Pesquisar este blog

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Mais reflexões sobre autofinanciamento

1) Da mesma forma que peço dinheiro emprestado para a aquisição de livros e jogos, eu pedirei dinheiro emprestado para a difusão de ofertas de livros que eu digitalizei, de modo que eu tenha ganhos sobre a incerteza.

2) Farei isso quando tiver digitalizado todos os livros de que necessito. Afinal, quando o dinheiro é escasso, nós devemos fazer escolhas. Por enquanto, a prioridade é adquirir material - mais tarde é que faremos a difusão e venda do material digitalizado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 8 de maio de 2019.

terça-feira, 7 de maio de 2019

Sobre o fato de desenvolver filosofia a partir dos jogos que jogo

1) Tomando por base minhas experiências na rede social - onde ia meditando conforme ia escutando e lendo as reflexões dos meus contatos -, agora estou meditando a partir das minhas experiências acumuladas de jogo, tendo por base os seguintes jogos: a série Civilization, o Colonization Classic e o Alpha Centauri (todos de Sid Meier), além das séries The Guild, The Sims e Life is Feudal.

2.1) Conforme vou progredindo nas meditações, mais serei capaz de conceber um jogo de estratégia. Venderei a idéia para quem quiser fazer um design desse jogo.

2.2) Bons jogos podem nascer a partir de experiências pensadas, meditadas - quem comprar o produto terá muito ganho sobre a incerteza. Só quero uma justa e generosa fração desse lucro, porque isso decorreu das minhas meditações, a título de direitos autorais, pois, nesse ponto, devo ser contado como sócio do projeto.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de maio de 2019.

Notas sobre o populismo e sua relação com o pecado da vaidade

1) D. Eugênio Sales, que foi arcebispo de minha cidade, dizia que o verdadeiro servidor público que vive a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus deve evitar o pecado de buscar a popularidade, principalmente em tempos onde o povo é a voz de Deus.

2) Não quero ser popular num tempo onde o povo é composto de animais que mentem e que se acham capazes de votar, uma vez que a democracia acabou se tornando o governo do povo, pelo povo e para o povo, a ponto de ser tomado como se fosse religião da massa, da unanimidade. É por conta de gente assim que os piores são escolhidos, pois Cristo será sistematicamente preterido por Barrabás, a ponto de ser crucificado constantemente a ponto de que essas trevas se dissipem.

3.1) Eis aí a síntese desses 130 anos de República - o populismo só fomenta vaidade e tirania. E isso precisa acabar, pois ela se funda no homem, pelo homem e para o homem, como se ele fosse a medida de todas as coisas.

3.2.1) Não é à toa que o Deodoro disse para não nos metermos com coisas republicanas, fundadas naquilo que decorre da maçonaria.

3.2.2) Nós somos de Cristo e nós servimos a Ele em terras distantes, tal como se deu em Ourique. Mesmo que eu tome uma decisão que desagrade ao mundo, ao diabo e à carne, o que importa é que a decisão a ser tomada favoreça o país e as próximas gerações.

3.2.3) Para eu ser político, eu preciso morrer para mim todos os dias, antes, durante e depois de ter recebido um cargo eletivo, uma vez que a política não se resume só ao âmbito eleitoral - ela está em cada aspecto de nossas vidas.

3.2.4) Se eu não fizer tal mortificação, então eu terei passado pela vida sem produzir um legado. Viverei uma vida biológica, sem haver tomado o país como um lar em Cristo - e neste ponto, terminarei no fogo eterno por me tornar um apátrida, por conservar o que é conveniente e dissociado da verdade em tempos de crise. 
 
3.2.5) É exatamente isso que ocorrerá com muitos - todo homem morre, mas nem todo homem vive. É preciso que se morra em prol da verdade para se viver - eis a razão pela qual é preciso que se santifique através do trabalho político de modo que os demais trabalhos sejam também santificados, de modo ajudem na promoção do bem comum. Este é o trabalho mais elevado que há neste mundo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de maio de 2019.

