1) O fim do homem é a busca da felicidade. Mas essa busca é plena na verdade, coisa que se funda no verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, a quem devemos imitar.
2.1) O homem necessita do pão e da palavra de Deus para se sentir satisfeito, feliz por conta de suas necessidades terem sido bem atendidas. Por isso, a cidade dos homens tende a melhor imitar a Jerusalém Celeste quando provê as duas coisas.
2.2) Neste ponto a economia da salvação tende a preparar a todos para a polis definitiva: a Jerusalém celeste. E não é à toa que devemos servir ordem de modo a que ordem bem nos sirva, com base no princípio da confiança, uma vez que devemos amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, uma vez que devemos nos amar uns aos outros como Jesus nos amou.
3.1) Deus veio trazer a vida e vida em abundância.
3.2) Como a riqueza decorre da vida, então o lastro da riqueza se dá em coisas que possam se reproduzir por si mesmas, uma vez que elas são produtivas porque se fundam nos propósitos de Deus, como são as sementes das plantas.
3.3.1) Como Deus veio dar vida em abundância, e a riqueza decorre da vida, então o cálculo econométrico fica impossível, uma vez que não há escassez - e é com base na escassez que as coisas são quantificadas, levando o mundo a prezar o materialismo e a imanência a ponto de preferir os bens presentes aos bens futuros, uma vez que o homem só é tomado como medida de todas as coisas porque ele só é capaz de construir pontes onde há escassez, coisa que se funda no amor de si até o desprezo de Deus.
3.3.2) Isso leva ao pragmatismo, a ponto de a liberdade ser servida com fins vazios - e se isso for conservado conveniente e dissociado da verdade, então isso leva a pensamentos eugênicos, que tendem a ver a boa saúde como uma conseqüência da riqueza como sinal de salvação, negando o princípio de que a vida com deficiência é uma espécie de evangelho não escrito que aponta a todos para conformidade o Todo que vem de Deus, uma vez que sem a ação do Espírito Santo nada podemos fazer, pois nem mesmo seremos capazes de construir essas pontes, a ponto de ligar um lugar ao outro.
3.4) É por não haver escassez, já que nada é impossível para Ele, que o verdadeiro Deus e verdadeiro homem é equiparado a um bolchevique, uma vez que Mises comprovou que o cálculo econômico é impossível numa economia socialista.
3.5.1) Mas o socialismo se funda no homem como a medida de todas as coisas.
3.5.2) Como todo homem tem o direito à verdade que quiser, então todo e qualquer homem se torna um divo empoderado, capaz de mentir em nome da verdade, daquilo que conserva conveniente e dissociado da verdade, uma vez que nega o verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que é Jesus Cristo.
3.5.3) O Estado - a mais elevada das instituições criadas pelo homem - é tomado como se fosse religião, uma vez que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.
3.5.4) O socialismo decorre da riqueza como sinal de salvação, visto que o mundo foi dividido entre eleitos e condenados - e os revolucionários são progressistas porque são mais radicais nesse conservantismo.
3.5.5) Se a riqueza se torna sinal de salvação, então haverá salvacionismo na política, o que fomenta totalitarismo. Qualquer utopia é prometida ao camponês, que só quer pão, terra e trabalho.
3.5.6) Como Deus, a verdadeira esperança, foi negado, então o camponês é enganado - como os homens não são deuses, então suas promessas são vazias, porque se fundam em coisas conservadas convenientes e dissociadas da verdade, a ponto de serem impossíveis.
3.5.7) Para Kant, o homem é o animal que mente - o que é falso, pois Jesus foi verdadeiro Deus e verdadeiro homem, a ponto de ser a verdadeira medida de todas as coisas.
3.5.8) Como esse argumento não pode ser aplicado a Cristo, então Mises, que é um neokantiano, não sabe do que está falando, quando equipara os cristãos aos comunistas.
4.1) É por essas razões que o pensamento econômico católico nunca será um pensamento socialista.
4.2) A felicidade em Cristo não pode ser quantificada nem medida, porque a riqueza, fundada na vida em abundância, é abundante. E se é abundante, ela vai ser usada na construção do bem comum, uma vez que nada se perde, nada se cria - tudo se transforma.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 8 de dezembro de 2018 (data da postagem original).
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