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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Notas sobre uma passagem do livro a Riqueza das Nações que é fora da realidade

1) A explicação de Adam Smith de que não é da caridade do padeiro que temos o pão nosso de cada dia, mas do amor próprio que este tem ao seu negócio, à sua economia organizada, constitui um exemplo de algo que precisamos ver o que não se pode ver, tal como nos apontou Bastiat.

2) Cada homem é dotado de um dom - e este dom deve ser desenvolvido de modo a servir a seus semelhantes dentro da comunidade. Se a pessoa serve ao seu semelhante, este tem mais o direito de ser remunerado. E se ele me serve, é porque isso se funda no fato de que toma o consumidor de seus serviços como se fosse um irmão em Cristo.

3) Esta explicação de Adam Smith, que cria a virtude do egoísmo, é uma das mais detestáveis e heréticas que há. E não é à toa que o Papa São Pio X condenou a ordem fundada na "virtude" do egoísmo, pois isso faz com que a vida voltada a servir aos outros se torne uma prisão, uma vida sem sentido. Se eu sirvo aos outros por dinheiro, então sou um escravo do dinheiro - como o Estado é quem tem a autoridade de cunhar a moeda e coordenar os esforços da população em conjunto, no final das contas eu serei prisioneiro de um Estado totalitário, que toma o país como se fosse uma espécie de religião, em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele. E não é à toa que o fascismo é o filho da liberdade voltada para o nada, um dos parentes do comunismo.

4) Eu mesmo, quando penso em dinheiro, eu me sinto uma pessoa atormentada - é algo bem diabólico. E nada é mais diabólico do que servir ao próximo com fins mercenários, pois o serviço a ser prestado tende a ser o pior possível, já que o dinheiro na mente atrapalha a excelência do serviço. E isso é psicológico - e isso é péssimo.

5) Isso que os libertários fazem se chama perversão da linguagem. Egoísmo não é altruísmo, da mesma forma que não posso fazer do meu "não" um "sim "e de meu "sim" um "não". O próprio Cristo já advertia sobre as conseqüências funestas disso, já que isso leva à insinceridade - o que causa a cultura da rescisão dos contratos, da mesma forma como há uma cultura do divórcio, hoje em dia. Esse tipo de cultura só faz com que o Estado tenha de intervir ainda mais na sociedade, pois a não-crença na fraternidade universal está instaurada entre nós, por conta do relativismo moral.

6) Eis algo sobre o qual deveríamos meditar todos os dias.

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