Notas sobre multiculturalidade e multiculturalismo

1.1) Todo povoamento de uma região ou província se fundamenta necessariamente na migração. 

1.2) No âmbito interno, a cidade mais populosa e mais desenvolvida tende a emprestar seus cidadãos para as cidades menos populosas de modo a se desenvolverem, como se isso fosse uma relação de empréstimo. O pagamento desses juros se dá no fato de que as cidades menores se tornam vassalos das cidades maiores, a ponto de deverem favores políticos a essas grandes cidades-Estado.

1.3.1) O soberano que tomou a iniciativa de povoar e desenvolver uma determinada região também se torna o príncipe dessa nova cidade.

1.3.2) Se ele se tornar príncipe sistemático de várias cidades novas, então a cidade-Estado passa a se tornar a reino, a ponto de a cidade mais antiga e mais populosa se tornar a capital dessa nova nação. Eis o processo de nacionidade decorrente da missão de servir a Cristo em terras distantes.

2.1) No âmbito internacional, há a questão da descoberta do outro, a ponto de surgir com ela a questão da multiculturalidade.

2.2) Quando dois povos de culturas diferentes amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, é perfeitamente possível estabelecer um acordo por meio do qual você permite a vinda de uma leva de habitantes da nação amiga vir morar contigo.

2.3.1) Esse grupo se estabelece numa cidade menor e passa a reproduzir a cultura nativa na sua terra, a ponto de tomar os dois lugares como um lar em Cristo. As experiências desses imigrantes vai permitir o desenvolvimento das suas cidades - e os nativos da sua nação levarão o que conhecem do Brasil e o que aprenderam desses imigrantes para outras terras também. E a Lusitânia Dispersa se tornará o berço da pan-lusitanidade, pois todos os povos serão herdeiros da missão de servir a Cristo em terras distantes, a ponto de haver um Reinado Social de Cristo Rei sobre a Terra.

2.3.2) Se vários povos habitassem uma mesma cidade, a ponto de tomá-la como um mesmo lar em Cristo, por Cristo e para Cristo, então a probabilidade de essa cidade se desenvolver a partir de culturas importadas e criar sua própria cultura será alta, pois da universalidade vem a diversidade. E o reino tenderá a evoluir a um império justamente por conta dessa multiplicidade de culturas gerar uma cultura mais rica e mais sofisticada, fundada na missão de servir a Cristo em terras distantes.

3.1) Quando se busca liberdade sem verdade, a ponto de dizer que todo homem tem direito à sua verdade e que toda cultura, ou mesmo toda religião, é boa, então o senso de tomar o país como um lar em Cristo se perde, pois o multiculturalismo não se funda na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus. O multiculturalismo se funda em conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, a ponto de tudo se fundar no homem, pelo homem e para o homem, enquanto animal que mente.

3.2.1) A diversidade de culturas vai gerar um verdadeiro panteão imanente e nele haverá um conflito sistemático de interesses a ponto de tudo estar no Estado e nada estar fora do Estado ou contra o Estado. Isso gerar um verdadeiro arranjo político de dominação onde a religião mais agressiva dominará as demais. Não é à toa que o liberalismo fomenta o totalitarismo, o qual por sua vez promove a expansão do islamismo.

3.2.2) Somente o catolicismo pode oferecer resistência a esse estado de coisas, pois o liberalismo foi condenado sistematicamente por diversas encíclicas papais. O multiculturalismo e o uso da migração como forma de destruição da cultura européia é mais uma dessas armas desse liberalismo instrumental.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 7 de maio de 2019 (data da postagem original).

segunda-feira, 6 de maio de 2019

Notas sobre as eras de New Deal, enquanto eras de nacionalismo e enquanto formas de projeção de poder global

1) O primeiro New Deal é aquele período que nós conhecemos, que se deu durante o governo de Franklin Delano Rossevel. Esse New Deal durou até o governo Reagan (1981 a 1988).

