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sábado, 8 de dezembro de 2018

Resposta à pergunta de um amigo

Um amigo meu me fez esta pergunta pertinente: por força do princípio de que devemos nos submeter à autoridade, você acha importante pagar corretamente os tributos?

A resposta que dou a ele é a seguinte:

1) Se as autoridades estiverem revestidas de Cristo, que é o verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, então nós devemos pagar os tributos da maneira mais correta possível - em terras agricultáveis próximas ao rio, por exemplo, é preferível usar nilômetros, pois dão medidas mais exatas do que certos cálculos econométricos, fundados na riqueza como sinal de salvação.

2) Enquanto a taxa é destinada a quem toma um determinado serviço específico da autoridade pública, o imposto é destinado a todos, por conta do potencial de este ser oferecido a toda e qualquer pessoa em razão do princípio da impessoalidade, uma vez que o tomador de um determinado serviço indiretamente beneficia uma outra pessoa.

3.1) Pagar corretamente os impostos implica que você não enganará o verdadeiro Deus e verdadeiro homem, uma vez que isso é impossível, sem mencionar que a fonte da verdadeira autoridade decorre de Deus.

3.2) O problema do Estado moderno é que o presidente se tornou um divo, um imitador do faraó do Egito, uma vez que lei é força, pois o ato de dizer o direito se divorciou da verdade, a ponto de se tornar arbítrio, onde a força da autoridade é aplicada com fins vazios, já que o Estado foi tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

4.1) Por conta do princípio da confiança, o que faz com que a obediência à autoridade se dê por fins justos, produtivos, seria mais sensato que a cobrança de tributos se desse de forma costumeira, uma vez que estamos vendo no vassalo de Cristo o próprio Cristo, a quem não devemos, nem podemos, enganar.

4.2) Esses tributos são pagos em reconhecimento pelo serviço prestado - e por força do exemplo, regiões vizinhas começam a pagar tributos espontaneamente porque querem ser sujeitas à sua proteção e autoridade, uma vez que o exemplo arrasta.

4.3) Se o valor do tributo é alterado por conta da lei, então isso inviabiliza a construção de confiança, a ponto de a cobrança ser servida com fins vazios, a ponto de pensarem que o tributo é roubo. 

José Octavio Dettmann



Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2018.

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