postos) nos documentos daquele tempo em que foi produzido - e a interpretação, tal como se dá no Direito, é um exercício permanente de adequação de pensamentos teóricos à realidade das evidências obtidas, de modo a que compreendamos a verdade contida naqueles documentos.

2) Por essa razão, para se compreender a História, é preciso, pois, estudar a melhor maneira de se interpretar um texto de modo a que você atinja à verdade, fundamento da liberdade. Trata-se de um verdadeiro exercício de hermenêutica - a História da Civilização deve ser entendida no sentido de uma História da liberdade (em Cristo) como uma reação em face da tirania, da opressão e da escravidão exercida por governos despóticos ou a serviço daqueles que promoveram o mal, seja através de falsa filantropia ou de ambição estúpida. Ainda que não seja possível compreendê-la, por um momento, em sua inteireza, pelo menos podemos chegar o mais próximo possível dela, se não houver outras evidências que completem ou reforcem aquilo que você está vendo através dessas provas, por meio de seus sentidos.

3) Você precisa estar de boa-fé para se chegar à verdade, já que os documentos históricos são verdadeiros monumentos do passado - a ideologia, que manipula e mascara a verdade com o intuito de se obter o poder absoluto, é a negação do ideal científico de se investigar o mundo em busca da verdade.

Atenciosamente,

José Octavio Dettmann

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Quando a monarquia for restaurada, eu vou morrer contente

1) Se eu ainda estiver vivo quando a monarquia for restaurada, eu posso dizer que aos meus filhos e netos que minha vida valeu a pena, pois minha alma não foi pequena. Servi, e ainda sirvo, a Cristo nestas terras distantes e tomei o Brasil como o meu lar, por força daquilo que foi edificado em Ourique. E disso não abro mão, pois isso não morrerá comigo, uma vez que se funda na verdade.

2) Assim como amei o Brasil que D. Pedro II governou, eu posso dizer aos meus filhos e netos que minha vida, tal como faço agora, é um corajoso testemunho desse Brasil verdadeiro que será restaurado, quando a monarquia voltar. Ao contrário de uma utopia, minha causa tem lugar na conformidade com o Todo que vem de Deus - e por isso mesmo, sou um verdadeiro herdeiro do porvir, pois estou a preparar a terra para isso.

3) Enfim, lutar pela restauração daquilo que se fundou em Ourique vai me levar à pátria definitiva. Se eu for canonizado, por conta da causa, já será lucro pra mim. O que eu mais quero é o meu país de volta, esse que os republicanos tiraram de mim quase 100 anos antes de eu nascer. Por isso que dou graças a Deus pelo privilégio de estudar História do Brasil de tal maneira a lutar contra essa injustiça, pois isso clama aos céus e se funda na eternidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de setembro 2016.

Se D. Luiz I é pai de nossa pátria, então a Rainha da Inglaterra é nossa tia

1) D. Luiz I é, por Direito Natural e pela graça de Deus, Imperador do Brasil, então ele é o legitimo sucessor de D. Pedro II. Ou seja, ele é o pai de nossa pátria - por essa razão, posso chamá-lo de meu pai - se tomei D. Pedro II por meu pai, não seria difícil tomar o atual Imperador da mesma forma, já que D. Luiz I é herdeiro dele.

2) Como nas monarquias os povos são tomados como uma grande família, então não seria estranho chamar a Rainha da Inglaterra de minha tia, pois a Inglaterra e o Império do Brasil são irmãos por força do batismo que fundou os dois reinos, embora a Inglaterra tenha renegado sua fundação católica. Como todos os soberanos são irmãos por força de Cristo, então posso tomar um inglês como meu primo, em Cristo. Ou seja, entre mim e um inglês não há uma relação entre estranhos, mas uma verdadeira vizinhança, pois todas as monarquias cristãs são parte da Cristandade, onde Cristo diz o direito, por ser o Rei dos Reis.

3) Não é um parentesco de sangue - trata-se de uma parentesco na fé, muito mais amplo do que o conceito de família, isso se tomarmos o sentido sociológico do termo, que só abrange quem está no mesmo teto, o que reduz os nossos horizontes, a tal ponto que acabamos não percebendo esta realidade que é evidente por si mesma. Isso transcende toda a esfera do privado; ela é, na verdade, a verdadeira ordem pública.

 José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2016.

Como o centralismo levou ao neopaganismo e à republicanização do mundo

1.1) Não é da natureza da monarquia o centralismo administrativo.

1.2) Como o Rei tende a tratar seu povo como se fosse parte da família, a corte acaba sendo itinerante e o Parlamento acaba sendo montado a partir da reunião eventual dos melhores da Pátria em torno do Rei, o Pai da Pátria e o primeiro cidadão da verdadeira república fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Onde o Rei fixa a sua residência, a cidade termina sendo a principal cidade da nação, por conta de o Rei estar presente ali.

2.1) Como as estruturas de poder se tornaram complexas - a tal ponto que era preciso que se resolvessem problemas políticos e econômicos do modo mais meticuloso e pragmático possível, por meio de métodos científicos fundados na Ciência do Poder - inevitavelmente o país foi descambando para um totalitarismo - e a monarquia cristã e orgânica passou a ser uma república laica, neopagã e mecânica.

2.2) O primeiro momento em que isso se deu foi no absolutismo, a partir do momento em que vemos o governante dizer que o Estado era ele ou que ele era o senhor do senhores e não o servos dos servos, tornando-se uma espécie de Messias e esquecendo-se completamente do fato de que ele era um vassalo de Jesus Cristo, um filho da Igreja, um exemplo a ser seguido pelo povo, por ser o primeiro cidadão da nação tomada como se fosse um lar em Cristo - e tal postura viola à Lei Natural, o princípio da nao-traição à verdade revelada.

2.3) Por conta desse fenômeno do centralismo, a teoria política do patriarcado - do poder natural dos reis, por força de um mandato de Céu - acabou se perdendo. E o país tomado como se fosse um lar em Cristo acabou se reduzindo a um país tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Isso se deu a tal ponto que os melhores da pátria foram substituídos pelos piores do povo, pois a nova classe política, essa classe de víboras por profissão, era produto do mesmo espírito proletário que afetou a toda a sociedade por conta da Revolução Industrial - e isso é tão verdadeiro que não se preocupavam mais com o bem comum, mas com as próximas eleições.

3) Desde que os ventos dessa nova ordem que edificou liberdade para o nada atingiram o mundo português como um todo, o País acabou perdendo sua história, fundada em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/a-metropole-e-filha-da-centralizacao.html