1) Agora eu compreendo porque a última flor do Lácio é inculta e bela.
2) Se ela não ficar presa a padrões pretensamente eruditos, como o juridiquês, ela é uma língua bela e clara. Basta que se diga as coisas de maneira clara e objetiva. Por isso ela é necessariamente inculta, pois isso acaba jogando as regras do cientificismo, do academicismo na lata do lixo.
3.1) Muitos entendem cultura por virtuosismo ou preciosismo - se é esse o caso, então estão a criar uma antilinguagem.
3.2) Às vezes, certos exercícios que o professor William Bottazzini Rezende e outros latinistas recomendam acabam fomentando má consciência na pessoa, pois esta vai ficar sempre procurando buscar equivalentes semânticos de modo a dizer uma experiência que pode ser exprimida de forma simples e clara, o que faz a pessoa conservar o que é conveniente e dissociado da verdade - e isso é um verdadeiro horror. Como aluno, desobedeceria meus professores neste caso, pois penso ser insensato.
4.1) Acho que o bom senso deveria prevalecer.
4.2) Eu só buscaria esse exercício se estou diante de um caso onde a linguagem atual não é capaz de abarcar a experiência que estou tendo, de modo a exprimi-la melhor. Afinal, como escritor, preciso dizer o indizível - e isso pede um estudo da linguagem, mais ou menos nos moldes das investigações que fiz sobre nacionidade.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 18 de abril de 2017.
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