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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Notas sobre o sentido de se estudar História

1) O historiador britânico E. H. Carr (1892-1982) alertou que a História não é uma narrativa única, bem definida e muito menos um conjunto de fatos que podem ser memorizados, mas um terreno de contestação entre interpretações que competem e evoluem, cuja influência se dá tanto pelo tempo e pelo lugar, bem como por qualquer conjunto de fatos. (E.H. Carr, "What is History?" 1961). Este é um bom argumento, já que fazer ciência nesse campo implica estudar essas interpretações de modo a que elas melhor expliquem os fatos que estão registrados (postos) nos documentos daquele tempo em que foi produzido - e a interpretação, tal como se dá no Direito, é um exercício permanente de adequação de pensamentos teóricos à realidade das evidências obtidas, de modo a que compreendamos a verdade contida naqueles documentos.

2) Por essa razão, para se compreender a História, é preciso, pois, estudar a melhor maneira de se interpretar um texto de modo a que você atinja à verdade, fundamento da liberdade. Trata-se de um verdadeiro exercício de hermenêutica - a História da Civilização deve ser entendida no sentido de uma História da liberdade (em Cristo) como uma reação em face da tirania, da opressão e da escravidão exercida por governos despóticos ou a serviço daqueles que promoveram o mal, seja através de falsa filantropia ou de ambição estúpida. Ainda que não seja possível compreendê-la, por um momento, em sua inteireza, pelo menos podemos chegar o mais próximo possível dela, se não houver outras evidências que completem ou reforcem aquilo que você está vendo através dessas provas, por meio de seus sentidos.

3) Você precisa estar de boa-fé para se chegar à verdade, já que os documentos históricos são verdadeiros monumentos do passado - a ideologia, que manipula e mascara a verdade com o intuito de se obter o poder absoluto, é a negação do ideal científico de se investigar o mundo em busca da verdade.

Atenciosamente,

José Octavio Dettmann

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Quando a monarquia for restaurada, eu vou morrer contente

1) Se eu ainda estiver vivo quando a monarquia for restaurada, eu posso dizer que aos meus filhos e netos que minha vida valeu a pena, pois minha alma não foi pequena. Servi, e ainda sirvo, a Cristo nestas terras distantes e tomei o Brasil como o meu lar, por força daquilo que foi edificado em Ourique. E disso não abro mão, pois isso não morrerá comigo, uma vez que se funda na verdade.

2) Assim como amei o Brasil que D. Pedro II governou, eu posso dizer aos meus filhos e netos que minha vida, tal como faço agora, é um corajoso testemunho desse Brasil verdadeiro que será restaurado, quando a monarquia voltar. Ao contrário de uma utopia, minha causa tem lugar na conformidade com o Todo que vem de Deus - e por isso mesmo, sou um verdadeiro herdeiro do porvir, pois estou a preparar a terra para isso.

3) Enfim, lutar pela restauração daquilo que se fundou em Ourique vai me levar à pátria definitiva. Se eu for canonizado, por conta da causa, já será lucro pra mim. O que eu mais quero é o meu país de volta, esse que os republicanos tiraram de mim quase 100 anos antes de eu nascer. Por isso que dou graças a Deus pelo privilégio de estudar História do Brasil de tal maneira a lutar contra essa injustiça, pois isso clama aos céus e se funda na eternidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de setembro 2016.

Se D. Luiz I é pai de nossa pátria, então a Rainha da Inglaterra é nossa tia

1) D. Luiz I é, por Direito Natural e pela graça de Deus, Imperador do Brasil, então ele é o legitimo sucessor de D. Pedro II. Ou seja, ele é o pai de nossa pátria - por essa razão, posso chamá-lo de meu pai - se tomei D. Pedro II por meu pai, não seria difícil tomar o atual Imperador da mesma forma, já que D. Luiz I é herdeiro dele.

2) Como nas monarquias os povos são tomados como uma grande família, então não seria estranho chamar a Rainha da Inglaterra de minha tia, pois a Inglaterra e o Império do Brasil são irmãos por força do batismo que fundou os dois reinos, embora a Inglaterra tenha renegado sua fundação católica. Como todos os soberanos são irmãos por força de Cristo, então posso tomar um inglês como meu primo, em Cristo. Ou seja, entre mim e um inglês não há uma relação entre estranhos, mas uma verdadeira vizinhança, pois todas as monarquias cristãs são parte da Cristandade, onde Cristo diz o direito, por ser o Rei dos Reis.

3) Não é um parentesco de sangue - trata-se de uma parentesco na fé, muito mais amplo do que o conceito de família, isso se tomarmos o sentido sociológico do termo, que só abrange quem está no mesmo teto, o que reduz os nossos horizontes, a tal ponto que acabamos não percebendo esta realidade que é evidente por si mesma. Isso transcende toda a esfera do privado; ela é, na verdade, a verdadeira ordem pública.

