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terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Por que os revolucionários são necessariamente reformadores heréticos e cismáticos que querem sempre o pior para nós, ainda que isso esteja disfarçado de progresso?

1) Destruir pressupõe uma ação rápida, agressiva e avassaladora. Quando se trata de uma civilização, esta tarefa não é tão simples.

2) Quando a ação de destruir se dá de maneira lenta, gradual e segura, tal qual uma obra de Igreja, trata-se de uma reforma, pois alguma coisa está sendo posta no lugar da obra original, de modo a melhorá-la ou piorá-la. No caso de mentalidade revolucionária, a pretensão é piorar (e mascaram isso chamando isso de melhoria ou progresso social)

3) Nietzsche dizia que só se pode substituir aquilo que pode ser destruído. É por essa razão que ele corrobora a tese do Gramsci de destruir a civilização, tal qual a conhecemos, por meio de uma ação lenta, gradual e segura.

4.1) Não é à toa que os revolucionários são necessariamente reformadores sociais ou religiosos. Quando desafiaram a autoridade da Igreja, eles fizeram a primeira revolução no campo espiritual, criando um verdadeiro ambiente de relativismo moral, de dúvida; quando divorciaram a fé e a razão, por meio do racionalismo iluminista, eles edificaram uma ordem libertária e conservantista, usando o termo "liberalismo" como um eufemismo para mascarar a barbárie; da liberdade voltada para o nada, criaram uma civilização atéia e materialista, de modo a tirar Deus do seu verdadeiro lugar: de ser lembrado e adorado publicamente. Eis o laicismo diabólico, em que o Estado é tomado como se fosse religião - tudo está no Estado e nada pode estar fora dele ou contra ele.

4.2) Por isso que o nacionalismo é um totalitarismo moderado, conservantista, que edifica liberdade para o nada.

José Octavio Dettmann

Rio de Janeiro, 10 de janeiro de 2017 (data da postagem original).

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