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sábado, 19 de março de 2016

Das razões para se aparar constantemente as arestas do partido brasileiro

1) Sobre a questão da necessidade de se moderar constantemente o gênio dos componentes do Partido Brasileiro, isso se deve ao fato de que a nefasta influência do liberalismo fez com que o Império do Brasil renegasse aquilo que foi edificado em Ourique e abraçasse o quinhentismo, ao adotar um símbolo inventado, falso, chamado indianismo.

2) Se o nosso imaginário político se funda desde a literatura, então escritores como José de Alencar prestaram um verdadeiro desserviço à nação. O indianismo renega Ourique - e como a República se funda no fato de se tomar o país como se fosse religião, já que todo um caminho foi preparado para isso, o modernismo, que é o sucessor literário do romantismo, criou um macunaíma, um retrato decaído do bom selvagem de Rousseau. Ele é a consagração da insinceridade que é o nacionalismo, fundado num modelo inventado, fingido - ele é uma caricatura, algo ridículo.

3) A contestação cultural serviu de modelo para a contestação política de modo a destruir todos os fundamentos políticos do Império do Brasil. E o caminho foi todo preparado para o totalitarismo do Estado Novo - quanto mais se abraçou uma falsa brasilidade, fora daquilo que foi edificado em Ourique, mais o Brasil se decaiu. 

4) O Brasil necessita de doses moderadas de Portugalidade, de modo a que sirva como se fosse um exemplo para todo o Novo Mundo Civilizado. Se as republicanas bananeiras do continente americano precisam  ter juízo, elas encontrarão no Império do Brasil a sua razão de ser, de modo a restaurar as Espanhas que foram perdidas, pois o Brasil foi por um tempo possessão espanhola, apesar de fortes elementos da fundação portuguesa.

Da razão da necessidade de se restaurar os partidos português e brasileiro

1) O fato de escrever o que escrevo a respeito dos partidos brasileiro e português se dá por conta de um chamado à realidade espiritual desta terra. Como no presente eu tendo a fazer uma reflexão mais profunda acerca dos fatos do passado, uma vez que as paixões do passado não me afetam, então eu me torno um elo entre esse passado e o futuro, por conta do meu trabalho de analista da História Política e Constitucional desta terra, um dos meus trabalhos enquanto jurista. 

2) A necessidade de restauração desses partidos e de toda aquela circunstância se faz necessária. O parlamentarismo verdadeiro se funda no diálogo dessas duas facções históricas concretas - e esse debate não se da por cunho ideológico, mas por força dos reais destinos da pátria. Esses partidos são por essência a tensão dialética que se opera no âmbito do país, cujo destino foi marcado por conta da secessão a tudo aquilo que se fundou em Ourique, em razão de Portugal ter sido tomado pelas forças da mentalidade revolucionária. A secessão foi uma forma de preservar as verdadeiras fundações da pátria, em face do avanço da ideologia liberal, que prepara o caminho para a mentalidade totalitária. A secessão se funda na nossa sobrevivência enquanto civilização.

3) Como somos do continente americano, a nossa circunstância pede que sejamos a única verdadeira república no continente americano, fazendo um contraponto àquela falsidade estabelecida lá nos Estados Unidos da América. Dentro do nosso continente, há uma guerra fria entre o EUA e o Império do Brasil - uma guerra pela conquista das almas. 

4) O partido brasileiro se tornará grande se fizer o Brasil servir-se de contraponto ao Estados Unidos. E para isso precisará da constante colaboração do partido português, de modo a que o exemplo do Brasil se espalhe por todo o continente.

5) Se a América é dos americanos, ela não deve se fundar na mentalidade revolucionária e modernista dos EUA, mas do exemplo da única república verdadeira que havia na América - o Império do Brasil. E isso se faz dialogando constante com a herança estabelecida em Ourique, que é tanto européia, quanto americana, africana ou mesmo asiática. Por conta disso, o mundo inteiro se funda no Brasil, no sentido mais universal e cosmopolita do termos. Enquanto os EUA se isolaram, o Brasil foi-se integrando, por conta do gênio português. E isso foi interrompido com a República - e à medida que a ordem foi entrando em metástase, ela desaguou no totalitarismo nazi-petista.

