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terça-feira, 26 de setembro de 2017

Notas sobre digitalização e distributivismo

1) No meu tempo, para se completar um álbum de figurinhas, você fazia trocas com os colegas de colégio, você participava de torneios de bafo e, quando não se tinha a quem mais recorrer, você fazia encomendas à editora, de modo a completar o álbum.

2) No caso dos livros que digitalizo, eu guardo o original das fotos que digitalizo, pois é provável que eu possa perder o e-book original. Se guardo as fotos, basta processá-las no snapter novamente, redimensioná-las no pix resizer e reduzir o peso delas com advanced JPEG compressor.

3) O banco de fotos original pode ser perfeitamente trocado com outras pessoas que estejam fazendo a mesma coisa que eu faço. Assim, eu posso fazer o e-book sem a necessidade de passar três meses fotografando o projeto, pois alguém fez esse trabalho por mim. Para isso, eu precisaria formar esses fotógrafos de livros - e nas atuais condições, não estou podendo montar turmas de ensino presencial, já que não posso abrir a casa para os interessados virem aqui em casa para aprenderem comigo presencialmente. Só quando eu tiver minha própria casa é que poderei fazer isso, pois aí não haveria objeção dos meus pais quanto a isso.

4) Como essas "figurinhas" são produzidas por mim, então eu posso distribuí-las com outra pessoa que faça a mesma coisa que eu faço. Enfim, é a evolução do velho hábito só que dentro de uma nuance distributivista e comunitarista.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2017.

Digitalizar um livro é como completar um álbum de figurinhas

1.1) Quando tinha 10 anos, eu participei de um jogo de bafo com os colegas de meu primeiro colégio onde passei, o Curumim. Como havia ganhado o jogo, eu levei as figurinhas todas comigo.

1.2) Quando voltei pra casa, eu pedi ao meu pai que me comprasse um álbum de figurinhas (no caso, as figurinhas eram relativas aos jogadores que estavam atuando no campeonato brasileiro de 1991).

1.3) Como não consegui completar o álbum, quando o álbum relativo ao campeonato brasileiro de 1992 foi lançado, encomendei as figurinhas faltantes pelo correio, por meio da editora Panini. E só assim completei o álbum de figurinhas.

2.1) Quando estou digitalizando meus livros, eu lembro sempre da experiência que tive com álbuns de figurinhas.

2.2) É com paciência que vou completando o livro - é como se fosse um verdadeiro álbum, uma vez que as páginas dos livros são como figurinhas, enquanto as constantes fotos, marcadas pelo processo de tentativa e erro, são como repetições dessas figurinhas até encontrar a melhor dentre elas.

3) É desta experiência que tiro toda a minha motivação para digitalizar um livro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 26 de setembro de 2017.

domingo, 24 de setembro de 2017

Comentários à Parábola do Patrão Generoso, constante no Evangelho segundo São Matheus

1) Quando tratei de nacionismo, sobre o senso de tomar o país como um lar em Cristo e não como se fosse religião de Estado em que tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele, às vezes eu precisei dizer o que antes era indizível. E a tarefa é tão espinhosa que só consigo explicar essas coisas somente por escrito - se tivesse que explicar falando, eu não seria tão efetivo quanto sou escrevendo.

2.1) Mesmo escrevendo sobre assuntos tão complicados, há uma coisa sobre a qual sempre quis muito escrever e nunca fui capaz de fazê-lo. Trata-se da parábola do patrão generoso.

2.2.1) No Evangelho segundo São Matheus, há um proprietário de uma vinha que foi contratando trabalhadores.

2.2.2) Os que estavam disponíveis desde o começo do dia foram logo chamados, combinando com eles o pagamento de um dinheiro de prata.

2.2.3) Em seguida, recrutou os que se encontravam na praça por volta das nove da manhã e para eles combinou que pagaria o que era de costume. O mesmo disse para quem estava na praça por volta do meio-dia.

2.2.4) Ao cair da tarde, encontrou mais gente disponível. Como estes nunca haviam sido chamados, recrutou-os para trabalhar na vinha, prometendo-lhes pagar o que fosse justo.

2.2.5) Terminado o dia de trabalho, mandou chamar os que por último chamou. Para eles deu um dinheiro de prata. O mesmo se deu para quem foi chamado ao meio-dia e para quem foi chamado às nove da manhã.

2.2.6) Quando os primeiros receberam um dinheiro de prata, estes ficaram indignados, pois haviam dado duro o dia inteiro. Mas o patrão foi justo com eles - se o combinado foi uma moeda de prata, então eles receberiam uma moeda de prata.