 José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2016.

Como o centralismo levou ao neopaganismo e à republicanização do mundo

1.1) Não é da natureza da monarquia o centralismo administrativo.

1.2) Como o Rei tende a tratar seu povo como se fosse parte da família, a corte acaba sendo itinerante e o Parlamento acaba sendo montado a partir da reunião eventual dos melhores da Pátria em torno do Rei, o Pai da Pátria e o primeiro cidadão da verdadeira república fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Onde o Rei fixa a sua residência, a cidade termina sendo a principal cidade da nação, por conta de o Rei estar presente ali.

2.1) Como as estruturas de poder se tornaram complexas - a tal ponto que era preciso que se resolvessem problemas políticos e econômicos do modo mais meticuloso e pragmático possível, por meio de métodos científicos fundados na Ciência do Poder - inevitavelmente o país foi descambando para um totalitarismo - e a monarquia cristã e orgânica passou a ser uma república laica, neopagã e mecânica.

2.2) O primeiro momento em que isso se deu foi no absolutismo, a partir do momento em que vemos o governante dizer que o Estado era ele ou que ele era o senhor do senhores e não o servos dos servos, tornando-se uma espécie de Messias e esquecendo-se completamente do fato de que ele era um vassalo de Jesus Cristo, um filho da Igreja, um exemplo a ser seguido pelo povo, por ser o primeiro cidadão da nação tomada como se fosse um lar em Cristo - e tal postura viola à Lei Natural, o princípio da nao-traição à verdade revelada.

2.3) Por conta desse fenômeno do centralismo, a teoria política do patriarcado - do poder natural dos reis, por força de um mandato de Céu - acabou se perdendo. E o país tomado como se fosse um lar em Cristo acabou se reduzindo a um país tomado como se fosse religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele. Isso se deu a tal ponto que os melhores da pátria foram substituídos pelos piores do povo, pois a nova classe política, essa classe de víboras por profissão, era produto do mesmo espírito proletário que afetou a toda a sociedade por conta da Revolução Industrial - e isso é tão verdadeiro que não se preocupavam mais com o bem comum, mas com as próximas eleições.

3) Desde que os ventos dessa nova ordem que edificou liberdade para o nada atingiram o mundo português como um todo, o País acabou perdendo sua história, fundada em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/a-metropole-e-filha-da-centralizacao.html

A metrópole é filha da centralização administrativa

1.1) No México, os bairros são chamados de "colônias" - a riqueza dessas colônias, que se funda tanto na atividade imobiliária quanto no comércio ou na prestação de serviços, é destinada ao centro da cidade, que é onde fica a sede da administração municipal. Quanto mais colônias uma cidade tiver, maior a influência do centro sobre essas colônias, que constituirão a periferia em torno desse centro de poder.

1.2) Às vezes a influência desse centro é tão poderosa que exerce influência sobre as cidades mais próximas, fazendo com que haja o surgimento de uma região metropolitana, em que a cidade mais importante acaba servindo de cidade-líder da região, de cabeça da região, enquanto as demais ficam como cidades-dormitório. Isso pode ser percebido facilmente, com relação aos municípios da Baixada Fluminense - antes da construção da Ponte Rio-Niterói, o Rio de Janeiro, enquanto distrito da Guanabara, exercia influência sobre os municípios de sua ponta da Baía; já Niterói, a então capital do Estado do Rio de Janeiro, exercia influência sobre São Gonçalo, que ficava na outra ponta. Com a integração das duas cidades numa área conurbada todo o eixo de poder da região sendo modificado, fazendo a capital do Estado se deslocar para o Rio de Janeiro, que tinha toda uma infraestrutura já montada, por ter sido capital do Brasil por muitos anos.

1.3) Ao tornar-se capital do Estado, a cidade do Rio assumiu uma prerrogativa que antes era de Niterói: sustentar os municípios do interior do Estado, como os do Norte Fluminense, o Sul Fluminense e a Região Serrana - uma responsabilidade para a qual a cidade do Rio não estava preparada, aumentando ainda mais a pressão dos custos da máquina pública sobre a economia da cidade. Naturalmente, os caciques políticos do interior, que nunca se preocuparam em espalhar o progresso para o todo o Estado, viram na cidade do Rio um bom hospedeiro para se praticar parasitismo.

2.1) Se o socialismo é essencialmente parasita, então isso explica porque, desde a fusão, a gente só teve governos de esquerda na cidade e no Estado, já que o município sustenta o Estado criado por força da integração de Niterói ao Rio, algo que é irreversível do ponto de vista da realidade política da região.