Notas sobre a política enquanto ciência do possível

1) Se a política é a ciência do possível, então ela se funda naquilo que é conforme o Todo que vem de Deus. E um dos fundamentos mais básicos disso se dá na regra de que ninguém é obrigado ao impossível. Só o fato de prometer o impossível é fugir da realidade, coisa que caracteriza a mentalidade revolucionária.

2) Se o direito se pauta no que é concreto, naquilo que se funda na realidade, a política deve ser pautada naquilo que é possível dentro da realidade e das nossas circunstâncias, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar, em Cristo. Isso implica dialogar e negociar constantemente com todas as classes profissionais que colaboram de modo a que a pátria progrida tanto espiritualmente quanto materialmente.

3) Do ponto de vista da pátria, duas são as verdadeiras facções deste país: o partido brasileiro e o partido português. 

3.1) O partido brasileiro é um partido novo, que se vale do contexto da secessão de modo a que o Brasil progrida materialmente e espiritualmente - ele tem sua origem por força do conselho de D. João VI a seu filho D. Pedro de que esta terra deve seguir seu próprio destino, porque havia maturidade política para isso, pois, se continuasse unida a Portugal, a Revolução Liberal do Porto mataria esse destino.

3.2) O partido português se funda naquilo que se edificou em Ourique. Esse partido, por ser composto da reserva moral do Reino Unido nascida no Brasil, sempre lembrará ao parlamento de que o legado de Ourique não pode ser jogado no lixo, seja por força do quinhentismo, seja por fora do senso de se tomar o Brasil como se fosse religião. Da cultura de debate e de colaboração constantes surgirá um parlamento fundado nisso.

3.3) Dentro do sentido histórico, o partido brasileiro sempre será um partido mais progressista - e se esse espírito progressista não for moderado, ele será revolucionário, a ponto de se desaguar nesta república apátrida. O partido português é um partido conservador, pois as fundações estabelecidas em Ourique não poderão ser esquecidas jamais. Esse partido é a base da aristocracia - e deverá ser composto por pessoas com forte vocação de historiador, pois eles terão o trabalho de lembrar o que não pode ser esquecido. É deste quadro que surgirão os que atuarão no exercício do Poder Moderador.

4) Quando um partido e outro se moderam no debate, conduzido por conta do Poder Moderador, o resultado será progresso material e espiritual, sem rejeitar as verdadeiras fundações ibéricas.

Notas sobre políticas nestes tempos atuais

1) Se a amizade é a base para a sociedade política, então o primeiro passo para se tomar o país como se fosse um lar é unindo-se a pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas, tendo por Cristo fundamento - ainda que estas pessoas estejam dispersas pelo país afora, elas vão te ajudar de algum modo. É o que acontece comigo no facebook sempre.

2) No corpo da pátria, tomada como se fosse um lar, muitas são as vocações. Eu, enquanto escritor, contribuo para a comunidade política semeando consciência quanto à necessidade de se tomar o país como se fosse um lar, com base no Cristo Crucificado de Ourique - pessoas como meu amigo Márcio Gualberto atuam na política de modo a servir ao bem comum, pois política organizada leva à promoção da caridade, da ordem fundada no amor ao próximo. Embora nossas vocações sejam diferentes, todos nós colaboramos de modo a que o país seja uma grande nação, apesar de todos os vícios.

3) Enquanto escrevo, eu vou me associando aos melhores, ainda que estejam dispersos pelo país afora. À medida que vou recebendo doações, de modo a continuar o meu trabalho, de tempos em tempos farei viagens de modo a me encontrar pessoalmente com os meus pares. Segundo o preffosr Olavo de Carvalho, os ventos da mudança acontecem quando esses contatos dispersos online se encontram pessoalmente, formando uma verdadeira ágora. Eis o Congresso Nacional de verdade - é onde o povo está realmente reunido.

4) A capital é um foro de eleição - é o domicílio por onde o povo costuma ser encontrado de modo a responder por suas obrigações para com a pátria e para com a Cristandade como um todo. E essa capital, por conta dessa natureza, não se dá em Brasília - essa capital, por conta de toda nossa história, é São Sebastião do Rio de Janeiro - basta ver que ela ainda é a capital espiritual de fato de nosso povo. Brasília, por conta da natureza anticristã desta República, é o foro de eleição onde todos os revolucionários e apátridas se encontram, de modo a que o senso de país se reduza a uma religião totalitária de Estado, onde tudo está nele e nada pode estar fora dele. Rio de Janeiro ainda é a capital onde as melhores cabeças da nação poderão ser encontradas - esta cidade tem uma vocação aristocrática e é disso que nós precisamos.

