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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Notas sobre as maiores dificuldades que tenho, quando se trata de relacionamento virtual

1) Uma coisa é certa: ter um relacionamento virtual, quando se mora no mesmo teto com seus pais, é motivo de confusão - mesmo que a namorada seja uma verdadeira santa, a primeira impressão é a que fica e provar o contrário dá uma mão-de-obra danada. Defender esta causa no tribunal familiar é mais desafiador do que aquilo que se costuma fazer na Suprema Corte, embora seja causa constitucional, por conta do Direito Natural: o direito à constituição de sua própria família, de uma maneira legítima, de formar um ramo a partir do seu tronco originário. Digo isso não só como advogado mas também como constitucionalista.

2) O simples fato de sair de casa para se encontrar com uma desconhecida, que não tem um histórico de ter estudado ou trabalhado com você, já queima o filme da amada perante seus pais. A solução para este problema implica que você tenha uma fonte de renda de modo a bancar uma vida solitária por um tempo - assim, o relacionamento poderá se desenvolver sem que os seus pais sabotem seu namoro virtual, pois o teto paralelo protege a intimidade do casal em vias de contrair núpcias. A vida íntima é matéria privada estrita - e matéria familiar é uma matéria privada com certos elementos de vida pública. E isso pode ser motivo de escândalo - por isso, é preciso que você tenha seu próprio teto - assim, ninguém apita na sua vida.

3.1) A maioria dos relacionamentos nascem nas escolas ou na Igreja, ambientes historicamente respeitáveis. No meu caso, eu cresci no subúrbio - a moças da escola eram umas pequenas vadias e eu não tinha com quem conversar sobre assuntos importantes, fora que vivia sofrendo de bullying, justamente por ser inteligente e gostar de estudar.

3.2.1) No caso de vivência na Igreja, eu tenho muito pouco tempo de católico, pois meus pais não são católicos - se tivesse crescido na Igreja desde cedo, talvez encontrasse uma pessoa que me amasse desde jovem, por ter crescido junto comigo.

3.2.2) Fazer amigos na Igreja é algo que é me muito mais lento do que o normal, se levarmos em conta a maioria das pessoas, pois meu caráter reservado, quando lido com as coisas do mundo real, não me permite que eu me entrose tão rápido quanto gostaria; se a pessoa não tiver habilidades intelectuais e prezar o conhecimento, ela não consegue coisa alguma de mim, visto que não tenho tempo para coisas fúteis, vazias - e a vida em paróquia é rica em fofocas, tal qual o padre Jan tão bem disse. Afinal, eu tendo a tomar a vida intelectual como parte da vida fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus - e isso me é tão importante quanto a vida de oração ou o ar que eu respiro. Se a pessoa não preza isso, então nada consegue de mim - não porque a trate mal, mas porque não há o que conversar.

4.1) É por conta de um cenário como esse que a internet é a salvação da lavoura para mim.

4.2) E para aproveitar o máximo de experiências positivas, certamente vou precisar ter meu próprio canto, onde possa ter relações íntimas, sem que isso vire uma dor de cabeça, quando lido com os meus pais, que têm uma visão de mundo diferente da minha. Além disso, eu não sou como a média das pessoas - se não tiver pessoas com o mesmo jeito de ser, que amem o saber e amem e rejeitem as mesmas coisas tendo com Cristo fundamento, eu não me dou com ninguém. Por isso que passei muitos anos da minha vida falando com amigos imaginários, antes do advento da rede social - afinal, eu não admito lidar com gente vazia, pois nada tenho a ganhar com eles.

4.3) Acho que deve ser por isso que sobrevivi à má consciência, pois eu não aceito as coisas do mundo, já que o mundo que conheço não é conforme o Todo que vem de Deus. Acho que deveria ter nascido na Idade Média - nasci no país errado e no século errado (risos).

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 5 de abril de 2017.

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