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domingo, 4 de junho de 2017

Se a verdade é filha do tempo, então ela favorece a revisão das coisas, quando temos uma atividade intelectual ou economicamente organizada

1,1) Em digitalização, há uma técnica chamada par sobre par. Ao começarmos a página 2 de um livro jovem, recém editado, a curvatura começa bem rebelde. É como domar um cavalo selvagem.

1.2) Mesmo que você consiga domar essa página com um peso de papéis, o que era torto termina se endireitando por força do constante avanço, o que faz com que as páginas 4, 6, 8 em diante de um livro acabem colaborando umas com as outras até se tornarem todas retas. Quando você chegar à página 50, a referida página 2 está pronta para a fotografia de revisão, assim como as páginas subseqüentes.

2.1) Se a verdade é filha do tempo, então isso é verdade também no estudo histórico.

2.2) Quando registramos os fatos, nós fazemos impressões autênticas do momento - e muitas vezes não temos consciência de quais coisas no passado contribuíram para que tivéssemos esse cenário que estamos a registrar. É como estivéssemos fotografando algo borrado, estranho - em si mesmo, parece não fazer muito sentido, quando se tratar de fazer uma leitura da realidade.

2.3) De posse de outros registros e fazendo uma análise sistemática, de modo a encadear um fato ao outro, é que compreendemos o que realmente aconteceu. É como na digitalização: o texto turvo ou curvado dá lugar a um texto reto e cristalino, fácil e gostoso de ler. Com os fatos históricos ocorre a mesma coisa - por isso, temos o revisionismo constante de modo a examinar os fatos do passado de modo a compreender o presente. Isso implica não só atualização mas também reforma de modo a que a mais reta tradição acabe não se curvando a rebeldia dos tempos atuais, tal como vemos num livro jovem, cujas páginas ainda não foram amarelecidas pela ação do tempo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 4 de junho de 2017.

sábado, 3 de junho de 2017

A verdade sobre D. João VI ou Se você consegue enganar Napoleão, então você consegue enganar Hitler, Stalin, Mao e Putin

1) Alguma vez você já viu algum covarde enganar uma águia? Em realidade, isso não existe.

2.1) Vocês podem me dizer que D. João VI era um covarde, comedor de franguinhos. Admitindo que isso fosse verdade, como ele poderia enganar um gênio militar como Napoleão Bonaparte? Não tem como! D. João VI enganou Napoleão porque ele era um excelente chefe de Estado - e os reis são treinados desde cedo em assuntos de Estado. E a dissimulação, neste ponto, é uma arte - o próprio Maquiavel já falava disso em seu livro O Príncipe.

2.2) Afinal, para exercer o Poder Moderador você precisa ser um bom pastor de ovelhas - e com relação aos lobos deste mundo, você precisa ser astuto como uma serpente, assim como manso e humilde de coração para com os bons. É o que Cristo sempre ensinou - Portugal foi fundado pelo próprio Cristo. Afinal, ninguém é vassalo de Cristo se não for bom imitador de Cristo, como Rei e Senhor dos Exércitos.

3) Nos tempos atuais, quem pode enganar o Putin? O dia em que houver um D. João VI nestes tempos atuais, esse será o maior líder mundial da atualidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de junho de 2017.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Notas sobre a sociedade movida à base de confiança

1) Para confiar, é preciso conhecer. Para conhecer, é preciso que essa pessoa parte do seu círculo de amigos. E para ser do meu círculo de amigos, é preciso que se ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Um país para ser tomado como se fosse um lar necessita disso.

2.1) Para uma sociedade funcionar, é preciso confiança. E a confiança se funda numa pessoa.

2.2) A confiança numa instituição se funda numa pessoa: Cristo fundou a Igreja e preparou seus apóstolos para continuarem o seu trabalho - e os bispos são os sucessores desses apóstolos. Toda instituição produz uma tradição de pessoas que imitaram o seu fundador, amando e rejeitando tudo o Ele rejeitou, coisa que se funda na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus. Afinal, Jesus é o verbo que se fez carne.

3) Há um discurso de que as instituições estão funcionando. Isso é pura falácia. O pais rompeu com aquilo que foi edificado em Ourique, a ponto de ir em busca de si mesmo, tal como ocorreu com a Espanha - e a República, por sua vez, rompeu com os pais fundadores. Nestes 128 anos de República, uma Constituição a cada de 25 anos, em média. Golpes e contragolpes. Um povo mergulhado na ignorância e que despreza o conhecimento.

