1) Na favela há os que moram nela e os favelados, os que vivem a vida em conformidade com o todo que decorre dessa desordem urbana e arquitetônica que faz a favela ser o que ela é.
2) Os que moram na favela moram por necessidade. Se pudessem ir para outro lugar, um lugar digno e que possa ser tomado como um lar em Cristo, eles fariam isso.
3) Os favelados tomam essa desordem urbana e arquitetura como se fosse religião, a ponto de perverter a linguagem e dizer aquilo que a favela não é: uma comunidade. E isso é conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. E nada é mais revolucionário do que isso, no seu grau mais básico.
4) A favela é uma religião política e uma religião da desordem urbana e arquitetônica. Como não há nacionidade na desordem, então não espere encontrar Deus naquilo que é feio e disforme.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 17 de outubro de 2017.