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segunda-feira, 9 de julho de 2018

Considerações sobre a questão de extraditar nacionais por conta de tráfico internacional de drogas

1) Na Colômbia, na época do Pablo Escobar, foi aprovada uma lei em que os nacionais da Colômbia (no caso, nativos desse país) podiam ser extraditados pelo crime de tráfico internacional de drogas.

2) Atualmente, a legislação nacional proíbe que brasileiro nato seja extraditado por força desse crime.

3.1) Quem comercia droga está matando famílias sistematicamente, promovendo genocídio. Por essa razão é um apátrida, um inimigo da nação, pois está conservando o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de ofender a Cristo, que é a razão de muitos povos no Ocidente.

3.2) Mais grave ainda é que o tráfico de drogas é uma estratégia comunista, pois visa a destruir a família, a religião e os valores que fazem um determinado país ser tomado como um lar em Cristo, uma vez que a lei e a justiça não passam de preconceito burguês, segundo Karl Marx, em O Manifesto Comunista.

4.1) Por essa razão, se o cidadão nacional colabora com um movimento internacional e criminoso, isso é a prova cabal de que não tem vínculos com a pátria onde nasceu.

4.2) Duas podem ser as medidas que podem ser aplicadas a quem age com deslealdade para com aqueles que tomam o país como um lar em Cristo: declarar a apatria do inimigo - e, neste ponto, quem o matar não responde pelo crime de homicídio - ou extraditá-lo a uma jurisdição estrangeira de modo que pelos crimes praticados no exterior.

4.3) Considerando a Constituição em vigor, a declaração de apatria não poderá ser feita, por conta da observação da dignidade da pessoa humana, assim como esbarra na questão do tratado de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica). No entanto, declarar a extradição de um nacional por conta de tráfico de drogas não encontra óbice, se houver vontade política e uma emenda a constituição neste aspectos. E isso é uma questão política constituição, de organização de Estado, que preexiste à aplicação da lei.

5) Eis alguns subsídios a esta questão.

Dedicado a Tiago Monteiro, filho do Tiago Tomista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2018.

Eficiência pela eficiência é arte pela arte - notas sobre a apeirokalia laborativa

1) Quem faz do trabalho uma forma de santificação se preocupará em fazer o melhor trabalho possível, da melhor forma possível. A excelência é um hábito que aponta para a conformidade com o Todo que vem de Deus, um valor eterno.

2) Quem busca a riqueza como sinal de salvação buscará fazer as coisas no menor tempo possível. Procurará reduzir custos, sejam eles de material, sejam eles de pessoal. Dessa forma, a qualidade do produto será sempre inferior àquela feita da forma tradicional.

3.1) A excelência leva à caridade. Atender ao Cristo necessitado é sempre um ato de bondade, de beleza interior - e se o trabalho enobrece o homem, então ele lapida o coração do homem na forma de uma jóia.

3.2) É por isso que discordo do Roberto Campos: a caridade salvará o mundo porque fomenta a beleza no mundo interior das pessoas, a ponto de refletir no mundo exterior. Se o exemplo arrasta, então isso é um distributivismo.

3,3) Quem busca a eficiência como um fim em si mesmo faz com que o trabalho perca a sua nobreza e passe a se tornar um tormento, já que o trabalho deixou de ser associado a um pessoa, a ponto de ser reduzido a sua natureza e função, nos moldes de um sistema organizado, uma empresa - e nesse ponto é capaz de produzir pecados perenes, já que pessoas jurídicas não morrem da mesma forma como morrem as pessoas naturais. A eficiência pela eficiência gera apeirokalia no âmbito laboral.

3.3.1) É da perda da beleza interior que temos a perda do senso estético, da beleza exterior.

3.3.2) Se o belo aponta para verdade, então a eficiência pela eficiência é arte pela arte, pois faz as pessoas conservarem o que é conveniente e dissociado da verdade, uma vez que isso é vazio, por se fundar no amor de si até o desprezo de Deus. E isso faz da ciência e da técnica uma espécie de ideologia a serviço da riqueza enquanto sinal de salvação.

3.3.3) Isso só confirma o argumento de que a liberdade para o nada criada pelo libertário-conservantista só pavimenta o caminho para o comunista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2018.

