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sábado, 12 de maio de 2018

A lógica da divisão dos liberais é a mesma dos islâmicos

1) Os liberais, ressalvado o meu entendimento nos artigos que escrevi, costumam se dividir entre liberais clássicos e libertários.

2.1) Essa divisão para mim é irrelevante.

2.2) Assim como os islâmicos, são destruidores de civilização - por isso, a maneira como se dividem e se enxergam se funda no fato de que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade.

2.3) Neste ponto, não há unidade, como tudo o que é próprio do conservantismo e da liberdade voltada para o nada que esta mentalidade revolucionária pretende edificar. A única unidade está no propósito de destruir o que se funda na conformidade com o Todo que vem de Deus, pois Deus se fez homem para nos livrar da escravidão do pecado e eles estão presos na ilusão de buscar liberdade fora da verdade em Cristo, o que não passa de obstinação na perdição.

3.1) No mundo islâmico, o moderado prepara o caminho para o radical. No anarco-capitalismo, a mesma coisa acontece. Na cultura de Estado tomado como se fosse religião, as coisas também se operam dentro da mesma lógica.

3.2) É próprio do movimento revolucionário o moderado preparar o caminho para o radical destruir tudo o que foi fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de maio de 2018.

Comentários:

Eric Fernando: Foram os liberais que abriram a Europa para o islã, e são os liberais que estão no poder no Ocidente desde o fim da Segunda Grande Guerra.

João Damasceno: "É próprio do movimento revolucionário o moderado preparar o caminho para o radical destruir tudo o que foi fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus." Tal como o protestantismo dito tradicional para com o protestantismo atual.

Maurício Silva: Quando se diz que o moderado abre o caminho para o radical, que ninguém entenda que, se não fosse assim, o moderado estaria em si mesmo justificado. Ele, enquanto liberal (ou seja, enquanto inimigo de Deus — ou seja, inimigo da obediência e da submissão à verdade), é mau em si mesmo.

Antes de conhecer o pensamento de Dugin, eu já classificava as coisas como matérias de mão direita e matérias de mão esquerda

1) Antes de tomar conhecimento acerca do pensamento do Dugin, eu costumava pensar da seguinte forma: como escrevo com a mão esquerda, eu costumava classificar as matérias onde eu era melhor versado em matérias de mão de esquerda, enquanto as matérias onde eu era menos versado em matérias de mão direita.

2) Eu adotava essa classificação por conta dessa minha peculiaridade. Na época eu não era católico e não pensava na simbologia de estar à direita ou à esquerda do Pai.

3.1) Dugin usava a classificação mão direita e mão esquerda tendo por conta essa simbólica. A obra dele tem uma intencionalidade.

3.2) As matérias revolucionárias seriam matérias de mão esquerda, enquanto as fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus como sendo de mão direita, dado que as melhores coisas, assim como as piores, costumam ser feitas à mão, sejam as que apontam para o Céu ou as que apontam para o diabo, que arquiteta planos infalíveis contra Deus e que terminam sempre dando errado, por conta de haver certos homens que se recusaram a ser atuais, com o passar dos tempos.

3.3) Estava vendo um vídeo que meu colega Carlos Cipriano de Aquino me mandou e logo me veio este detalhe à lembrança.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de maio de 2018 (data da postagem original).

terça-feira, 8 de maio de 2018

A inteligência e a liberdade nos fazem humanos


1) Não são a razão e o livre-arbítrio que nos distinguem como "pessoas humanas", mas a inteligência e a liberdade.

2) "Tem diferença?" Tem. Pelos primeiros, somos loqüentes e eleitores; pelas segundas, somos verazes e justos. Pode-se pensar e escolher à beça, mas se viver como uma besta.

3) Esse é o drama do homem moderno: não faz ideia da dignidade pessoal, identificando-a com sua realidade psicoorgânica. Por isso, nega-a a quem não tem voz e condições de decidir. E faz do "grito" e da "escolha" o distintivo da humanidade.

Joathas Bello

Facebook, 8 de maio de 2018

https://web.facebook.com/permalink.php?story_fbid=337758020082450&id=100015447638450

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Comentários sobre uma coisa dita por Roberto Santos

José Octavio Dettmann:

1) Essas últimas falas do Roberto Santos me deixaram pensativo. Se a Crucificação de Jesus não foi sacrifício, como pode haver a figura do Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo? E mais: como ficaria a situação da prefiguração do sacrifício de Cristo, quando Abraão teve a fé testada por Deus e, no momento derradeiro, um cordeiro entrou no lugar de Isaac, na última hora?

