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quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Sobre o princípio de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento - um comentário sobre isso

1) Olavo de Carvalho costuma reportar a Santo Tomás de Aquino, quando diz que o verdadeiro amigo é aquele que ama e rejeita as mesmas coisas que você.

2) Se você não estiver revestido de Cristo - que é verdadeiro Deus e verdadeiro homem, a verdadeira medida de todas as coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus -, então amar e rejeitar as mesmas pode se fundar sobre qualquer coisa que seja conservada de maneira conveniente e dissociada da verdade, a ponto de a unidade não ser cabível em um lugar onde o mundo é dividido entre eleitos e condenados, uma vez que tal proposta será servida com fins vazios. Afinal, jamais haverá unidade onde há consenso momentâneo fundado no amor de si até o desprezo de Deus, onde o Estado será tomado como se fosse religião, em que tudo estará no Estado e nada estará fora dele ou contra ele.

3) Não é à toa que o verdadeiro Deus e verdadeiro homem trouxe a espada para estabelecer de maneira definitiva o limite entre o que deve ser conservado por conta da dor de Cristo e o que é conservado por conta da insensatez das pessoas, que insistem em escolher o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de esse pecado fundado na estupidez e na soberba clamar aos céus.

4) E é com base nesse limite estabelecido por Cristo que você deve estabelecer laços de sangue com todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Se encontro uma mulher que conserva a dor de Cristo e é sensata, então eu devo me unir a essa mulher, ainda que eu não me sinta atraído por sua beleza física. O amor à verdade precisa ser maior que a concupiscência carnal - e é aí que se faz uma aliança a três fundada no casamento.

5.1) Quando me uno a alguém por conta de sua sensualidade, sem levar em conta se essa pessoa de fato é esquerdista, então a tendência é a aliança temporal se desmanchar, uma vez que se fundou em bases precárias.

5.2) A maioria das famílias estão divididas, portanto desestruturadas, porque não se uniram com base no fato de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, mas por critérios fundados na matéria (seja a riqueza do pretendente, seja por conta do sex appeal da pretendida). E isso só reforça a cultura do divórcio, uma vez que não há unidade na luta contra o mal que se abate sobre a polis - e a divergência política é uma das causas de divórcio.

6.1) Enfim, não haverá nobreza se não houver famílias formadas a partir do princípio de que devemos nos unir amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, na conformidade com o Todo que vem de Deus - e esse princípio deve e precisa ser a razão que constitui a polis.

6.2) Os laços de amizade precisam se converter em laços de sangue - só assim é que o país será tomado como um lar em Cristo. Onde não houver famílias unidas neste fundamento, o Estado será tomado como se fosse religião, pois tudo estará no Estado e nada estará fora dele ou contra ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de outubro de 2018.

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