Pesquisar este blog

domingo, 3 de setembro de 2017

Notas sobre multiculturalismo e da perversão da ontologia de uma nação a ponto de deixar de ser tomada como um lar em Cristo para ser tomada como um lar na aparente prosperidade material que ela produz

1) No multiculturalismo, a razão de ser um país ser tomado como fosse um lar em Cristo não é levada em conta, até porque o país o foi esvaziado de seu mitologema cristão, a ponto de negar seu papel em relação à Cristandade de modo a adotar um papel mais "inclusivo".

2) Para quem preza as coisas materiais, o país será tomado como um lar - fundado no governo do homem, pelo homem e para o homem - com base na quantidade coisas de alto valor agregado que você pode comprar desse país, sem o entrave odioso da burocracia. É com base no hedonismo e no materialismo que o senso de tomar o país como um lar, sem Cristo, pode ser manipulado num sistema social em que o prazer e o divertimento dão causa a que o país seja tomado como se fosse religião, no longo prazo. E é por meio do prazer e dos divertimentos que ninguém nega sua escravidão. Eis o admirável mundo novo!

3) Onde se ama o dinheiro tal como um Deus, a ponto de este ser apontado como um sinal de salvação predestinada, ocorre a perversão do senso de tomar o país como um lar em Cristo, uma vez que isto decorre da ética protestante e do espírito do capitalismo. Essa perversão é aquilo que Borneman chamou de nationness (que foi traduzido por "nacionidade" no livro Um Mapa da Questão Nacional e que não tem nada a ver com nacionidade da forma como eu entendo).

4.1) Se a riqueza é um sinal de salvação, então pouco importa a ontologia de uma nação tomada como um lar a partir do seu batismo em Cristo. Pouco importa o seu mitologema e seu papel civilizatório perante a Cristandade.

4.2) E é neste ponto que todas as nações são iguais a ponto de serem trocadas uma pelas outras, pois o que importa, para quem preza o dinheiro mais do que a Deus, é onde se sente bem, fundado num prazer desordenado.

4.3) Não é à toa que muitos trocarão suas lealdades com prazer porque as pessoas pensam com o bolso. E é por pensarem no bolso que vão querer adquirir a nacionalidade de outro país a ponto de querer fazer da nacionalidade de um país próspero um produto cobiçado, tal como um produto qualquer no supermercado que pode ser vendido como se fosse de boa qualidade, mas que, na verdade, não presta pra nada. E é neste ponto que o serviço consular não é muito diferente de um supermercado.

5) Tem-se a impressão de que as pessoas se sentem cidadãs do mundo, mas na verdade isso não passa de apatria sistemática. É este um dos efeitos do globalismo, enquanto subproduto da liberdade voltada para o nada que o livre comércio promove.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2017.

Dos perigos da mudança de atitude enquanto busca desordenada, fundada no amor de si

1) O leitor Daniel Silva me alertou para o perigo da mudança de atitude. É verdade que muitos homens vão se fingir de mulher.

2) Essa mudança de atitude se funda numa alma deformada, criada numa cultura revolucionária em que se conserva o que é conveniente e dissociado da verdade.

3) Quando falo em mudança de atitude, deve-se trocar o que não presta pelo que é conforme o Todo que vem de Deus, pois a verdadeira liberdade se fundou a partir da dor de Cristo. Se a pessoa conserva o que é conveniente e dissociado da verdade, ela edificará coisas com fins vazios, pervertendo a liberdade a ponto de se tornar uma verdadeira prisão.

4) É nesse sentido que quis dizer.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2017.

Querer é poder naquilo que é possível (e não no impossível)

1) Se política se dá no campo do possível, então um país será tomado como um lar trocando-se corpos mortos por corpos vivificados. Exemplo disso: trocando a cidade pelo campo ou mesmo tomando países virtuosos como a Polônia como um mesmo lar em Cristo que o Brasil.

2) Ao contrário do que Katherine Verdery falou, é impossível tomar uma nação homossexual ou uma nação transgênero como um lar, uma vez que a reprodução é impossível, uma vez que não há família, já que família é a base de uma nação. Como diz o professor Olavo, do cu não sai vida, mas titica.

3) Como toda ideologia, essas coisas são tomadas como religião de modo que tudo fique nas mãos do Estado e que nada fique fora dele ou contra ele. São ideologias totalitárias - e são mortais porque alguém vai tomar isso conveniente e dissociado da verdade.

4) Essa gente vai buscar a liberdade fora da liberdade em Cristo, uma vez que eles se sentem presos a um corpo que não lhes pertence. E vão impor uma verdadeira prisão a todos, já que para eles a prisão do pecado é a sua liberdade. Enfim, uma estupidez completa. É o retorno da sodomia, da barbárie.