2.1) O argumento dele não faz sentido. Cristo morreu por nossos pecados, mas venceu a morte.

2.2) Se morreu por nossos pecados, então houve sacrifício, mas esse sacrifício foi libertador porque ele ressuscitou. E ao ressuscitar, ele abriu a salvação para os pagãos, abolindo a divisão do mundo entre eleitos e condenados.

2.3) Talvez o Roberto não tenha levado em conta o componente da ressurreição. Não se trata de um sacrifício como outro qualquer. Tal sacrifício tinha conotação definitiva, pois foi feito de uma vez por todas.

2.4) Agora que ele não vai mais se pronunciar no facebook, é pouco provável que eu ouça o que ele tem a dizer. É uma pena, pois usei muitas reflexões para produzir as minhas também. Eu costumava conversar essas coisas que ouvia e meditava com o vigário de minha paróquia, mas ele passou a ser titular de uma outra paróquia em Quintino. E do jeito como anda o Rio, não tenho a menor coragem de me deslocar.

3.1) O Roberto, em suas postagens, costumava falar que a religião judaica é contratual. Mas, no tempo antigo, havia uma diferença clara entre pacto e contrato.

3.1.1) O pacto tinha implicações morais, a ponto de haver sacrifício e derramamento de sangue.

3.1.2) Como Jesus é a verdade, esse cordeiro foi derramado em honra do Deus verdadeiro, restaurando não só os erros, como também perdoando os desvios decorrentes da Antiga Aliança, que era um pacto e não um contrato.

3.1.3) Contrato implica obrigação financeira. Naquela época, entre os judeus, havia servidão por dívidas. Roberto falava da servidão a cada 7 anos - no sétimo ano, a dívida tinha que ser perdoada.

3.1.4) Cristo veio abolir o caráter contratual da fé, pois isso leva à Riqueza ser tomada como um sinal de salvação, como uma prerrogativa que é própria de povo eleito. Não é à toa que muitas seitas protestantes retomam esse elemento judaizante. A colonização da América do Norte, por exemplo, foi feita à base de servidão por dívidas.

3.1.5) Quando puder, vá na wikipedia e pesquise por "indentured servitude" Essa servidão durou mais tempo que a escravidão negra nos Estados Unidos. Foi muito usada na Virgínia, principalmente. Lembre-se: pesquisa na wikipedia em inglês.

3.2.1) A divisão entre pacto e contrato era bem nítida no Direito Romano. Por isso que o Cristianismo assumiu essa nuance romana, reforçada pela filosofia grega, a ponto de aperfeiçoar a lei mosaica.

3.2.2) Quando o Império Romano estava na época do dominato, houve uma equiparação entre contratos e pactos - e isso deve ao fato de que a atividade mercantil em Roma, que era marginal, passou a assumir um importante destaque, a ponto de fazer Roma cair numa corrupção sem precedentes, o que levou à queda da parte ocidental em menos de 100 anos.

Andréia Moraes:

1) Eu perguntei sobre isso ao Olavo e ele próprio disse que houve sacrifício. Eu achei um absurdo o Roberto pegar a teoria do Santo Irineu de Lyon para provar que a morte de Jesus na cruz não foi um sacrifício.

2.1) A teoria da recapitulação, ao meu ver, só comprova o fato de que a morte de Jesus foi um sacrifício, pois ele veio para consertar erros e dentre eles estavam as leis mosaicas cerimoniais. No final das coisas, por amor aos homens ele se sacrificou e tomou o lugar do cordeiro. Foi isso que a morte de Cristo sempre representou pra mim. Ele terminou abolindo a lei de expiação do pecado. O Roberto diz, no entanto, que o momento da cruz é o momento em que Adão peca e "crucifica" o mundo. E isso já é uma interpretação pessoal dele.

2.2) No meu entender, houve sacrifício exatamente pelo fato de Jesus ter feito tudo isso de forma gratuita. Nunca enxerguei o sacrifício como dívida, aliás. Se não tivesse sido um sacrifício, não haveria motivo para ele ter passado por toda aquela dor. Ele poderia simplesmente ter se recusado e assim receber uma pena menos severa. E acho que todos concordam com isso.

