1) Tomar o país como um lar em Cristo pode ser uma teoria porque o simples fato de se fazer isso em cada país é universal, pois é fundado na conformidade com o Todo que vem de Deus. E, apesar de ser universal, cada país tem suas circunstâncias, sejam elas geográficas, climáticas ou mesmo culturais.
2) Quando você toma ao menos dois países como um mesmo lar em Cristo, você está intermediando a troca de experiências que ocorrem num país A de modo a que não se repitam em B (no caso, experiências políticas fundadas na mentalidade revolucionária). Ao mesmo tempo, você estará levando do país A experiências que podem ser aplicadas em B, se forem positivas (como por exemplo, plantar uma nova espécie de árvore frutífera nativa em A no país B - claro, se feita a devida aclimatação e se preparar o solo para o cultivo dessa espécie, então a experiência é perfeitamente possível).
3.1) No caso de experiências culturais, a troca deve ser pautada na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus.
3.2) Citemos o exemplo dos poloneses, que têm o hábito consumirem pão ázimo não consagrado em tempos de Natal - eles costumam partilhar esse pão em comunidade, seja em âmbito familiar ou paroquial. Esse costume é nobre - e se fosse capaz de produzir pão ázimo da forma como os poloneses fazem, eu iria reproduzir este costume em minha família, em época natalina.
3.3) Se meus amigos e meus vizinhos forem testemunhas dessa prática e sentirem necessidade de reproduzir esse costume em suas famílias, então terei clientes dispostos a comprar a minha produção de pão ázimo de Natal. Se esse costume atingir a vizinhança, melhor ainda - até o ponto de atingir uma cidade inteira. E aí o costume acaba se consagrando.
3.4) O que diferencia distributivismo de capitalismo está no fato de que os costumes estão fundados na verdade, na conformidade com o Todo que vem de Deus, pois é da verdade que se vem a verdadeira liberdade, a qual decorreu do sacrifício de Jesus na Cruz. Os costumes fundados na ordem econômica fundada no amor ao dinheiro edificam liberdade para o nada, pois fomentam relativismo moral. E é por haver relativismo moral que ninguém saberá mais o que é certo e o que é errado, a tal ponto que toda tirania estará moralmente justificada, o que é fora da lei natural.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 3 de fevereiro de 2017 (data da postagem original).