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sábado, 15 de outubro de 2016

Sobre a importância de fazer voto de pobreza em matéria de opinião

1) Uma coisa que evito fazer é falar sobre coisas que desconheço. Sobre aquilo que desconheço eu evito me pronunciar, visto que não tenho competência para falar sobre isso, por não ter estudado a questão. Só com o tempo e com a experiência é que depois posso me pronunciar sobre isso - e esse tipo de aperfeiçoamento é natural, marcado pela providência divina.

2) Por isso que não estudo tanto; o Reino de Deus não é deste mundo - e é por isso que não me preocupo em mudar o mudo. A única coisa que desejo é um país melhor, o mais próximo possível daquele tempo em que D. Pedro II nos governou. Talvez não veja isso em vida, mas meus filhos um dia verão - e é por eles que trabalho. Eles ainda não nasceram porque não encontrei uma mulher digna, mas isso não quer dizer que eu não os ame.

3) Como o meu trabalho não é um trabalho jurisdicional, posto que a construção do saber não se faz à base de maneira terminativa, tal qual uma decisão judicial, eu não me sinto obrigado a falar sobre coisas que desconheço - afinal, a minha atividade me pede que eu diga as coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus, coisa essa que me leva a semear consciência a quem está buscando a verdade.

4) Trata-se de um trabalho de formiguinha, pois todo dia vou fazendo o que faço aqui online. Formo um monarquista hoje, vejo um outro me desejando um feliz dos professores amanhã e de um em um vou acumulando gente pelo caminho, disposta a manter-me trabalhando, uma vez que isso que faço é apostolado. Esta é a vida de um homem virtual - pelo menos, é o que melhor sei fazer, já que no mundo real eu não seria tão efetivo quanto sou por aqui.

5) Não fiz voto de pobreza - o único voto que fiz é de não servir as coisas de maneira vazia, como muitos fazem. Por isso, abstenho de opinar, quando não estou em condições de fazê-lo. Por isso que não me queimo - é talvez por isso que sou muito respeitado por quem me lê.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2016.

Comentários sobre Eduardo Cunha

1) Se Cunha está envolvido em esquema de corrupção, então ele deve responder por seu crime e pagar até o último centavo, se for condenado. O que torna o Cunha nefasto é que ele joga as regras do jogo muito bem - e as atuais regras do jogo do poder são nefastas, pois precisam ser mudadas.

2) Ele evitou a todo custo evitar ser julgado pelo juiz Sérgio Moro, manobrou, protelou, fez tudo o que podia, mas caiu, por conta de seus crimes. Se as nossas penitenciárias fizessem o seu papel, Cunha pagaria por seus pecados, se arrependeria de seus crimes e teria uma segunda chance - eu mesmo votaria nele, se ele se arrependesse de seus pecados, pois o que ele fez na Presidência da Câmara - durante o auge da crise de legitimidade que envolvia a presidente Dilma, por conta de ganhar a reeleição com fraude - é louvável, pois eu nunca vi um presidente da Câmara tão bom quanto ele - e talvez não veja alguém como ele ocupando aquela cadeira nem daqui a 30 anos. É por conta desse papel importante que ele desempenhou que vejo que ele merece, em tese, uma segunda chance, se levarmos em conta o mérito político.

3) Como nosso sistema penal não recupera, creio não ser sensato colocá-lo lá de volta, pois ele é ambicioso e sabe jogar com estas regras nefastas - e nem tudo o que é legal é honesto. O que é uma pena, pois ele era bom no que fazia, apesar de seus pecados.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2016.

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Se devemos amar nossos inimigos, então o inimigo precisa possuir alguma qualidade de modo que esse esforço valha à pena

1) Já foi falado que Temer restaurou a liturgia do cargo de presidente da República - pelo menos, esta é a única qualidade que reconheço no atual presidente da República. Mesmo eu sendo anti-republicano até a raiz dos cabelos, a presença de um Lula ou de uma Dilma era claramente nefasta, pérfida, pois me tira do meu papel de crítico deste regime ilegítimo, que é a minha função precípua. Estou contente que Lula e Dilma estão afastados do poder, pois assim continuarei combatendo a república da forma como faço: com idéias. Com quem age com deboche, a solução é borracha no lombo.

2) Se Cristo nos pede para amarmos nossos inimigos, eu farei isso com relação ao Temer e ao Cunha, pois estes têm boas qualidades, apesar de serem corruptos e ligados à eterna usurpação, própria desta República - como tento viver a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus, eu rezarei pela conversão dos mesmos. Já o Lula e a Dilma, que são tipos desprezíveis, só aquele que pode fazer o impossível colocará um coração de carne nesses corações de pedra. Não me sinto competente para rezar por estes seres desprezíveis, que debocham da razão, do trabalho dos pios, dos sensatos que tomam o país como se fosse um lar em Cristo - quem puder fazer isso, faça isso em meu lugar, já que vou dedicar minhas energias a quem tem qualidades e não a esses abortos da natureza.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2016 (data da postagem original).

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sexta-feira, 14 de outubro de 2016

Quando tenho alguma coisa a dizer, é porque é urgente e necessário. E a fala é prerrogativa para essas coisas - e esta prerrogativa não deve ser voltada para o nada

1) Não tenho a mesma capacidade do Olavo de reter as informações por longos períodos - se eu não pôr no papel logo o que me vem à cabeça, acabo esquecendo tudo.