2.1) Nixon, quando foi à China, inaugurou um segundo novo acordo.

2.2) Os liberais injetaram um caminhão de dinheiro, acreditando que a liberdade política do país se mede pela liberdade de sua economia, do quanto a riqueza é tomada como sinal de salvação da lavoura de uma nação tomada como se fosse religião. Por conta disso, a China passou a ser o país dos dois sistemas: liberal na economia e totalitário na política.

2.3.1) Isso é prova cabal de que os liberais dependem dos comunistas para que a tesoura vá aos poucos solapando os valores fundados na conformidade com o Todo que vem de Deus. Além de praticarem salvacionismo e distanásia política, ainda proclamaram a ética confuciana chinesa como o mais novo espírito do capitalismo. Eis o segundo New Deal criado. Podemos dizer que a China é a nova sucessora da América, em termos de país mais poderoso do mundo. A Pax Americana dará lugar à Pax Sinica.

2.3.2) Por conta disso, nenhuma indústria nacional se desenvolve, pois todos os empregos estão sendo gestados lá na China. Todos os poderes relativos a usar, gozar e dispor de alguma patente industrial estão sendo concentrados em mãos sínicas (chinesas). Além de inovarem, eles estão quebrando patentes a torto e a direito, gerando desemprego no mundo inteiro.

2.3.3) Esse misto de socialismo e capitalismo num só país faz com que o mundo se reduza a tudo o que decorre da China, a ponto de ficar em conformidade com o que vier a ser decidido a partir de Pequim, o que faz com que ele acabe sendo tomado como se fosse uma espécie de religião. 
 
3.1) Houve uma época onde o mundo para eles era só a China e olhe lá. E isso se deu quando eles concluíram A Grande Muralha e se isolaram.

3.2) É exatamente isto que está acontecendo, pois isto está sendo retomado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de maio de 2019 (data da postagem original)

Comentários: 

Arthur Rizzi: Guerra ideológica não existe. O que existe é guerra por poder, uma vez que ideologia é apenas instrumento. Os EUA e a China sempre fizeram negócios quando lhes convinha, sem se importarem com discursos.

Por que Veblen incomoda o pensamento liberal?

1) Como é bom ter leitores inteligentes! Meu amigo Erick Ferreira compartilhou comigo suas impressões sobre o livro A Teoria da Classe Ociosa, livro esse que levei praticamente um ano digitalizando.

2) Os liberais, vendo que a crítica do Veblen é uma verdadeira paulada àquilo que eles conservam de conveniente e dissociado da verdade, estão agora proclamando que a ética confuciana é mais conforme ao espírito do capitalismo do que o calvinismo. Ou seja, ao invés de reconhecerem o erro, preferem insistir no conservantismo, proclamando um novo tipo de ética - o que justifica o casamento do comunismo chinês com o capitalismo, a ponto de criarem uma síntese do totalitarismo com a liberdade servida com fins vazios, onde a riqueza se tornou a medida de todas as coisas.

3) Se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade é um crime em si mesmo, insistir nisso através do progressismo é um verdadeiro crime continuado. E pensar que foram os liberais que salvaram o regime comunista chinês, quando injetaram um caminhão de dinheiro lá, após à ida do Nixon à China. Tal ida mostrou-se extremamente desastrosa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de maio de 2019.

Comentários de um meus leitores sobre o livro A Teoria da Classe Ociosa, de Thorstein Veblen

Erick Ferreira: Bom dia, caríssimo!

José Octavio Dettmann: Bom dia, meu caro!

Erick Ferreira: Aquele livro A Teoria da Classe Ociosa é um livro bem complexo, não no sentido de que é difícil entender, mas no sentido de que ele toca em questões muito problemáticas, coisa que muitos pensadores se recusam a fazê-lo. Confesso que não conhecia esse livro, embora o autor já me fosse conhecido. Pensei que você tinha escrito algo a respeito.

