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quinta-feira, 20 de abril de 2017

Notas sobre sociologia e genealogia

1) Enquanto a sociologia mede o homem por meio do comportamento coletivo, tirando uma impressão genérica e abstrata por conta de este ser a medida de todas as coisas, a genealogia mede a relação entre um homem de uma geração e outra da mesma família, uma vez que família é tradição - e nesta tradição ocorre o pacto entre as gerações, de modo em que as gerações posteriores honram a herança de seu antecessor, de modo a aprimorá-la.

2) Quando essa herança é observada sistematicamente ao longo de várias gerações de uma mesma família, temos país tomado como se fosse um lar, pois a herança é distribuída a todo aquele se preparou de modo a bem cuidar dela. Quando a herança de várias famílias é observada dentro desse mesmo consórcio, nós temos comunitarismo.

3) Maior exemplo disso é que eu sou herdeiro direto dos legados das famílias Viégas e Dettmann. Por isso, eu trabalho duro de modo a honrar os dois legados. Indiretamente, eu também honro o legado das Famílias Carvalho (da minha avó) e Gomes (do lado materno do meu avô), assim como um dia meus filhos honrarão não só o meu legado, mas também o legado da minha futura esposa, cujo sobrenome é Frederico.

4) É por força desse legado que vejo que não é o homem a medida de todas as coisas, mas o conjunto de heranças acumulado ao longo dos sucessivos casamentos que há entre as famílias, por força do passar das gerações - coisa essa que é fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. Se a pessoa tiver plena consciência de onde veio e para onde vai, ela jamais será serva da má consciência.

5.1) A sociologia fundada no homem como medida de todas as coisas leva a um individualismo desenfreado e a uma liberdade voltada para o nada. E é por conta da liberdade voltada para o nada que o amor se torna líqüido, já que os indivíduos não passam de átomos que podem se ligar a outros átomos de modo a compor qualquer tipo de elemento, coisa que às vezes é fora da conformidade com o todo que vem de Deus.

5.2) Como o líqüido assume a forma de seu recipiente, o casamento se torna uma coisa utilitária, um negócio jurídico, e fica dessacralizado, por força da descristianização da sociedade, uma das características da sociedade moderna.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 20 de abril de 2017.

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