Para o capitalista, o lucro é uma certeza, visto que a riqueza é um sinal de predestinação

1) Se a riqueza é um sinal de salvação, então o lucro é uma certeza, já que o eleito foi predestinado com a riqueza., ao passo que o prejuízo é o que resta ao condenado. Eis o sentido da sociabilização dos prejuízos - e ele decorre dessa cosmovisão protestante em dividir o mundo entre eleitos e condenados.

2) Se o lucro é uma predestinação, então o capitalista usará todos os meios possíveis de modo a conseguir um retorno rápido para seus investimentos. E não é à toa que busca da eficiência, padronização dos produtos e concentração de bens em poucas mãos, sobretudo na forma de registro de obras e patentes, são os mecanismos que eles adotam para conseguirem ampliar o poder que possuem.

3) Tudo isso é conseguido por meio de lobby no governo, corrompendo os agentes públicos ou financiando grupos revolucionários no poder. Quem faz da riqueza sua ideologia faz com que tudo esteja no Estado e nada esteja fora dele ou contra ele.

4.1) Isso é estritamente antieconômico, uma vez que o lar deve ser organizado de modo que todos se preparem para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

4.2) Se Roberto Campos fala que seguir os conselhos de um economista é o caminho mais certo para a falência, então jamais devemos levar em consideração um economista que não considere o que falei em 4.1 como a meta de vida definitiva de todo homem que deseje viver a vida em santidade, em conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2018.

É preciso que se faça da atividade econômica organizada uma vocação, fazendo da riqueza um instrumento de evangelização e não uma salvação. Quando se faz isso, o lucro se torna ganho sobre a incerteza

1) Com uma diária de R$ 774, a pessoa receberá 260 mil reais por ano; ao longo de 4 anos, um milhão de reais. Isso se ela tiver posto em cada um dos 28 aniversários da poupança R$ 200 mil reais, uma vez que a poupança é uma forma de previdência. Este seria um bom ponto de partida para se começar uma atividade econômica organizada fundada na vocação.

2.1) Como a riqueza é sinal de evangelização, uma boa medida seria abrir uma pequena construtora e construir condomínios para famílias católicas - condomínios especialmente projetados para quem quer ter família grande. Arquitetos e engenheiros católicos precisam ser recrutados para isso.

2.2.1) Não se trata de medida capitalista, já que a riqueza não pode ser vista como salvação. Quem tiver condições de estabelecer uma atividade econômica organizada, que faça isso por vocação de modo que as coisas sejam apontadas para a conformidade com o Todo que vem de Deus.

2.2.2) Quem preza a riqueza como sinal de salvação é indiferente ao caráter da pessoa que vai comprar o imóvel, a ponto de fazer dos condomínios microcosmos das repúblicas bananeiras, onde os que vivem à margem da lei e dos valores da sociedade sempre prosperam; o empresário que faz da ética católica seu modelo de negócio só promoverá seu negócio a quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, fazendo anúncios nas paróquias, nas rádios católicas ou mesmo em jornais católicos - como o Brasil é muito grande ele poderá anunciar em outras praças, de maneira extensiva.

2.2.3) Se o pai de família tiver bons antecedentes (como ser bom pagador ou nunca ter sido condenado na esfera cível ou penal), ele poderá adquirir o imóvel, sem a necessidade de um fiador. Bancos católicos poderiam ser criados em paralelo de modo a financiar a construção de condomínios com essa finalidade, para famílias de baixa renda.

3.1) Afinal, este tipo de atividade econômica organizada promove o bem comum, integra as pessoas, dá a elas responsabilidades, além de criar um ambiente de encontro para pessoas com fé reta, vida reta e consciência reta. E isso é um tipo de distributivismo.

3.2) Assim como o agricultor pode ser um produtor de água, um produtor de vida, o empreiteiro que constrói imóveis para famílias católicas promove a família como o valor basilar da sociedade, fazendo assim o país como um todo ser tomado como um lar em Cristo, na conformidade com o Todo que vem de Deus. E isso é um aspecto do Reinado Social de Nosso Senhor Jesus Cristo, que quis um Império para si, ao escolher os portugueses para a tarefa de servir a Cristo em terras distantes.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de julho de 2018 (data da postagem original).

domingo, 8 de julho de 2018

O que acontece quando o trabalho deixa de ser santo e enobrecedor e passa a ter fim nele mesmo?