5) Desde que me tornei católico, eu comecei a perceber a dimensão espiritual da minha cidade. E vi a importância dela para o Brasil a partir da minha relação com as melhores mentes que encontro na minha paróquia. Se houver uma onda de renovação nacional, ela ressurgirá de cada paróquia em nosso país. E se o facebook me permite que eu me encontre com os melhores, então por extensão posso conhecer mais gente por força do ambiente paroquial, tal como aconteceu com o meu amigo Helleno De Carvalho. E é assim que a coisa ocorre.

Notas sobre a alegação de que a lei prevalece sobre o costume

1) Há quem alegue que a lei prevalece sobre o costume. Para que isso seja verdade, a lei precisa ter pleno cumprimento no amor - e não é à toa que Cristo é Deus feito homem, pois Ele nos ensinou isso. Todos os bons costumes decorrem do fato de que a lei mosaica se fez na carne e seus valores foram ensinados a todos através do bom exemplo, coisa que se dá na vida reta, na fé reta e na consciência reta.

2) Se o costume decorre desse fato, então a lei positiva não pode se valer da alegação de que está acima do costume, de modo a moldar o mundo e a sociedade segundo o bel-prazer de todos aqueles que usam a sabedoria humana dissociada da divina, de modo a ter poder absoluto sobre todos. A simples alegação da lei positiva estar acima do costume, dentro de um ponto de vista positivista, é um argumento totalitário e inconstitucional, pois viola o princípio da não-traição à verdade revelada, fundada no verbo que se fez carne.

3) É por conta desse absurdo que existem leis que pegam e leis que não pegam. O povo é maciçamente cristão - a lei mosaica já está internalizada na carne de cada brasileiro. Ainda que o Estado esteja separado da Igreja há 127 anos, esses valores permanecem vivos. 

4) O próprio descompasso da ciência jurídica moderna, pregada em universidades descristianizadas, e os valores do povo são a causa desse fenômeno. Esse fenômeno não pode ser tomado como se fosse coisa, no sentido de destruir os valores cristãos. A existência desse fenômeno a aponta a necessidade de se restaurar a Antiga Aliança do Altar com o Trono, coisa que foi firmada em Ourique e que fundou o Brasil. E a monarquia, que é fruto dessa aliança, é o caminho para isso.

Como a auto-educação ajudou a traçar o meu destino

1.1) Desde 2012, desde que passei a me dedicar quase que exclusivamente à vida online, eu aprendi muita coisa, por minha própria conta e risco. Melhorei meu inglês por streaming, comecei a fazer o COF do Olavo de Carvalho, assisti videos do youtube de gente interessante, de modo a aprender mais. Enfim, desde que comecei a seguir meu próprio ritmo, a questão do curso presencial se tornou uma coisa desnecessária para mim, a ponto de ser um verdadeiro atraso de vida.

1.2) A alegação de que a convivência com os colegas é própria do aprendizado é desnecessária para mim. Eu fiz curso presencial na minha vida por muitos anos - e só encontrei gente medíocre que só sabia encher o meu saco. A grande questão do bullying está relacionada ao fato de que o ensino em escola, o presencial, é obrigatório - por isso, sou obrigado a ter de conviver com todo tipo de gente, exceto os melhores. Com o advento da internet, sujeitar-se a isso se tornou desnecessário - foi na Internet que encontrei pessoas do meu nível, ainda que dispersas pelo país afora.

1.3) Além disso, há a questão do trânsito, nos dias úteis, ou a escassez de condução, nos fins de semana. Do jeito como é estressante, é muito esforço e muito pouco resultado.

2.1) Estava conversando com os meus pais e achei melhor continuar as coisas da forma como venho fazendo, já que é mais jogo pra mim fazê-lo dessa forma. Embora eles tenham ficado decepcionados com o fato de que decidi desistir do curso de inglês no São Bento, coisa que esperamos por três anos, sinto que o tempo que passei online me deu uma visão muito ampla das coisas. Ganhei uma liberdade sem precedentes aqui - e foi com base nessa liberdade que passei a empreender, fazendo o que melhor sei fazer: escrever reflexões de qualidade. Quando eu quiser fazer um curso presencial, eu contratarei um professor particular e ele virá até a mim, de modo a que possa aprender as coisas no meu ritmo, sem pressa; num primeiro momento, o contato com o professor é importante para tirar as dúvidas, coisas essas que são próprias dos neófitos. As aulas se darão no meu lar - e o professor terá café, um lugarzinho onde dará aula e será tratado como se fosse um amigo da família. E isso é próprio do distributivismo, coisa que aproxima pessoas.

