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sexta-feira, 17 de março de 2017

Educação é mercadoria, sim!

1) Os comunistas dizem que educação não é mercadoria.

2) Ora, educação é serviço. Eu, enquanto portador do saber, distribuo o que sei a quem busca aquilo que tenho de melhor a oferecer. Essa pessoa pode ir à minha casa ou eu posso ir à casa da pessoa.

3) Se eu me ponho em circulação e vou à casa dos clientes, o meu serviço vai circulando. Se o meu serviço entrou em circulação, então eu sou commodity viva, pois valho ouro para todos aqueles que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.

4) Só que eu não posso ser coisificado, a ponto de terem poder de vida e de morte sobre mim. Sou tão útil à sociedade que sou capaz de organizar livros de modo a que atinjam outros territórios, os quais não seria capaz de atingir fisicamente. E o acessório segue a sorte do principal.

5.1) Deus me ama - e por amor a Ele me ponho como se escravo d'Ele de modo a servir aos meus irmãos aquilo de que necessitam: conhecimento, fundamento para se conhecer a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus. 

5.2) Não sou escravo do Estado tomado como se fosse religião. Se sou escravo de Deus, então sou commodity para quem vive a conformidade com o Todo que vem de Deus. Só o autor da vida tem poderes de usar, gozar e dispor sobre minha pessoa, pois eu sou criatura e Ele é o criador.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de março de 2017.

Onde se ama mais a riqueza do que a Deus, a reciprocidade - a lei mais básica do mercado - se torna um preconceito

1) Dizem que a base da economia de mercado é a confiança.

2.1) O fundamento da confiança está no fato de se amar o outro como se fosse a si mesmo, tal como o verdadeiro Deus nos ensinou, que foi verdadeiro homem.

2.2) Se não amarmos e rejeitarmos as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento, então fazer acordo com os nossos semelhantes, de modo a que possamos produzir riquezas, distribuí-las aos nossos irmãos necessitados, e assim fazer o país ser tomado como se fosse um lar em Cristo fica impossível.

3.1) Quando a riqueza é vista como um sinal de salvação - em que Deus elege alguns com a riqueza e pune os não eleitos com a pobreza -, isso é indicativo de que se ama mais o dinheiro do que a Deus, o que é claramente herético. Por força disso, a capitalização se torna uma religião, a ponto de ser um capitalismo. E onde se ama mais o dinheiro do que a Deus, nenhuma regra de reciprocidade será observada, pois quem ama o dinheiro tentará buscar poder absoluto de modo a querer ser um Deus. É dentro deste ambiente que o capitalismo gerará os metacapitalistas.

3.2) Se o outro não é visto como um espelho de seu próprio eu e isso se torna norma na sociedade, então o capitalismo é o regime natural feito para homens naturais, que estão presos na condição do pecado e não serão capazes de fazer algo de bom por si mesmos, como diria Santo Tomás de Aquino. Afinal, o que é o filho natural senão um filho bastardo, que renegou sua filiação divina?

4.1) Para que o capitalismo pudesse ser convertido em distributivismo, Deus teve que assumir a forma humana e elevar os homens, de modo a nos tirar do pecado. Se a filiação divina foi restaurada, então todo o senso de tomar o país como um lar foi restaurado - e a produção de riqueza terminará assumindo uma missão salvífica, pois servirá de escola para a pátria definitiva, que se dá no Céu. E o conjunto das cidades locais que vivem nessa conformidade conformidade com o Todo se chama civilização - e esse local serve de escola para o universal, católico.

4.2.1) Quando se negou a autoridade da Igreja, 15 séculos depois, esse distributivismo foi perdido, criando um verdadeiro relativismo moral. E é nesse relativismo moral que a liberdade é voltada para o nada, a ponto de idéias totalitárias serem vendidas como se fossem mercadorias. Se as idéias são postas em circulação a ponto de se lucrar com elas, vira ideologia.

4.2.2) Afinal, o que é o comunismo senão um subproduto do capitalismo, um desdobramento da mentalidade revolucionária, em que o senso de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade perde tudo exceto a razão, um tipo de loucura?

4.2.3) Foi como bem disse Chesterton: que capitalismo demais gera comunismo demais.

4.2.4) Quanto mais conservantismo, maior a involução moral - e maior a evolução na arte de fazer canalhice - de mentir em nome da verdade, a ponto de a política estar dissociada da ética, dando a clara impressão de que o poder está acima da sociedade, quando, na verdade, é a sociedade a base do verdadeiro poder, que se encontra nela dispersa, tal qual o conhecimento, o verdadeiro saber.

5.1) Eis uma verdade insofismável: onde abundou o pecado, superabundou a graça.

5.2) Se o capitalismo permitiu que o pecado fosse distribuído sistematicamente, a ponto de gerar totalitarismo, então o distributivismo fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus vai superabundar, pois a Igreja Católica é a única força capaz de combater o comunismo e o seu criador: o capitalismo, que é filho da mentalidade revolucionária provocada pela heresia protestante.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 17 de março de 2017.

quarta-feira, 15 de março de 2017

Quanto mais preso àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, mais livre serei. Logo, serei uma pessoa melhor, pois Cristo é a verdade

1) Há quem diga que sou muito preso ao cristianismo.

2) Ora, sou cristão e meu sobrenome é católico. Se Cristo é Deus e é o caminho, a verdade e a vida, então não há nada mais liberal do que ser escravo de Deus, que é o autor da vida - e da liberdade, por meio do sacrifício do cordeiro que tira os pecados do mundo.