1) Para haver capitalização, é preciso que haja uma atividade profissional organizada, criada de modo a atender aos outros em suas necessidades gerais e específicas. Isso não pode ser feito no amor de si até o desprezo de Deus, a ponto de fazer da riqueza um sinal de salvação - na verdade, isso deve ser feito de modo a ver nos seus clientes a figura do Cristo necessitado, de modo que a atividade laboral seja um lugar de encontro e não de sujeição.

2) Como foi dito pelo colega Roberto Santos, a atividade econômica organizada não pode se reduzir a ela mesma, à sua natureza e às suas funções - isso faz com o que o trabalho deixe de ser uma atividade enobrecedora e santificadora, essencial para se tomar o país como um lar em Cristo.

3.1) Quando o trabalho perde esse caráter enobrecedor e santificador, o trabalho deixa de ser uma arte e passa a assumir um caráter ideológico, a ponto de fazer da riqueza um sinal de salvação - e isso é uma espécie de apeirokalia.

3.2) E é nesse ponto que a capitalização vira capitalismo, uma vez que a riqueza se tornou uma ideologia - e é por conta do amor ao dinheiro que o Estado é tomado como se fosse religião, a ponto de tudo estar no Estado e nada poder estar fora dele ou contra ele.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de julho de 2018.

Por que o caminho ensinado pela Igreja é sempre propositivo?

1) Se a matriz da cultura está na consciência, então a melhor forma de fomentar uma boa consciência está no ensino das virtudes e no repasse sistemático das experiências de vida, já que verdade conhecida é verdade obedecida.

2) É do conhecimento da experiência anterior que se vem todo um caminho propositivo de modo a trocar uma ordem social ruim, fundada no amor de si até o desprezo de Deus, por uma ordem boa, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) É preciso que toda a sociedade viva a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, pois assim não farão da riqueza um sinal de salvação.

3.2) Se a riqueza é usada como um sinal de evangelização, então as pessoas pouparão recursos para o uso futuro e prepararão o caminho para as futuras gerações usarem a riqueza de uma maneira sábia, a ponto de servirem o que há de melhor aos outros da melhor maneira possível.

4.1) Quando a sociedade está cristianizada - amando e rejeitando as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento -, o parlamento, a casa do povo reunido, termina permeado pela cultura do debate, onde o errado costuma ser sempre trocado pelo certo, já que as sessões se dão sob a proteção de Deus.

4.2) É nesse lugar onde as classes produtivas entram em concórdia, a ponto de juntas criarem regras de direito que preservarão essa ordem livre e coibirão as injustiças fundadas no conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida, fundada em se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade.

5) É por essa razão que o caminho tem que ser sempre propositivo e nunca revolucionário, pois as coisas não podem decorrer da força, do autoritarismo. Afinal, é do salvacionismo do que é conveniente e dissociado da verdade que vem o autoritarismo, pois tudo isso jaz no maligno, na má consciência.

José Octavio Dettmann

Rio de Janero, 8 de julho de 2018.

Por que tradição, família e propriedade levam ao distributivismo?

1) Se a matriz da cultura está na consciência, então o primeiro passo para se desenvolver um caminho virtuoso está em se conservar o que é conveniente e sensato, pois tudo isso aponta para o sacrifício definitivo de Jesus na cruz. Nesse ponto, o conservantista sensato se tornar conservador, a ponto de amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, já que Ele é a a verdade em pessoa, o verbo que se fez carne.

2) Se o casamento é um instrumento criado por Deus de modo a promover a criação, então é preciso que homem e mulher amem e rejeitem as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, a ponto de se amarem, já que um está vendo Cristo no outro. De uma família virtuosa surgirão pessoas virtuosas, pois o pai e a mãe ensinam aos filhos tudo o que aprenderam a conservar de o que é de conveniente e sensato a ponto de estarem em conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) É se passando de pai para filho que vem uma tradição - nela, a consciência reta, a vida reta e a fé reta são distribuídas de uma geração a outra, a ponto de se tornarem a base de uma cultura, a ponto de isto ser reproduzido sistematicamente ao longo das gerações, onde a geração mais nova imita a mais antiga na virtude.

3.2) A tradição decorre da família e é da família que se tem a perpetuação dos poderes de usar, gozar e dispor sobre as coisas ao longo das gerações, fazendo que com que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo, o que prepara a todos para a pátria definitiva, que se dá no Céu.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de julho de 2018.