1) É muito bom estar na rua colhendo dados diretamente da experiência relevante. Mas há momentos em que estamos correndo o risco de arrombar portas abertas - para se fazer uma experiência de campo segura, você precisa observar quem começou o caminho antes de você, pois antes de você há um estado da questão sendo debatido, o qual precisa ser conhecido previamente.
2) Por exemplo, para se tomar o Chile como um lar, você vai precisa conhecer a experiência prévia. Se há alguém na família que esteve lá, esta é a melhor fonte, pois a família constitui a Igreja doméstica, a pequena comunidade dos que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. E esta é a pedra angular de uma experiência segura e proveitosa - e científica também.
3) Se alguém na família fez amizade com os locais, use esses locais como referência. Com o tempo, você vai criando toda a infraestrutura para poder estar lá e comparar com o que há no Brasil - e aí você vai passando essa experiência a quem realmente necessita dela.
4) O ser que é reservado é um colonizador - e a colonização, para produzir resultados, necessita de segurança e apoio logístico de quem é local. Ele não sai conquistando, como faz o extrovertido - e ele vai servindo, pois sabe que a verdadeira riqueza está nas conexões que você consegue fazer de modo a poder se expandir de maneira discreta e sem fazer muito alarde. O mundo que vivemos é um mundo traiçoeiro - e como disse Sua Santidade, o Papa Emérito Bento XVI, devemos viver como os primeiros cristãos.
5.1) A questão de tomar o país como um lar junto com a sua terra de origem parte da ética das catacumbas. Há um fundo de mistério que precisa ser respeitado, pois há coisas que não compreenderemos no começo, mas a graça divina vai revelando as coisas com o desenrolar do tempo.
5.2) Quem é humilde sempre respeitará o que não pode ser compreendido - até porque a fé é necessária antes de se ter uma boa razão para explicar essas coisas para quem as desconhece. E a melhor prova de fé que se pode ver é a coisa te lembrando de que isso não pode ser esquecido, posto que isso se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 15 de junho de 2017.