3) Embora o valor fosse o mesmo, o motivo determinante do contrato que foi firmado com os primeiros trabalhadores foi diferente dos demais. Com estes, que eram os melhores disponíveis, fez-se um acordo liberal: o trabalhador diz o seu preço e você paga o que ele pede.

4) Com os demais trabalhadores, que foram chamados mais tarde, eles receberiam o mesmo salário do paradigma, os melhores trabalhadores, de modo que fossem estimulados a produzir. Como o salário do melhor é um dinheiro de prata, então a remuneração costumeira e justa é de um dinheiro de prata.

5.1) Se os empregados estão com o mesmo encargo, com a mesma responsabilidade, então eles percebem o mesmo salário.

5.2.1) Como a natureza desse serviço é de natureza civilizatória e se funda na eternidade, posto que se volta para a salvação de todos, então a justiça tende a ser distributiva e não proporcional.

5.2.2) Não é importante saber quantas almas você salvou ou quantas você levou a fazer com que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo de modo que isto os prepare para a pátria definitiva, a qual se dá no Céu; o que importa é se você cumpriu o seu dever fielmente, no tocante de ir servir a Cristo em terras distantes, tal como se deu em Ourique.

5.2.3) É isto que o proprietário da vinha, o próprio Deus, quer de seus servos - principalmente de alguém como D. Afonso Henriques, que deve ser servo dos servos, ao ser o senhor dos senhores de todo o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves. E ele deve fazer isso imitando a Cristo no mesmo gesto que Este fez ao lavar os pés dos apóstolos, pois os últimos - o povo debaixo de sua proteção e autoridade - serão os primeiros a liderarem toda uma cruzada em defesa da civilização ocidental e da fé cristã - e ele, como o primeiro dentre os primeiros, deveria fazer com que toda essa empreitada fundada em Cristo desse frutos.

5.2.4) Eis porque havia toda uma cumplicidade entre o povo e o Rei - ela obedecia a esse princípio.

6.1) O verdadeiro princípio da economia é a vida eterna - e é por força da vida eterna que as riquezas são construídas e distribuídas de modo a se gerar um bem comum. E é por força dessa vida eterna que se constrói uma civilização fundada no fato de se tomar o país como um lar em Cristo.

6.2) O dinheiro não é o que move o lar - na verdade, é o amor fundado no fato de se amar e rejeitar as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento quem o move. Servir ao próximo não se mede em quantidade de horas, mas em servir bem ao maior número de pessoas possível. Seja se comecei cedo ou se comecei tarde, o que importa é que fiz bem o meu papel e receberei a recompensa justa, tendo por paradigma o que fez da vivência fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus um compromisso com a excelência. Afinal, nesta vida somos todos passageiros, pois somos todos trabalhadores da vinha do Senhor.

7.1) Os liberais, presos ao materialismo, só entendem a proporção, pois tempo para eles é dinheiro - e isso é tão verdade que o eterno para eles é inconcebível, a ponto de dizer que Deus está morto.

7.2) O deus do dinheiro não passa de um demiurgo. E quanto mais amarmos ao dinheiro do que a Deus, mais nos afastamos de Deus, a ponto de cairmos na apatria e na ilusão de se buscar liberdade fora da liberdade em Cristo, a ponto de esta vir a ser nossa prisão definitiva, nosso fogo eterno. 
7.3) E o lugar mais quente do Inferno é destinado a quem conservou o que é conveniente e dissociado da verdade em tempos de crise, a ponto de edificar liberdade com fins vazios. Não é à toa que chamo esses liberais (da forma como o mundo entende) de libertários-conservantistas, pois é o que eles realmente são.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 24 de setembro de 2017.

sábado, 23 de setembro de 2017

Qual é o segredo para ensinar uma língua estrangeira a um aluno como eu?

1) Quando se é criado nos anos 80 e acostumado a ouvir músicas do Legião Urbana, Tears for Fears e outras bandas cujas letras carregam toda uma carga filosófica profunda, certamente uma pessoa como eu, criada nesta circunstância, receberá um tremendo de downgrade quando o professor inventa de colocar Beatles nas aulas de inglês. Do jeito como as letras dessa banda são tão pueris, elas são mais apropriadas para crianças.

2) Para alguém acostumado a pauleiras intelectuais complexas, não é conveniente confundir nível fácil com retardamento mental. A maior prova disso é que nas aulas de polonês eu aprendi o básico: aprendi o Pai Nosso e a Ave Maria em polonês. Se tivesse aprendido o Pai Nosso e a Ave Maria em inglês, isso já teria sido um bom começo.