José Octavio Dettmann

1) O erro do Roberto está no fato que ele confunde pacto com contrato. Talvez se deva pelo fato de que ele não teve a oportunidade de estudar Direito Romano.

2) O Ricardo Roveran está fazendo estudos nessa direção.

3) Por isso, eu estou cruzando os dados.

Andréia Moraes: Isso eu não sabia Vou dar uma olhada. Você me fez lembrar de algo.

José Octavio Dettmann:

1) Antes de a missa começar, eu estava pensando nisso que o Roberto falou. Eu havia ficado com a pulga atrás da orelha depois dessas falas.

2) Como no Direito Romano no tempo da monarquia, a lei mosaica antes de Jesus tinha um aspecto formalista e cerimonial. Ela tendia a ser lida com base na letra fria da lei, uma sola scriptura.

3.1) Ao Jesus dar pleno cumprimento à lei, ele fez as pessoas assimilarem as ordens de Deus pelo coração, pois devemos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

3.2) Esses dois princípios explicam o decálogo e estão acima da lei positiva, pois Jesus é sumo legislador e, neste ponto, Ele foi sábio. Toda uma tradição foi fundada a partir daí.

4.1) Lutero, no entanto, rompe com isso - e retoma esses elementos farisaicos do judaísmo antes de Jesus.

4.2) Afinal, o positivismo é muito vivo sobretudo na França Revolucionária e na Alemanha. Extremamente anticatólicos.

4.3) A forma mais nefasta de positivismo que aprendemos nas universidades foi criada por um judeu: Hans Kelsen. E a teoria pura do Direito foi baseada numa interpretação errônea do pensamento de Kant.

5.1) Em termos de hierarquia das leis, Jesus é a Constituição e a lei mosaica é a lei ordinária, o direito comum aplicado ao tempo comum dos que vivem a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus. E esse direito ordinário da lei mosaica serve de base para as legislações do mundo inteiro, se temperado por esses dois princípios ensinados por Jesus.

5.2) Jesus é juiz: guardou a lei mosaica e aplicou-a, revelando, assim, princípios para o seu pleno cumprimento. Como Rei, Juiz e Legislador, Ele reúne três poderes em 1. Ele é a figura perfeita daquilo que Aristóteles falava sobre o poder.

5.3) Quando estava no concurso público, eu aprendi que Aristóteles concebia o poder como um único órgão. E isso tendia a estar nas mãos de uma única pessoa. Por isso a monarquia, que podia se degenerar numa tirania.

5.4) Se Cristo é Rei, então a monarquia tornou-se virtuosa. E todos os que receberem a coroa - seja diretamente por Ele, seja por intermédio da Igreja - se tornam vassalos de Cristo, tornando-se senhores dos senhores ao serem o servos dos servos em Cristo, tal aconteceu com D. Afonso Henriques, que recebeu a coroa diretamente do próprio Cristo.

5.5.1) No meu entender, o príncipe perfeito foi de fato foi D. Afonso Henriques e não D. João II, que foi mais maquiavélico.

5.5.2) Perfeito porque imitou a Cristo da melhor maneira que pôde e elevou o país à glória, ao servir a Cristo em terras distantes.

Andréa Moraes:  Nossa! Você sabe bastante! Onde leu sobre isso?

José Octavio Dettmann:

1) Em todos esses anos no facebook, eu li muitas postagens interessantes e sobre elas eu meditei muito. Além disso, somei essa experiência a coisas que aprendi com Roberto e outras pessoas. Isso sem contar eu passei 12 anos estudando Direito e mais de 20 anos estudando História de maneira independente. Trata-se de uma junção de coisas.

2) Olavo fala que você só aprende a filosofar vendo um filósofo agindo. E o que estou falando agora é exatamente isso.

Andréa Moraes:

Como se faz isso? Eu queria conhecer um filósofo pessoalmente. Aprendendo pelo exemplo deve ser muito melhor.

José Octavio Dettmann:

1) O primeiro passo para se estudar filosofia é aprender a experiência dos outros e depois meditar sobre o que foi dito. Sócrates fazia isso por meio de conversas com os alunos. Como  não sou tão bom orador, eu faço isso por escrito, já que eu me sinto mais à vontade fazendo essas coisas na rede social.