2.2) Se houver gente próxima a mim interessada em estudar junto com esse professor particular que contratei, podemos rachar o custo com o professor. É muito melhor do que mercantilizar o ensino e impessoalizar as coisas. Desde que comecei a viver a vida paroquial, estar sempre próximo à comunidade, com pessoas que amam e rejeitam as mesas coisas tendo por Cristo fundamento, se tornou algo muito importante para mim. É esse tipo de coisa que eu gosto - e vejo que isso realmente funciona. Pelo que sei, esse negócio de se adaptar ao mundo, fundado na sabedoria humana dissociada da divina, é uma perda de tempo. E o meu trabalho me permite que eu evite o mundo, o diabo e a carne - quanto à questão de estar no mundo, a vida online supre. Se houver gente excelente, eu dou um jeito de conhecer essas pessoas pessoalmente, se houver tempo e circunstância favoráveis. Se amigos são os escolhidos, então são os escolhidos de Deus que suprirão aquilo de que necessito. Sem o  Espírito Santo para me guiar, eu faria a pior escolha possível.

2.3) Além disso, a alegação de que o curso oferece certificados, de modo a me garantir um emprego futuro, não é conforme o Todo que vem de Deus - o mundo moderna preza o papel, mas não o homem de carne e osso. A sociedade brasileira é uma sociedade impessoal por excelência - e a cultura do diploma favorece a cultura da mediocridade. Eu dancei conforme essa música por muitos anos - e só me dei mal. Desde que segui o exemplo do Olavo, eu estou progredindo com a ajuda da internet.

3) Estamos vivendo um novo tempo - o que a internet fez pelo Brasil ajudou a quebrar muitos vícios de nossa cultura. Pela primeira vez os melhores, ainda que dispersos pelo país inteiro, estão se juntando - se a sociedade política começa pela amizade, então a internet criou uma nova forma de amizade, coisa que não havia antes. O determinismo geográfico foi rompido - e a aproximação das pessoas por conta do conteúdo se tornou algo real. É essa revolução na amizade que está renovando a sociedade  brasileira pra melhor - se somarmos esse trabalho do Olavo, então os frutos serão ainda maiores.

sexta-feira, 18 de março de 2016

Confiar em estatísticas é não ter imaginação

1) Em estatística, a contagem dos números se dá partir do fato tomado como se fosse coisa. Essa realidade só olha apenas o lado material - ela não olha o lado que não se vê.

2) 60 mil pessoas são vítimas de homicídio, todos os anos - isso é o que se vê. O que não se vê é que essas pessoas, enquanto fossem vivas, poderiam gerar novas pessoas. A justiça não ama os não nascidos - por isso, não é capaz de perceber a dimensão espiritual da pena de morte, tal como está atestada no Antigo Testamento. Ela faz isso porque o Estado não está aliado àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, uma vez que o modernismo rompeu essa aliança sagrada. Se essas 60 mil pessoas fossem pessoas jovens, pelo menos umas 180 mil pessoas foram mortas, uma vez que se negou o direito de os não-nascidos nascerem, ao matarem o seu genitor, que não teve a chance de conceber um novo ser ao mundo.

3) Há ainda o princípio da causalidade - cada milhão desviado em maracutaia e falcatrua é menos um milhão faltando nos hospitais. Como as pessoas morrem sem assistência, esse homicídio decorre do dinheiro desviado. Como a morte de um gera a morte de muitos que poderiam decorrer dele, então a corrupção é genocídio. Eis aí coisas que não são vistas, mas que decorrem da lógica.

4) Embora digam que os números governam o mundo, na verdade o que governa o mundo é o princípio da causalidade, bem como o senso de eternidade, pois são essas coisas que nos levam à conformidade com o Todo que vem de Deus. A estatística, dentro do âmbito público, é um atestado de pobreza em face da gravidade que isso representa. É um indício de falta de imaginação, de senso de humanidade.