3) Quando fui aprimorar meu conhecimento de língua portuguesa no Glioche, o meu professor dizia que  nível básico em língua portuguesa  não quer dizer prova do Mobral. Da mesma forma, inglês básico não quer dizer retardamento mental (tipo música dos Beatles).

4.1) Se meus professores de inglês tirassem couro de mim como meus professores de língua portuguesa sempre fizeram, eu iria ficar satisfeito.

4.2) Se dessem aula de inglês no nível em que as escolas nos EUA dão para os seus alunos, daquelas que preparam o candidato para a universidade, certamente eu iria aprender bastante. Estou acostumado à cultura americana - a diferença é que eu não moro nos EUA, por falta de oportunidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 23 de setembro de 2017.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Nossas universidades infestadas de comunistas estão como as favelas dominadas por traficantes

1) Assim como o traficante na favela faz do território por ele controlado um território sem lei, um território sem a presença do Estado, nas universidades infestadas de comunistas ocorre a mesma coisa.

2) Toda e qualquer manifestação política ou intelectual contrária à cultura dominante precisa ser garantida, pois certamente o meu ir e vir será turbado por esses desordeiros.

3) A questão da liberdade de pensamento, e do ir e vir necessário de modo que possa ensinar o que é bom e necessário a quem precisa do meu serviço, tornou-se um caso de polícia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2017.

Convertendo repressão (risco de arbítrio) em prevenção: como um HC preventivo afeta o trabalho da polícia?

1) Se estou em campanha numa universidade repleta de comunistas, a força policial estará presente de modo a garantir a liberdade de fazer aquilo que é necessário de modo que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo. Se pedi habeas corpus preventivo, então a polícia estará lá para dar salvo conduto e assegurar o direito que está posto na Constituição. Se houver esquerdistas tentando frustrar minha campanha, eles serão impedidos, por meio de um cordão de isolamento. Se houver necessidade, o batalhão de choque entrará em ação.

2) Se não ajo de modo a assegurar meu direito de ir e vir de modo a ter liberdade de fazer o que deve ser feito pelo bem do Brasil, então eu serei atacado por bárbaros por todos os lados. Os bárbaros inventarão uma acusação contra mim, uma vez que eles só sabem conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E num estado controlado por petistas, a polícia entrará para reprimir e acabará efetuando uma prisão ilegal contra mim ou contra algum membro da caravana que me segue.

3) Se você não traz a força policial ao seu lado, ela será usada contra você, uma vez que o controle da força é parte do controle dos aparelhos ideológicos de Estado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 18 de setembro de 2017.

domingo, 17 de setembro de 2017

Análise do caso Caio Bellote

1) Se vou a um ambiente universitário (dominado pela esquerda) para fazer campanha política, então é fundado o receio de que vou sofrer arbítrio. Nesses ambientes, o preceito de liberdade de opinião e expressão não é respeitado, uma vez que é terra sem lei. 

2) Se há uma legião de pessoas voluntárias que me segue e me dá apoio, então estou na qualidade de general do meu exército. Devo proteger o meu pessoal do mesmo arbítrio que vou sofrer.

3) A esquerda domina toda a narrativa histórica e jornalística. O martírio moral pelo qual Caio Bellote Delgado Marczuk passou não vai ser interpretado como um martírio, no sentido verdadeiro do termo. Nem está havendo uma repercussão neste sentido, fora da internet, nas ruas - no mais, isso será interpretado como um caso sem importância, um "montanismo político", onde as pessoas se deixam se crucificar de propósito de modo que busquem um meio de se libertar do corpo que as aprisiona, o que relativiza a verdade da causa. E isso é servir liberdade com fins vazios - uma espécie de suicídio.

4) Nenhuma dessas três coisas deve ter passado pela cabeça de quem organizou a caravana.

5) Como foi bem dito, este é um cenário de guerra. E nesta guerra, tanto o candidato quanto os militantes serão alvo de arbítrio, principalmente se o estado tiver governo petista, tal como ocorre em Minas Gerais. Isso pra não falar do ativismo judicial envolvido, pois pode haver a probabilidade de um promotor ideologizado tomar por verdadeiras essas acusações manifestamente falsas e pedir a condenação dele. E se houver um juiz disposto a condená-lo, isso será feito.

6) Enfim, Caio Bellote Delgado Marczuk em Minas está para Leonardo López na Venezuela. Ou exercemos as garantias constitucionais cabíveis e que ainda estão vigentes, como a do habeas corpus preventivo, ou teremos mais mártires. A diferença é que esses mártires não serão a semente de novos conservadores, uma vez que vão fazer de tudo para evitar que a notícia se espalhe, seja jornalística ou histórica, pois os esquerdistas dominam a narrativa cultural, a ponto de gerarem uma desinformação.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de setembro de 2017.