5) Não é à toa que obrigar alguém ao impossível é uma injustiça, além de ser um ato de apatria. É uma violação da lei natural, que deve ser combatida com ferocidade.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2017.

É da mudança das atitudes que se prepara a mudança de fato, a ponto de muitos preferirem o campo à cidade

1) Como falei, trocar de lugar é um vôo. Afinal, o modelo de excelência é uma águia e não uma galinha.

2) Você aprende a voar na terra mesmo. E isso pede que você se prepare de modo que tome o campo como o seu lar tanto quanto a cidade. A mesma coisa ocorre quando você troca o Brasil pela Polônia, por exemplo.

3) Quando você se prepara espiritualmente para isso, você muda seu jeito de ser, a ponto de trocar o que é viciado e morto pelo que é virtuoso e conforme o Todo que vem de Deus. Essa troca deve se fundar na missão de que é preciso servir a Cristo em terras distantes. E um exemplo de terra distante pode ser o seu próprio vizinho de porta, no condomínio.

4.1) Sem essa mudança de jeito de ser, fica impossível reverter o fluxo migratório da cidade para o campo.

4.2) Afinal, a desordem urbana que há nas favelas e nesses condomínios onde todos vivemos empoleirados está numa desordem da alma. Você deve buscar o belo, mesmo que isso vá contra todas as convenções fundadas naquilo que é conveniente e dissociado da verdade. Os portugueses venceram mares nunca dantes navegados por Cristo - você conseguiria, por Cristo, vencer este mar navegado por poucos, a ponto de ser praticamente nunca dantes navegado?

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2017.

A mudança está nas atitudes e não na mudança de corpo pura e simplesmente

1) Como católico e nacionista que sou, eu me sinto um interiorano preso num corpo metropolitano, fundado no amor de si e que já está morto.

2) Devo mudar de corpo social indo da cidade pro campo? Não - a primeira coisa que devo fazer é mostrar, com base na minha atitude, que é possível ter um espírito interiorano mesmo morando num corpo morto metropolitano. E isso deve ser mostrado dentro e fora da vida paroquial. Isso causará uma impressão muito viva - e o exemplo do verdadeiro cristão será imitado e distribuído a todos sistematicamente.

3.1) O exemplo arrasta.

3.2) Se a terra é a verdadeira fonte de riquezas, então o jeito interiorano de ser, que toma o pais como um lar em Cristo, é base para uma capitalização moral.

3.3) É assim que um corpo morto torna a viver, pois a metrópole é um lázaro que está esperando Cristo para ser ressuscitado.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2017.

Naturalização como um tipo de ideologia de gênero (analogicamente falando)

1) Tal como uma alma deformada que se sente uma mulher presa num corpo de homem, o apátrida - esse porquinho acostumado a essa lavagem, a essa cultura de falsificação sistemática que faz o país ser tomado como se fosse religião, a ponto de negar o que foi fundado em Ourique - se acha um americano preso num corpo social brasileiro, um corpo social morto - e por conta da aparente prosperidade material que há nos EUA, muda sua lealdade, acreditando que pode comprar aquele carro importado e ter coisas que no Brasil não pode ter. Afinal, ele acredita na ilusão de que pode ser o que ele quiser, pois céu é o limite na América.

2.1) O idiota não percebe que o problema está nele mesmo e que o problema, que é acessório, segue o principal.
 
2.2) Além de ter que sofrer com uma realidade para a qual não se preparou, porque não tomou aquele país como um lar em Cristo, será tomado como um cidadão de segunda classe, uma vez que o americano toma como religião tudo o que decorreu da Revolução Americana, que é conseqüência mais aprofundada da heresia de Henrique VIII, ao romper com Roma e fundar sua própria Igreja.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2017 (data da postagem original).

Afinal, de que realidade estamos falando?

1) Quando certas pessoas dizem que eu falo coisas fora da realidade, elas estão tomando por realidade esta coisa horrorosa construída no fato de se conservar o que é conveniente e dissociado da verdade. Logo, essa "realidade" imanente e materialista não passa de pura ilusão, pois não consigo ver Cristo nas pessoas. Não é à toa que a impessoalidade é a mãe do totalitarismo e do populismo, uma vez que as pessoas vivem empoleiradas umas nas outras, tal qual um aviário superlotado.

2.1) Realidade pra mim implica a presença de Cristo, que nos mandou servir a Ele em terras distantes.

2.2) Ainda que no mundo imanente seja uma loucura inconcebível, ela virá à tona, por conta do parto sistemático das almas para a verdade, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

3) Se o Brasil de verdade está no interior, então o fluxo migratório deve ser revertido da cidade para o campo de modo que as cidades se assemelhem ao campo na praxe interiorana da conversa olhos nos olhos e da política de porta em porta. E isso é um tipo de evangelização.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 3 de setembro de 2017.