2.2) Se é uma grande verdade que a economia massificada favorece ao aumento da intervenção estatal, a prova disso aqui no Rio é evidente por si mesma: a invasão dos bárbaros se deu de fora para dentro (do interior para a capital). Isso sem contar toda uma invasão vertical que já havia antes, coisa que começou com Pombal: a invasão predatória dos governantes sobre os governados, por conta da centralização administrativa da cidade, que serviu de sede do governo do Reino Unido e do Brasil independente, tanto na monarquia quanto na República. A construção desse aparato administrativo complexo e asfixiante gerou a nefasta querela do estatismo, o eterno conflito entre a classe dirigente (o estamento burocrático) e o povo, tal como bem apontou Faoro em Os Donos do Poder.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 27 de setembro de 2016.

Matéria relacionada:

http://blogdejoseoctaviodettmann.blogspot.com/2016/09/como-o-centralismo-levou-ao.html

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Quem é a verdadeira extrema direita? Uma análise da realidade

1.1) Para todo aquele que se disser que é de direita - em função do fato de que os moderados se sentavam à direita na Assembléia Nacional Constituinte, nos Tempos da Revolução Francesa -, eu aplicarei a teoria da asserção.

1.2) Pouco importam o que digam: eles conservam o que é conveniente e dissociado da verdade: o desejo de buscar liberdade fora da liberdade em Cristo, algo que é voltado para o nada e fundado no que é material, efêmero, coisa essa que só o dinheiro pode comprar. Por conta disso, estão à esquerda do Pai no seu grau mais básico e, tal como os islâmicos, eles preparam o caminho para que os totalitários - os que estão mais compromissados com a mentalidade revolucionária - assumam o poder de vez, esvaziando toda a essência de nossa civilização, a tal ponto que o mediterrâneo se tornará um verdadeiro lago muçulmano.

2) A verdadeira extrema direita é aquela que está à direita do Pai e que vive à vida na conformidade com o Todo que vem de Deus do modo mais radical - e esse radicalismo se funda no amor e na verdade. Ela não toma o país como se fosse religião, de modo a negar a religião verdadeira - ela toma o país como se fosse um lar em Cristo, pois isto será a escola que os preparará até a pátria do Céu, a Pátria definitiva. Ela não é nacionalista e isolacionista, mas nacionista e universalista, pois Cristo veio para salvar a todos os homens do pecado, uma vez o fenômeno de tomar o país como se fosse um em Cristo é universal e se funda na eternidade. O nacionismo não leva em conta tempo e lugar, mas circunstâncias que melhor favoreçam esse senso, ao longo da História.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2016.

Notas sobre as cores neutras

1.1) O branco é a cor do Todo, da soma de todas as cores.

1.2) Não é à toa que é a cor da paz, da paz que vem de Cristo, vem daquilo que é conforme o Todo que vem de Deus - e não é à toa que o branco é a cor usada para se referir a uma festa litúrgica, dado que este será o nosso corpo glorioso, uma vez que seremos transfigurados tal como Cristo o foi, quando Este vier pela segunda vez, no dia do Juízo Final.

2) O preto é a cor do Nada, da ausência de todas as cores. É a primeira cor do maligno, pois decorre da ausência de bem.

3) Uma das razões pelas quais Deus permite o pecado é para que aprendamos a conservar a dor de Cristo através do fato de se conservar o que é conveniente e sensato. Por conta disso, o preto - a cor da prudência - é usado em nome do branco, da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.1) Se a mentalidade revolucionária decorre do vermelho, da cor da ousadia, em nome do branco ela vira coragem e acaba sendo usada na luta contra o mal, uma vez que nós bebemos do sangue de Cristo através do vinho, já que o sangue d'Ele foi derramado por conta daquilo que decorre da conformidade com o Todo que vem de Deus.

4.2) Do sangue de Cristo (vermelho, cor da coragem) com o azul do céu, nós temos o roxo, a cor da realeza. E a realeza é por essência imitação de Cristo de modo a servir ao bem comum, uma vez que o pai se sacrifica pelos filhos tal como o pastor se sacrifica pelas ovelhas - e é exatamente por isso que o Rei deixa de ser ele mesmo e passa a ser uma espécie de Cristo para o seu povo, fazendo o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo, tal como vemos em Ourique.

5) Da fusão do preto com o branco, temos o cinza: dentro da conformidade com o Todo que vem de Deus, é o casamento da bondade com a prudência - e isso implica tomar o país como se fosse um lar em Cristo.

6) Fora desse simbolismo cristológico, da fusão de preto (ausência de cor) com o branco, cor do pacifismo (ausência de guerra), nós temos o cinza, a cor do mornos, dos vazios que se preocupam em conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

7) As nuances do conservantismo são o hedonismo, a luxúria, a avareza, a inveja e outras tantas coisas que me esqueço de citar. E essas nuances são os tons de cinza que são fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. E é esta uma das possíveis explicações do título daquele lixo chamado 50 Tons de Cinza, que é um fenômeno da desumanização da literatura, pois tentam corromper as mentes pela imaginação, coisa que nos leva a lembrarmos de Sodoma e Gomorra, assim como do amor livre marxista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2016.

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