2) Eu aprendi a filosofar vendo como o Olavo falava e respondia às perguntas. É preciso aprender a ter atitude filosófica.Você primeiro ouve e depois medita.

3) E para meditar, você precisa ler as experiências dos outros e integrá-las às suas próprias experiências.

4.1) Szondi falava no eu como construtor de pontes.

4.2) Se você reúne todas essas informações em um único sistema, que é o seu pensamento, a possibilidade de criar pontes é enorme - e o céu tende a ser o limite.

Facebook, 6 de maio de 2018. Conversa feita no inbox.

quinta-feira, 3 de maio de 2018

Mais comentários sobre o conservantismo sensato

1) O conservantismo sensato, prudente, leva a conservar a dor de Cristo, que é o verdadeiro conservadorismo.

2.1) O conservantismo que condeno nos meus artigos é a forma imprudente, fundada no amor de si até o desprezo de Deus, que está à esquerda do Pai, no seu grau mais básico, ainda que chamem isso de direita.

2.2) Embora eu tenha dado muita ênfase ao combate da vertente insensata - que é esquerdismo no grau mais básico, ainda que muitos se digam de direita nominalmente falando - isso que meu amigo João Damasceno falou é perfeitamente possível e válido. Em meu blog há uma ou outra postagem sobre isso.

3) Enfim, é conservando o que é conveniente e sensato que a pessoa aprende a conservar a dor de Cristo, a ponto de ser um conservador - membro da Igreja militante, que age no mundo de colaborar na tarefa de construir o bem comum de modo a fazer com que o país seja tomado como um lar em Cristo, o que certamente prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu - e isso é trabalho salvífico, além de civilizacional.

4.1) Eu não entendo porque certas pessoas ficam fazendo do termo "conservadorismo" um chavão e não entendem a riqueza que há por trás disso.

4.2.1) O que essas pessoas fazem é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, relativizando toda a moral e esvaziando o significado da palavra "conservador".

4.2.2) Esse "samba do crioulo doido" leva a uma espécie de ecumenismo, que mais favorece o projeto da mentalidade revolucionária. 
 
4.2.3) E esse tipo de ecumenismo, que chega a ser messiânico, leva a uma fé metastática, pois conservar o que é conveniente e dissociado da verdade é um verdadeiro câncer da alma.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de maio de 2018.

Notas sobre o conservantismo sensato

A leitura equivocada do conservadorismo como instrumento de intolerância e retrocesso, e do progressismo como elemento de elevação social e evolução, é uma construção cultural equivocada de Gramsci e da escola de Frankfurt de Filosofia. Prefiro o termo CONSERVANTISMO, que expressa a necessidade da preservação dos princípios, virtudes, valores e normas regentes da LEI NATURAL, sem as quais a vida social entraria em colapso. (ex. conservar a vida dos fetos, para sobrevivência e enriquecimento das futuras gerações).

 João Damasceno

Facebook, 3 de maio de 2018.

Comentário: 

José Octavio Dettmann:

1) Ele está se referindo ao conservantismo sensato - e isso, somado à prudência, faz a pessoa conservar a dor de Cristo, a ponto de se tornar conservador, membro da Igreja militante, que age no mundo para colaborar na construção do bem comum, que deve ser feita de modo que o país seja tomado como um lar em Cristo, o que certamente nos prepara para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu. 

2) Quando falo dos libertários-conservantistas, eu me refiro à vertente revolucionária, que se encontra à esquerda do Pai, ainda que se diga de direita, nominalmente falando.
Rio de Janeiro, 3 de maio de 2018. 

Postagem relacionada:

https://web.facebook.com/permalink.php?story_fbid=215059165747736&id=100017309613405

De um erro se produz um acerto - notas fundadas na vida pessoal

1) Quando era criança, eu costumava cometer um erro quando cantava o hino da República. Eu costumava cantar "Honduras, ó Brasil, florão da América", em vez de "Fulguras, ó Brasil, florão da América"

2) Tempos mais tarde, quando ganhei meu primeiro Atlas, é que descobri que havia um país chamado Honduras e que ficava na América Central.

3) Dizem que de um erro não se produz um acerto - no meu caso, errei a letra do hino, desagradando as tias, mas acertei no que não vi, ampliando ainda mais os meus conhecimentos de geografia.
 
José Octavio Dettmann
 
Rio de Janeiro, 3 de maio de 2018.