1) No Direito, no campo das obrigações, toda promessa é dívida, mas isso é temperado por um princípio geral do Direito: não se pode prometer o que é impossível, o que constitui um senso de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, coisa que é fora da Lei Natural - portanto, fora de todas as coisas que constituem aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus.
2.1) Numa campanha eleitoral, nós temos o maior descompasso entre a promessa e o adimplemento de uma obrigação avençada, motivo determinante que pode levar um pilantra a ser eleito.
2.2) Um país, onde todo o povo é reduzido a um mero órgão consultivo, pode ser medido pela quantidade de dívidas internas acumuladas por força de contratos mal cumpridos - em que o político prometeu e não cumpriu, principalmente por força de a promessa ser impossível de ser cumprida, por ser fora da realidade.
2.3) Eis aí o desastre do populismo - é nesse tipo de ordem que o princípio da não-traição à verdade revelada (de fazer do sim um sim e do não um não) é sistematicamente violado.
3.1) O maior exemplo disso é a proposta do presidente Trump de querer construir um muro na fronteira com o México.
3.2) A promessa de campanha não pôde ser cumprida por força problemas orçamentários, sem mencionar que causou um sério incidente diplomático.
3.3) Para quem toma o país como se fosse religião, eleger alguém dessa maneira revela a apatria de quem acreditou nessa proposta extravagante.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 26 de abril de 2017.
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