1) Quando meu irmão foi para Santo André, ele foi por meio de uma relação trabalhista. Por força do serviço, ele acabou residindo em Santo André, juntou dinheiro e comprou um apartamento no lugar, pois acabou gostando do lugar, o qual ele tomou por lar.
2) Acontece que as relações trabalhistas de hoje em dia não são relações fundadas na pessoalidade. Nenhuma pessoa da localidade o ensinou a tomar a cidade como um lar de tal modo a colaborar com a nova comunidade política da qual fará parte. Ele não tem nenhum amigo local que ame e rejeite as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento.
3) Mesmo que se tenha um imóvel no local, uma base de permanência, a verdade é que os laços são fundamentais para se tomar um lugar como um lar em Cristo. Sem esses laços, sua presença jamais será legítima, mas tolerada, visto que você não é ameaça à comunidade local. E isso é algo precário: basta que haja uma falsa alegação que se dissemine tal qual um rastilho de pólvora que a presença dele se torna ilegítima, mesmo que tenha um imóvel no lugar.
4.1) Esses laços comunitários com pessoas que amam e rejeitam as mesmas coisas tendo por Cristo fundamento são essenciais, pois essas pessoas que manterão você na cidade, pois você será tão local quanto eles, quando for para outro lugar.
4.2) É isso que considero indispensável, quando for para outro lugar, quando for servir a Cristo em terras distantes. Em cultura onde se ama mais o dinheiro do que a Deus, tudo se reduz a terra de oportunidades, dado que a pessoa tem direito à verdade que quiser a ponto de ir contra os valores cristãos que fundaram esta terra e agir como um apátrida.
4.3.1) Eis o que a livre migração causa: liberdade voltada para o nada.
4.3.2) O anonimato das grandes cidades e das regiões metropolitanas não só gera cultura de separatismo como também apatria sistemática.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 18 de abril de 2017.