4) Onde se ama mais o dinheiro do que a Deus, a impessoalidade prevalecerá. As pessoas serão usadas e descartadas. Não é à toa que isso prepara o caminho para o comunismo, para o totalitarismo. Como diz Chesterton, o socialismo cresce onde há capitalismo demais. Afinal, o socialismo vive do dinheiro dos outros, que exploram a boa vontade do próximo de modo a se ter vantagem em tudo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de junho de 2017.

Por que não encontrei no inglês aquilo que tive no polonês?

1) Você pode me dizer que o inglês é vital como ferramenta na rede social. Você está certo. Mas tem um ponto em que esta realidade foi construída: na ética protestante e no espírito de se amar o dinheiro como se fosse um sinal de salvação predestinada, coisa que é fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Quando aprendi polonês com o meu pároco, eu aprendi por força da JMJ. E por conta do que meu pároco foi me contando nas homilias, aprendi a tomar a Polônia como meu lar em Cristo. E estou estudando polonês de modo a ir servir a Cristo na Polônia, tomando-a como se fosse meu lar da mesma forma como tomo o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

3) Nunca tive um professor de inglês que me ensinasse essas coisas que o padre Jan me ensinou. Afinal, como vou tomar os países de língua inglesa como parte do meu lar em Cristo se não há gente de língua inglesa que ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento? Se conhecesse algum americano católico ou algum pároco professor de língua inglesa, eu aprenderia a língua com ele. Afinal. preciso aprender aquela língua de modo a servir a Cristo naquelas terras distantes, pois o mundo português foi fundado para servir a Cristo em terras distantes.

4) Da última vez que tive aulas de inglês, o professor ficou colocando aquelas musiquinhas imbecis dos Beatles. Obviamente, larguei o curso.

5) Eu sou católico em tudo o que faço: sou católico na missa, no meu trabalho de escrever. Não sou como a maioria, que é católica na missa e protestante na forma de trabalhar. Eu rejeito essa ética protestante e a concepção como vêem o dinheiro, que é isso que caracteriza o capitalismo, pois faz da capitalização uma religião herética.

6) É por isso que sou de difícil de adaptação, pois o Cristianismo não é fácil de ser seguido. Eu rejeito tudo o que não é católico. Como o ensino de inglês nunca se deu em bases católicas, então não desenvolvi o gosto pela língua tal como desenvolvi no polonês.

7) Se tiverem de escrever uma biografia ao meu respeito, uma coisa é certa: tento ser católico em tudo o que faço. Mais do que uma religião, é o meu jeito de ser. O Antigo Testamento deu ao Novo o seu lugar; o jeito de ser judeu deu lugar ao jeito cristão, que ama a verdade em pessoa, que é Cristo, e vive a vida em conformidade com o o Todo que vem de Deus, que se fez carne e habitou em nós. É isso que me diferencia dos outros, segundo a impressão de algumas pessoas: eu faço do catolicismo parte do meu ser, não uma peça de ostentação, como fazem alguns.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de junho de 2017.

Minha vida nasce de um abismo que separa o meu ser da conformidade com o Todo que vem deste mundo, que leva para o nada

1) O mundo preza a economia formal. Ela olha para o papel, não para a pessoa.

2) Há uma grande verdade nas empresas: contrata-se pelo currículo, demite-se por conta pessoa. Isso é a prova cabal de que a economia fundada na ética protestante é uma grande canoa furada.

3) Quando se conhece uma pessoa, nós primeiros vemos se ela ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Depois olhamos para o que ela faz ou gosta de fazer. Se há afinidade no que se faz e no que se gosta de fazer, certamente essa pessoa tem muito a contribuir com o teu projeto de trabalho. Se ela não tem experiência na área, treine-a e se ela for boa no que faz e for confiável, promova-a a sócio.

4.1) Quando vim para a vida online, eu vim porque sei que não me adaptaria bem ao mundo real, dado que não sou como os demais: não faço da minha vida um teatro, prezo a verdade e gosto de ter como amigos gente que comungue dos mesmos valores.