3) Quanto mais preso eu for àquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, mais livre e mais responsável serei. Quanto mais preso ao mundo eu for, menos livre serei, pois estarei preso ao pecado, que leva à morte e à apatria.

4) Isso é um postulado - questioná-lo é não levar a verdade a sério. Como posso buscar o saber se não amo a verdade de todo coração? Se aderi à proposição do postulado, é porque ele é a verdade. Logo, isso é fé, dado que postulados são ontológicos e não podem ser questionados, sob pena de não ser cristianismo. Se questionasse os postulados euclidianos, não haveria geometria. Simples assim!

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de março de 2017.

Notas sobre esmola enquanto investimento nos pobres

1) Se na vida de oração eu peço a Deus para que Ele me faça de instrumento de Sua ação salvífica, então a esmola, enquanto instrumento de caridade, é também um investimento.

2) Como disse o Allan Dos Santos, na esmola é Deus que está operando em mim de modo a que eu dê ao mais necessitado o que ele pede. Se Deus não estiver em mim e eu n'Ele, a descoberta do outro fica impossível. E o distributivismo, enquanto ordem do dia, fica impossível.

3.1) Quando você está servindo a Cristo em terras distantes, a riqueza é um ganho sobre a incerteza - um verdadeiro lucro.

3.2) É na incerteza que nos pomos na dependência total de Deus, pois a riqueza é uma graça que deve ser distribuída a quem realmente necessita. Ela não pode ser enterrada ou escondida egoisticamente, pois isso é pecado contra a bondade de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de março de 2017.

terça-feira, 14 de março de 2017

Ser não é vestir uma camisa

1) O mundo costuma dizer o seguinte: vista a camisa da instituição da qual você é parte.

2.1) O catolicismo é um jeito de ser e de viver, fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus, uma vez que a crença não se define pelo que se veste.

2.2) Se fosse assim, eu me vestiria com camisa de Nossa Senhora no domingo, mas poria uma do Che Guevara de segunda a sábado.

2.3) Fashionismo é ideologia e cristianismo não é isso. Basta estudar um pouco de História - e não é preciso ir longe. Afinal, qual a diferença entre uma camiseta de Che Guevara e uma camiseta de Nossa Senhora? Isso e uma melancia pendurada no pescoço são a mesma coisa.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de março de 2017.

Notas sobre a irreverência enquanto arma de desobediência civil e espiritual

1) A irreverência é uma arma de desobediência civil - e ela deve ser usada contra todo aquele que diz o Direito com o espírito de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade, o que faz com que o Estado seja tomado como se fosse religião, no sentido imanente do termo, e de modo a ficar fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) Os protestantes usaram a irreverência como arma revolucionária, pois atentaram contra a autoridade da Igreja de modo a negar-lhe a verdadeira autoridade, esvaziando o cristianismo de seu verdadeiro significado espiritual.

3) Quando vejo usarem este método na RCC, é justamente para trazer para o solo da Igreja Católica uma irreverência pelas coisas sagradas, pela solenidade da forma, pela seriedade do rito, já que as coisas de Deus devem ser feitas de maneira devota, sincera e discreta - e isso pede uma forma correta e boa, conforme o Todo que vem de Deus. Isso acaba trazendo um verdadeiro relativismo, o que faz a Igreja se descaracterizar, como se dois mil anos de tradição não valessem de nada. E isso que a RCC faz é uma forma de profanação. Por isso que não a considero correta.

4) O amor a Deus é algo muito sério e não se pode brincar com isso, uma vez que isso é servir liberdade com fins vazios. Não se trata de ganhar fiéis por ganhar fiéis - isso seria rebaixar a Igreja ao nível de uma IURD ou ao supermercado cultural que foi construído em torno desse mundo fundado na liberdade voltada para o nada e no relativsmo moral, cultural e religioso, em que todo mundo tem direito à verdade que quiser, até mesmo dentro do catolicismo.

5.1) A Igreja é o freio e o contrapeso ao avanço das coisas do mundo - é o nosso poder moderador, pois o mundo de Deus tem seu próprio tempo, que é diferente do tempo dos homens. Se não houvesse isso, o que haveria é anarquia - e o fim da História, pois nossa civilização seria erradicada pelos islâmicos.

5.2) Enfim, quem me defende uma coisa dessas está desligado da pátria do Céu por conta de suas atitudes - e isso é apatria. Se defendo a tradição, é porque sei o quão cara ela é - e sou radical nela porque ela se funda na verdade. E é nessa verdade que temos a identidade da Igreja, a sua razão de ser.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de março de 2017.

O amor à verdade nos pede simplicidade e clareza - e não floreio ou erudição

1) Para se falar as coisas com propriedade, você precisa vivenciá-las ou coletar o maior número possível de relatos que corroborem àquela realidade.

2) Se você não está amparado numa experiência real, então a sua fala será voltada para o nada. E nada de bom brotará de algo voltado para o nada - e é por não haver algo de bom presente que o mal prospera.

3.1) Por isso que eu odeio floreios, latinismos e erudições - elas não passam de camuflagem. Num povo inculto e que conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, textos dessa natureza são um atentado contra a bondade de Deus.

3.2) Para estas coisas, escrever com simplicidade e clareza não é conveniência, mas necessidade salvífica, pois algo precisa ser feito de concreto para o bem do povo carente por conhecimento e instrução - é esse o povo que ama a Deus de todo o coração.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de março de 2017.