1) O primeiro fundamento para a atividade bancária dentro do seio familiar é a confiança. Você precisa ser honesto, de modo a cuidar do patrimônio dos outros - e antes de cuidar do que é dos outros, você precisa cuidar do que é seu primeiro.
2) Se você não amar o dinheiro mais do que a Deus, então você será capaz de cuidar do que é dos outros. Eis o segredo para atuar no ramo da custódia.
3.1) Os primeiros bancos nasceram de estalagens e pousadas familiares que ficavam às margens das rotas comerciais: os caravançarais. Nelas, os peregrinos paravam para descansar, tomar uma cerveja, comer uma comida decente e depois prosseguir viagem.
3.2) Por isso, quando estavam em outra terra, eles deixavam as moedas de sua terra estrangeira como garantia de que pagariam a hospedagem, em moeda local, assim que voltassem do mercado. Como as moedas eram cunhadas por meio de autoridade estrangeira, isso gerava uma espécie de fidúcia, visto que aquele soberano garantiria a obrigação assumida, o que gerava uma espécie de penhor, pois naquele tempo as moedas eram bens infungíveis. E esse penhor era a causa de empréstimo.
4.1) À medida que a confiança crescia, a relação de penhor era substituída por uma relação de câmbio - e essa relação de confiança se dava porque havia acordos de paz entre os soberanos, o que fazia com que os países fossem tomados como parte do mesmo lar em Cristo.
4.2) Por isso, a moeda de uma autoridade estrangeira era trocada por outra da economia local, o que gerava financiamento recíproco - o viajante podia comprar o que quisesse da economia local e o estalajadeiro podia comprar o que quisesse, se fosse para a terra do peregrino. Assim, a riqueza era distribuída de país para país de maneira igual e, por força disso, acabava havendo distributivismo, dado que as moedas estavam lastreadas no ouro, um padrão universal de valor, já que todas as nações são iguais perante o Deus verdadeiro, já que todas são irmãs em Cristo.
4.2) Por isso, a moeda de uma autoridade estrangeira era trocada por outra da economia local, o que gerava financiamento recíproco - o viajante podia comprar o que quisesse da economia local e o estalajadeiro podia comprar o que quisesse, se fosse para a terra do peregrino. Assim, a riqueza era distribuída de país para país de maneira igual e, por força disso, acabava havendo distributivismo, dado que as moedas estavam lastreadas no ouro, um padrão universal de valor, já que todas as nações são iguais perante o Deus verdadeiro, já que todas são irmãs em Cristo.
5.1) Da custódia, o próximo passo é o investimento.
5.2.1) Um banqueiro acostumado a servir aos peregrinos na estalagem sempre manterá uma contabilidade organizada, de modo a registrar a entrada e saída de dinheiro. Se os peregrinos tivessem algum crédito a receber, esse bem viria do pagamento dos juros que eram dados a quem pedisse dinheiro emprestado ao banco de modo a criar uma atividade econômica organizada, o que criava uma relação trilateral, o fundamento da circulação do crédito. E o segredo da livre circulação de crédito está na corretagem, uma relação de A (estrangeiro) para C (nacional) mediada por B (banco), um conhecido em comum.
5.2.2) À medida que a corretagem institucional do banco se torna notoriamente confiável, temos um título de crédito, visto que temos uma nota que promete o pagamento de uma determinada obrigação - e, nesse ponto, o banco acaba servindo de agente fiduciário do título de crédito, visto que ele conhece o credor e o eventual tomador do empréstimo, um nacional que pega dinheiro do banco de modo a organizar uma atividade produtiva. Se o banco serve a toda a uma comunidade de conhecidos, que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então o risco de essa obrigação não ser paga era baixo.
5.2.3) Mas à medida que o amor ao dinheiro começou a ser o norte da sociedade, a circulação de crédito passou a gerar um risco, dado que o tomador do crédito é um ser desconhecido e não se sabe se ele tem histórico de ser bom pagador no banco - e esse problema se deu por força da livre circulação do crédito, sem restrição a pessoa alguma.
5.2.4) E o risco começou a se instaurar e a ser distribuído a toda sociedade, a ponto de se tornar um risco social, a ponto de gerar um sistema de execução que dispensa todo um processo de conhecimento, dado que seria difícil apurar o verdadeiro culpado e a devida responsabilização subjetiva do sujeito, o que mataria todo o senso de tomar o país como um lar em Cristo, uma vez que o conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida de não pagar ao verdadeiro devedor estaria disseminado na sociedade, gerando convulsão social, uma revolução por conta da crise financeira. E esse fato se agravou quando a não crença protestante em fraternidade universal passou a ser o norte de todas as coisas, edificando liberdade para o nada.
5.2.5) É por conta desse problema, talvez, que o Estado passou a ser o agente garantidor das atividades bancárias, acabando com a livre atividade bancária, fazendo com que os bancos fossem reduzidos a agentes públicos sujeitos à autoridade de um banco central. E neste ponto o banco privado se torna uma espécie de permissionário, dado que a eficiência de uma instituição privada é conveniente para a autoridade pública, com relação ao trato econômico. E disso para o comunismo é um pulo.
5.2.6) É por conta disso que nasceu o nacionalismo monetário, o que acaba gerando um verdadeiro sistema de conflitos internacionais, visto que a moeda do mais forte acabava gerando inflação no país economicamente mais fraco, por força da abolição do padrão-ouro.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 13 de abril de 2017.
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