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terça-feira, 30 de outubro de 2018

Notas sobre a democracia como processo de desfazer autocracias

1) O professor Loryel Rocha, mais recentemente, têm sustentado a tese de que democracia é um processo de desfazer autocracias, seja no aspecto político, seja no aspecto econômico, seja no aspecto social.

2.1) Numa ordem onde a riqueza é vista como sinal de salvação, o processo para se desfazer a autocracia econômica se dá quando os poderes de usar, gozar e dispor dos bens da vida são distribuídos sistematicamente a ponto de estarem nas mãos de todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

2.2.1) Se Cristo é a verdade, então essa verdade conhecida deve ser obedecida, a ponto de dar a esses três poderes em conjunto uma justa destinação de modo que o maior número pessoas promova o bem comum e assim fazer com o que o maior número de pessoas vá para a pátria definitiva, que se dá no Céu, já que a vida eterna é o valor mais importante para se tomar o país como um lar em Cristo.

2.2.2) Por isso o distributivismo leva necessariamente à democratização da propriedade privada, negando a autocracia que é própria da ética protestante, que faz da riqueza sinal de salvação, uma vez que o mundo foi demiurgicamente dividido entre eleitos e condenados, a ponto de tudo estar no Estado e nada fora do Estado e contra o Estado, sendo que esta ordem será governada por todos aqueles que foram eleitos, predestinados com a riqueza. E não à toa que isso leva ao fascismo, já que o eleito, que é o forte, não pode fundir-se com o fraco, que está de antemão condenado.

3.1) Quando Loryel critica o lema do governo Bolsonaro, de que é preciso conhecer a verdade de modo que a verdade nos liberte, ele fica falando um bando de sandices, como se o governo Bolsonaro fosse um governo fascista, nos mesmos moldes do PT.

3.2.1) Santo Tomás de Aquino dizia que é preciso servir ordem de modo que a ordem bem nos sirva - e o serviço da ordem pede necessariamente que a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, seja bem servida.

3.2.2) Isso pede que o Estado, a mais alta das instituições criadas pelo homem, se subordine aos ensinamentos da Igreja Católica, a ponto de haver um reinado social de Jesus Cristo em toda a Terra.

3.2.3) Se houver ordem servida, então haverá verdade conhecida e obedecida, a ponto de liberdade ser usada de tal forma a edificar algo nobre e duradouro, pois as pessoas estão livres em Cristo, por Cristo e para a Cristo, uma vez que estão conservando a memória da dor d'Ele na Santa Cruz, pois Ele nos libertou da escravidão do pecado de modo a nos colocar na Santa Escravidão de Deus.

3.2.4) Se a liberdade tiver mais peso que a ordem, que a verdade, então a democracia mais servirá para servir liberdade com fins vazios, gerando uma espécie de anarquia. E anarquia leva a totalitarismo, já que o homem, e não Deus, se tornou a medida de todas as coisas.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 30 de outubro de 2018.

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