4.2) O fato de haver pessoas virtuais, vocacionadas para a rede social, revela que estas pessoas não se sentem confortáveis neste ambiente onde o indivíduo se atomizou, em relação à sociedade. Esse tipo de vida leva os indivíduos à loucura e à depressão. É como se houvesse um espécie de darwinismo social - o mais forte, o que melhor sabe fingir ser o que não é, é que sobrevive.

4.3.1) A vida online tornou-se o último mar nunca antes navegado. E nele está a renovação da missão de ir servir a Cristo em terras distantes. Como não preciso sair do Rio, então faço o meu serviço.

4.3.2) É aí que ocorre, por força da vida online, o renascimento de uma tradição que há muito se perdeu, por conta da Revolução Liberal do Porto em 1820. E isso não é só apenas um trabalho meu - pessoas como o professor Loryel ou mesmo o professor Olavo de Carvalho colaboraram para o meu desenvolvimento intelectual. E foi assim que começou o meu trabalho, dentro das minhas circunstâncias.

4.3.3) Enfim, escrever foi o que me sobrou - e foi a partir da escrita que comecei a construir minha vida, de tijolo em tijolo. Não era o que tinha planejado, mas era o que podia fazer muito bem - e hoje sou grato a Deus por ter encontrado minha vocação onde menos era esperado. Hoje não me imagino outra coisa sendo o que faço hoje, pois sou mais útil à sociedade como escritor do que seria, se fosse advogado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de junho de 2017.

A proletarização geral da sociedade começa onde o trabalho é tomado como se fosse uma religião

1) Trabalhar independente significa que você é indiferente quanto aos valores que norteiam o seu ambiente de trabalho ou a sua ética de trabalho. Afinal, você não liga para o bem comum - além disso, você se preocupará consigo próprio e em formar a própria prole de modo a reproduzir este estilo de vida, alheio às circunstâncias que fazem o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo. Não é à toa que é uma forma de proletarização geral da sociedade.

2) Um dos indícios para se tomar o país como se fosse religião está no mito da terra das oportunidades. O país será tomado como se fosse religião, se o trabalho for tomado como se fosse religião. Você se mata de trabalhar - e o governo tomará suas riquezas por meio do imposto de renda. Nada é mais totalitário do que isso. Quando a riqueza é vista como salvação, isso acaba fomentando o salvacionismo político, coisa é própria das repúblicas, cujo governo é marcado pelo governo de facção, uma vez que as pessoas não se vêem umas às outras como irmãs em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de junho de 2017 (data da postagem original).

Notas sobre a forma como concebo o trabalho

1) No Brasil dominado pelos apátridas, o que vale é o diploma. Acredito que deve ser a mesma coisa lá fora.

2) Esse tipo de economia impessoal não funciona na Pseikörder. Nossa concepção de trabalho decorre da amizade - só trabalhamos para quem ama e rejeita as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento. Aqui não tem essa de economia fundada na ética protestante - somos católicos e somos distributivistas. Esse é o nosso modo de viver - assim como não admitimos heresias políticas, não admitimos heresias econômicas.

3) Como falei, enquanto não houver uma pessoa íntegra dentro da minha área, eu prefiro fazer meu trabalho independente. Por enquanto, eu não conheço um Cremoneze português - o dia que houver um, eu trabalho pra ele com muito prazer.

4) Acredito que em Portugal poderei viver como escritor, pois lá o povo preza a cultura. Ao contrário dos apátridas aqui nascidos, o português sabe de onde veio e para onde vai - e isso para mim basta. E isso é essencial para uma cultura de doação.

5.1) Quando minha mãe fala de trabalho, ela parte da concepção que a esquerdireita adota. Obviamente, isso me tira do sério, pois esta não é a minha concepção de vida.

5.2) Faço as coisas porque gosto de trabalhar - e prefiro trabalhar com quem comunga dos mesmos valores, até porque venho de família estruturada e quero ter uma vida de trabalho estruturada em valores e não no dinheiro. E se faço um bom trabalho, é justo ser remunerado.

5.3) Afinal, sobrevivência, no mundo Cristão, é conseqüência de vida virtuosa, não causa para se tomar o país como um lar. Só é causa num descristianizado - afinal, não é esse mundo em que se funda o meu jeito de viver.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 2 de junho de 2017.