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quarta-feira, 31 de outubro de 2018

A História de Portugal não se reduz a Ourique

1) Jaime Cortesão, na sua Teoria Geral dos Descobrimentos Portugueses, costuma dizer que explicações históricas que tendem a uma única causa tendem a ser falsas. Ele se baseia no argumento de John Stuart Mill, quando se refere ao método geométrico de Karl Marx.

2.1) Houve quem tentasse buscar contar a História de Portugal a partir de Viriato, o antigo rei dos lusitanos, a ponto de negar Ourique. Mas, como bem apontou o professor Loryel Rocha, a história de Viriato a D. Afonso Henriques pode ser contada como a pré-história de Portugal, cuja razão de ser se deu em Ourique. Podemos falar que o período entre Viriato e D. Afonso Henriques constitui o antigo testamento do evangelho português, que deu ao novo, fundado em Ourique, o seu lugar.

3.1) A gênese da monarquia republicana portuguesa nasce do diálogo dessa nova ordem fundada em Ourique, que decorreu de um milagre, com a antiga estrutura de poder que havia em Portugal durante o tempo dos lusitanos.

3.2) Essa estrutura de poder foi preservada pela monarquia de Aragão, se não me engano, e foi temperada com institutos do Direito Romano, já cristianizado.

3.3) Por conta do registro e preservação dos usos e costumes de cada localidade de Portugal, coisa que ocorreu nas cortes de Lamego, essa estrutura de poder foi se expandindo junto com a missão de servir a Cristo em terras distantes.

3.4) Diferentes usos e costumes foram sendo registrados e preservados, fazendo com que os foros locais fossem leais ao Rei na missão de servir a Cristo em terras distantes.

3.5.1) Esses foros eram livres, tinham suas próprias leis, seus costumes e tinham sua própria guarda local, de modo a proteger a localidade de uma invasão estrangeira.

3.5.2) Era assim que Portugal conseguia defender seus domínios no além-mar, embora fosse um país pequeno. Era uma estrutura de federalismo pleno - por conta da secessão do Brasil, essa estrutura foi desmontada, gerando uma ruptura tremenda.

3.5.3) Por isso que a secessão foi uma agressão - não só a Cristo, mas também à toda aquela realidade histórica que havia em Portugal antes da missão.

3.5.4) Sem termos pleno conhecimento da História de Portugal, não podemos mensurar a dimensão dessa agressão que a maçonaria promoveu nesta terra, assim como não podemos mensurar o impacto da secessão do Brasil na economia de Portugal e na economia da civilização cristã como um Todo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 31 de outubro de 2018.

Comentários adicionais:

Carlos Cipriano de Aquino:  

1) Portugal, assim como qualquer outra nação, foi se formando de modo complexo com o passar dos anos. 

2) Temos que nos ater ao conceito de identidade como a síntese de toda a narrativa histórica de um determinado povo. Esse é o único fator que nos permite ver a multiplicidade de elementos que vão sendo expelidos ou integrados de uma dada cultura na medida em que sua história se sucede pela ação do tempo.

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