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quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Notas sobre a natureza das sentenças declaratórias e constitutivas

1) Se Cristo é a verdade, então todo julgamento fundado nessa mesma verdade leva à constituição de um direito e de uma obrigação, quando se condena alguém pelo erro de se conservar o que é conveniente e dissociado dessa mesma verdade. É mais seguro condenar alguém por aquilo que a Igreja já condena - se a Igreja é a mestra na verdade, então não há erro em se condenar alguém com base nisso, o que assume uma natureza declaratória, confirmando aquilo que já está exposto na lei natural, na lei que se fez carne.

2.1) O primeiro dever é o de reparar o dano que praticou, seja a alguém ou seja à ordem pública fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, a ordem comunitária.

2.2) O segundo dever é o da reconciliação. Uma vez a pessoa se arrependendo de seus erros, ela deve se emendar e pedir perdão a seus pares e à comunidade publicamente por todos os erros praticados. Isto tem mais eficácia que uma indenização quantificada em valor monetário, dado que esse valor é intangível e não pode ser quantificado monetariamente falando.

3) Se a justiça está divorciada da verdade, então o julgamento só declara aquilo que está previsto em lei positiva. E em tempos de mentalidade revolucionária, em que o juiz legisla, o juiz cria o direito que quiser, ainda que seja fruto de sabedoria humana dissociada da divina. Logo, o elemento constitutivo é voltado para o nada, o que desconstitui todas as coisas fundadas na conformidade com o Todo que vem de Deus.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2017.

Comentários adicionais:

1) Essa é a chaga do judiciário brasileiro. 

2) O exemplo mais concreto de injustiça praticada no Brasil está nos litígios envolvendo o sistema financeiro de habitação - o STJ reconheceu recentemente que os imóveis financiados pela CEF (Caixa Ecônomica Federal) são bens públicos, enquanto existir dívida habitacional. 

3) As pessoas sequer têm noção disso, pois, do ponto de vista do direito natural, são proprietárias.

Cristina Bassôa de Moraes 

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A eleição ou a condenação se dá nas atitudes e não numa declaração doutrinária e arbitrária

1) Não houve quem declarasse quais são os eleitos e quais são os condenados. Deus deu-nos livre arbítrio para experimentarmos de tudo e ficarmos com o que é conveniente e sensato, pois isso prepara o caminho para se conservar a dor de Cristo, dor essa que estabeleceu uma liberdade magnificente, fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus.

2) A própria postura de conservar o que é conveniente e dissociado da verdade já os condena os conservantistas ao fogo eterno, se houver obstinação no conservantismo. Afinal, eles estão traindo a lei mais sagrada, a qual se fez carne e habitou em nós. E essa lei não precisa estar escrita para ser violada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2017.

Da necessidade de ser uma criança espiritual, quando se estuda a Doutrina Social da Igreja e o nacionismo


1) Para se estudar a Doutrina Social da Igreja, o distributivismo e o nacionismo, você precisa ser uma criança espiritual, como diz a Santa Terezinha do Menino Jesus.

2) Com a ajuda do Espírito Santo, que é o seu guia nestes estudos que levam à conformidade com o Todo que vem de Deus, você consegue o estado de ânimo e a pureza necessária para se chegar a um raciocínio que as crianças naturalmente chegam, com a vantagem de que você viu, enquanto adulto, aquilo que não é bom e que não presta. E isso que não é bom e que não presta não pode ser conservado, dado que edifica liberdade para o nada, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus.

3.1) Para uma criança melhor compreender o adulto, o adulto precisa voltar a ser uma criança, espiritualmente falando. 

3.2) Quando se entra no mundo das crianças, ali não tem o mundo, o diabo e a carne - por isso que você pode estudar essas coisas sem correr o risco de ser derrubado por todos aqueles que conservam o que é conveniente e dissociado da verdade: a ética protestante e e o espírito do capitalismo, que nega aquilo que vem de Cristo: a verdade, a base da caridade, da amizade e da fraternidade - como esta ordem é conforme o Todo que vem de Deus e se dirige a todos os homens, ela é universal, pois decorre de Cristo.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2016.

Da importância de se beijar a mão dos idosos

1) Há um costume antigo na Pseikörder de se beijar as mãos dos idosos.

2) Como pais de família, são os párocos da Igreja doméstica, a família; como trabalhadores, eles edificaram uma nação de modo a ser tomada como se fosse um lar em Cristo. Tal como Cristo, são um microcosmo de reis e rainhas, mesmo sendo humildes camponeses ou artesãos de vila.

3) Se na paróquia nós beijamos a mão do padre porque vemos naquele pecador a figura de Jesus, a mesma coisa fazemos com os idosos - naqueles pecadores nós vemos a figura de Cristo, quando estão sendo trabalhadores e pais de família, padres da Igreja doméstica.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2017.

Por que os revolucionários são necessariamente reformadores heréticos e cismáticos que querem sempre o pior para nós, ainda que isso esteja disfarçado de progresso?

