Durante muito tempo, meu consumo foi guiado por uma lógica de sobrevivência: comprar o necessário, evitar o supérfluo e, dentro do possível, investir em livros. A Amazon brasileira, nesse contexto, era um templo de oportunidades, mas também de limitações. Afinal, meu capital era restrito. Cada escolha era uma renúncia — um cálculo entre o que podia e o que deveria ser comprado. Até que descobri algo que mudou minha forma de consumir para sempre: os pontos Livelo.
Desde que comecei a ganhar pontos Livelo em minhas compras — especialmente em promoções como as da Black Friday, onde cada real pode me render até 10 pontos — minha relação com o consumo se transformou. E não apenas no aspecto econômico, mas existencial. Os pontos deixaram de ser apenas "recompensas" e passaram a ser instrumentos de liberdade. Liberdade para viajar, andar de Uber quando necessário, e até — veja só — celebrar o dia de São José com uma barra de chocolate branco de 1,010 kg da Harald, resgatada com exatos 4.483 pontos.
Essa barra de chocolate, longe de ser um capricho, se tornou um símbolo. Um sacramental, por assim dizer. Como aqui onde moro não há tradição de celebrar São José com pizza, e meu aniversário mesmo é em 23 de janeiro, decidi adotar o dia 19 de março — data litúrgica de São José — como meu aniversário polonês. Afinal, na Polônia, onde o nome “José” é reverenciado com profunda devoção, essa data tem um peso especial. E como tenho amigos poloneses (ainda que virtuais), e levo a sério a vocação de tomar a terra de São João Paulo II como meu lar em Cristo, não há gesto mais coerente do que celebrar esse dia com algo que me dê alegria, doçura e gratidão.
Ao perceber que, comprando um livro por R$ 453,00 durante uma promoção de Black Friday, eu acumularia 4.530 pontos Livelo — suficientes para resgatar o chocolate sem gastar um centavo a mais — fui tomado por uma espécie de iluminação. Cada real investido no estudo me renderia, ao final, um presente. Uma indulgência doce, merecida não pelo valor financeiro, mas pela estratégia, pelo esforço e pela fé envolvidos.
Essa pequena revolução pessoal é mais do que uma dica de finanças. É um testemunho de como a economia, quando bem ordenada, pode ser parte da Providência divina. De como o estudo, o trabalho e até o consumo podem ser santificados quando colocados a serviço do bem. E de como, mesmo com capital limitado, é possível encontrar caminhos de liberdade, dignidade e até celebração.
Porque sim: uma barra de chocolate pode ser um ato de fé. E os pontos Livelo, quando bem utilizados, podem ser mais do que um programa de fidelidade — podem ser parte de uma pedagogia de liberdade, onde cada ponto é uma conquista no tempo kairológico, aquele que não se mede em minutos, mas em sentido.
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