José Octavio Dettmann: Na verdade, escrevi algumas coisas baseadas nesse autor. Ele me serviu de base para muitas reflexões.

Erick Ferreira: Acho que vou ler esse livro até o fim. Achei-o muito interessante - acho até que ele se aproxima um pouco de abordagens como a de Belloc e Leão XIII.

Erick Ferreira:

1) A primeira consideração que fiz sobre a classe ociosa foi a seguinte: ela é a força motriz do desenvolvimento de uma nação, uma vez que a vida livre se dá de dentro pra fora, do interior para o exterior, da liberdade de expressão para a liberdade de movimento.

2.1) Parece que o Veblen esqueceu de apresentar os filósofos como o principal grupo dessa classe.

2.2) A maior prova disso é que num país como o Brasil, onde há muito servilismo, há pouco desenvolvimento - falo isso não no sentido meramente pragmático do termo. A verdade é que, onde há o império do trabalho braçal, a mente atrofia.

2.3) Esse é um dos grandes paradoxos do desenvolvimento, pois estamos acostumados a dizer que o trabalho é a fonte da riqueza, como diz até mesmo o Papa Leão XIII. No entanto, onde há muito trabalho, no sentido braçal do termo, não há muito desenvolvimento. Os selvagens vivem ocupados - isso até o Lévi-Strauss demonstrou. O homem civilizado, não - ele pára, medita.

2.4.1) Os dias de descanso do cristianismo levaram muitos a praticarem a contemplação e isso foi uma das chaves do desenvolvimento, uma vez que isso se tornou parte da nossa cultura.

2.4.2) Imagine uma sociedade onde o trabalho ocorra de segunda a segunda, todo santo dia e sem dia de descanso? Isso leva à escravidão, uma vez que a riqueza nessa sociedade se tornou sinal de salvação (ou uma espécie de maldição!).

2.4.3) A indústria cultural acabou destruindo essa cultura de contemplação. Quando as pessoas têm tempo livre, elas acabam desperdiçando esse tempo precioso com entretenimento fútil, vazio, ao invés de estudar e meditar, estudando ou lendo coisas que elevem o espírito até o encontro de Deus.

José Octavio Dettmann:

1) A filosofia, para ser bem feita, necessita da contemplação. Trata-se de ócio produtivo, nunca improdutivo. Para pensar, meditar, você precisa ter tempo livre para isso.

2) O trabalho, enquanto atividade voltada para a promoção do bem comum e de salvação de muitos, precisa ser organizado e isso precisa ser pensado. Não há um bom trabalho, não há uma boa obra - no seu sentido salvífico - sem método - e isso passa pelo filósofo, que é também um teólogo em potência.

José Octavio Dettmann:

1) Fico feliz que tenha gostado do livro! Eu digitalizarei mais livros pra você.

2.1) Eu vou digitalizar pra você o livro Pluto ou Um Deus chamado dinheiro, de Aristófanes.

2.2.1) Foi daí que Aristóteles cunhou o termo "crematística", baseado no personagem Crêmio, que busca a riqueza como sinal de redenção.

2.2.2) Como o fim do homem é ele mesmo, então ele busca a felicidade em si mesmo.

2.2.3) Em Calvino, ele é predestinado ou eleito. E isso leva ao retorno do barbarismo, pois pleno emprego é escravidão.

3) Uma das chaves de leitura possíveis é ler este livro do Veblen junto com A Ética Protestante e O Espírito do Capitalismo, de Max Weber, pois um dos efeitos da ética protestante é criar essa classe, do sentido crematístico do termo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 6 de maio de 2019.

Comentários:

Edmundo Noir: O ócio é uma faca de dois gumes. Existe o ócio criativo e ócio que leva ao pecado, pois mente vazia é oficina do diabo. É necessário certa educação para o bom uso do tempo livre e das sadias diversões.