1) Destruir pressupõe uma ação rápida, agressiva e avassaladora. Quando se trata de uma civilização, esta tarefa não é tão simples.

2) Quando a ação de destruir se dá de maneira lenta, gradual e segura, tal qual uma obra de Igreja, trata-se de uma reforma, pois alguma coisa está sendo posta no lugar da obra original, de modo a melhorá-la ou piorá-la. No caso de mentalidade revolucionária, a pretensão é piorar (e mascaram isso chamando isso de melhoria ou progresso social)

3) Nietzsche dizia que só se pode substituir aquilo que pode ser destruído. É por essa razão que ele corrobora a tese do Gramsci de destruir a civilização, tal qual a conhecemos, por meio de uma ação lenta, gradual e segura.

4.1) Não é à toa que os revolucionários são necessariamente reformadores sociais ou religiosos. Quando desafiaram a autoridade da Igreja, eles fizeram a primeira revolução no campo espiritual, criando um verdadeiro ambiente de relativismo moral, de dúvida; quando divorciaram a fé e a razão, por meio do racionalismo iluminista, eles edificaram uma ordem libertária e conservantista, usando o termo "liberalismo" como um eufemismo para mascarar a barbárie; da liberdade voltada para o nada, criaram uma civilização atéia e materialista, de modo a tirar Deus do seu verdadeiro lugar: de ser lembrado e adorado publicamente. Eis o laicismo diabólico, em que o Estado é tomado como se fosse religião - tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

4.2) Por isso que o nacionalismo é um totalitarismo moderado, conservantista, que edifica liberdade para o nada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2017 (data da postagem original).

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Notas sobre a vantagem de ser professor

1) O lado bom de ser professor é que desenvolvo meu lado protetor, essencial para todo aquele que deseja ser pai e marido de uma mulher virtuosa.

2) Tendo a gostar mais de alguém quando a pessoa se põe voluntariamente como meu aluno.

3.1) Esta é uma virtude que eu aprecio numa esposa: querer sempre ser minha aluna.

3.2) Já tive uma namorada que nada aprendeu comigo - se tivesse aprendido tudo o que sei, certamente seria uma pessoa muito melhor. Um exemplo disso é que estudaria as coisas antes de falar sobre aquilo que desconhece - é justamente nesta parte, de querer opinar sobre o que desconhece absolutamente, que muitos dos nascidos nesta terra acabam se revelando apátridas.

3.3) Falar asneira na rede social é um baita desserviço a Cristo em terras distantes - e isso é fora de Ourique, fora da conformidade com o Todo que vem de Deus. Se a pessoa é apátrida na pátria do Céu, então ela é de fato apátrida nesta Terra de Santa Cruz, que surgiu como desdobramento daquilo que foi edificado em Ourique.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2017.

Notas sobre a natureza dos cursos de Direito Constitucional Positivo e de Política Constitucional

1.1) Quando se estuda Direito Constitucional Positivo, você estuda o direito estático, divorciado da política.

1.2) Como a política é a ciência do possível, então ficar preso tão-somente ao estático é estar fora da realidade.

1.3.1) Por isso que o direito puro é puramente loucura, pois as normas não se autofabricam, posto que derivam da vontade de um legislador.

1.3.2) No caso do Direito Natural, o legislador é Deus, que é bom e não mente. Se quisermos viver a vida em conformidade com o Todo que vem de Deus, não podemos mentir, dado que estamos diante de um juiz onisciente - e Ele se torna cada vez mais sabedor das coisas quando estamos ocupando cargos no Executivo, no Legislativo ou no Judiciário. E quanto mais sabedor dessas coisas, mais devemos nos confessar de modo a que Ele nos conte o que devemos fazer, pois é neste ponto, portanto, que a confissão se torna direção espiritual, o que favorece o país de modo a ser tomado como se fosse um lar em Cristo.

2.1) Quando se estuda a política constitucional, você toma por base as regras disponíveis de modo a buscar um plano de ação e trazer propostas para os leitores, diante dos problemas concretos - e as regras disponíveis não são só aquelas que estão na Constituição, mas também as regras de Direito Civil, Penal e Tributário, que dão complemento e sentido às regras de Direito que organizam o Estado de Direito.

2.2) Como política é a arte do possível, então você pode vislumbrar não só as possibilidades que podem decorrer do texto constitucional de modo a completá-lo e esgotá-lo como também vislumbrar o que não se vê, no caso as medidas políticas fundadas na ambição estúpida e na falsa filantropia de modo a perverter as regras que organizam o Estado de Direito, de modo a que este seja tomado como se fosse religião, em que tudo está nele e nada pode estar fora dele ou contra ele - o que acaba descambando num odioso totalitarismo.

2.3) Por isso, ao se ver o que não se vê, o próprio conhecimento de política constitucional te impele ao dever de eterna vigilância, pois a aliança do Altar com o Trono não pode ser violada, não pode ser traída.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 9 de janeiro de 2017.