2) Aqui em casa é muito comum ocorrer o seguinte: se tenho algo a dizer pros meus pais e se eles estão ocupados, eu preciso pôr no papel o que precisa ser dito, senão eu esqueço tudo.

3) Em viagens de ônibus, era comum idéias muito boas virem ao longo da viagem. Como não podia levar meu MP 4 e gravar o que vinha à cabeça, sob pena de ser roubado, acabava esquecendo tudo. Durante os anos de faculdade, muita coisa interessante que pensei se perdeu porque não tinha um gravador à mão. Eu poderia escrever num caderno usando as carteiras de faculdade, mas eu me sentia desconfortável para fazer isso, pois cadeira de canhoto era tão escasso quanto ouro.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 14 de outubro de 2016.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Comentários sobre uma passagem d'A República de Platão

1) Platão dizia, em seu livro sobre a República, o seguinte: "Uma cidade bem governada torna-se uma possibilidade se você encontrar uma forma de vida honesta que não aquela que é própria de possuir cargos públicos, como se isso fosse coisa ou propriedade do governante".

2) Essa vida honesta se dá pelo fato de se tomar o país como se fosse um lar em Cristo. Por isso, sirva aos seus semelhantes e estes começam a segui-lo onde quer que você vá, pois você passa a ser uma espécie de governante por força do exemplo, ainda que você não tenha cargo algum. E é distribuindo esse senso que uma cidade passa a ser governada através da virtude, pois isso é próprio da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) A iniciativa pública se torna naturalmente competente se houver subsidiaridade: aquilo que o conjunto das famílias não puder fazer, o município deve bancar a responsabilidade, no âmbito local; se o conjunto das autoridades locais não der conta, o governo provincial supre; e se o conjunto das províncias não puder suprir, o governo central, composto da União das províncias em torno de problemas em comum, supre.

4) Dentro deste ponto, a teoria da nacionidade deve ter dado alguma viabilidade prática a esta observação de Platão, ainda que uma maneira não intencional - afinal, eu não tinha lido esta passagem, quando comecei a estudar este problema.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 13 de outubro de 2016.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Notas sobre o segundo turno das eleições municipais no Rio de Janeiro (2016)

1) Um lugar vai precisar ser ocupado, que é o da prefeitura da cidade do Rio de Janeiro - por essa razão, é inevitável que o Rio de Janeiro vai ter de escolher entre ficar em conformidade com o Todo que vende Deus, tal como se fosse mercadoria, ou a conformidade com o Todo que vem do Demônio, uma vez que ambas as coisas que levam ao nada. Afinal, um prepara o caminho para o inferno, pautado numa liberdade para o nada; o outro é o inferno em forma de partido - e o Freixo é acessório que segue a sorte do principal, a ideologia comunista, própria do anticristo.

2) É odioso dizer isso, mas o mal menor precisa ser escolhido, para esta circunstância que se dará agora, neste próximo domingo. O que não podemos fazer é ficar de braços cruzados, conservando sistematicamente essas coisas, pois elas estão dissociadas da verdade, da conformidade com o Todo que vem de Deus. Uma vez que esta eleição for decidida, nós precisamos fazer as coisas que precisam ser feitas, de modo a que candidatos católicos sejam eleitos.

3) Não é preciso esperar dois anos - política se dá no alto dos céus e se faz todos os dias, pois implica pregar verdades urgentes. É um tipo de evangelização, coisa que se faz a partir do bem comum, de modo a que o país seja tomado como se fosse um lar em Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 12 de outubro de 2016.

Notas sobre o Laissez-faire

1) Se olharmos para a realidade, para aquilo que é conforme o Todo que vem de Deus, o laissez-faire é deixar fazer o que se deseja, desde que isto não seja ilícito aos olhos de Deus - se a pessoa toma os riscos do negócio, confessará os pecados em público, pois roupa suja também se lava em público, diante da assembléia paroquial, uma vez que você estará vendo em cada membro da comunidade a figura de Cristo, que se faz às vezes de consumidor dos seus serviços. Afinal, a verdadeira liberdade decorre da cultura de se amar a Deus sobre todas as coisas, uma vez que Cristo é a verdade em pessoa.

2) Em tempos de negação à fraternidade universal, a lei natural foi progressivamente substituída pela lei positiva, fundada em sabedoria humana dissociada da divina. E o que era ilícito, por ser ofensivo a Deus, passou a ser legalizado. Logo, quando se converte o liberalismo em libertarismo, nós temos uma ilusão de laissez-faire -  uma verdadeira perversão, a ponto de se conservar o que é conveniente e dissociado dessa verdade.

3) Como no verdadeiro laissez-faire a pessoa deve confessar seus pecados em público, já que toma a todos os clientes como irmãos e irmãs, numa ordem em que a fraternidade universal é negada surge a figura da dignidade da pessoa humana. A pessoa pode ser um verdadeiro demônio, mas tem o direito de não produzir prova contra si própria, já que está desobrigada de confessar seus pecados em público, a não ser que seja condenada a reparar o dano, a indenizar o cliente. Isso aí decorre deste fundamento da ética protestante: se você peca forte, você deve crer forte em si mesmo - e isso é realmente hipócrita. Não é à toa que puritanismo é uma hipocrisia completa. Num mundo onde o confessionário foi abolido, a neurose, a fofoca e o fingimento histérico tornam-se a ordem do dia.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro 12 de outubro de 2016.