1) Admitindo o cenário da mudança da forma (do presidencialismo para o parlamentarismo), nós teríamos que trabalhar com uma Constituição que veda a dissolução do Parlamento, sob o manto da cláusula pétrea de que a periodicidade das eleições deve ser observada.
2) Uma vez o Parlamento constituído, esse parlamento não poderá ser alterado, o que contraria a natureza do parlamentarismo, que permite a convocação antecipada das eleições. Por força disso, nós teríamos que aturar uma tortura até o advento de um nova legislatura, quase sempre com a esperança de que será menos pior do que a anterior - e tal expectativa, como sabemos, é vã, como os próprios fatos históricos já mostram.
3.1) Se tivéssemos um eventual cenário de PT controlando a chefia de Estado e o PSDB controlando a chefia de governo, as tesões políticas seriam tantas que achar um caminho do meio, da conciliação nacional, seria inviável, dado que ambos os partidos são apátridas e estão comprometidos com a mentalidade revolucionária - isso sem falar que são financiados por entidades estrangeiras.
3.2) Nem mesmo eventuais partidos nacionalistas encontrariam a solução, dado que o sentido de país foi pervertido desde que forjaram a falsa alegação de que o País foi colônia de Portugal, o que reduziria a missão que Portugal recebeu do Cristo Crucificado de Ourique a uma mera busca de si, fazendo com que a afirmação de seu sentido nacional acabe não passando de uma mera vaidade institucionalizada, o que reduziria o caráter das Grandes Navegações para a História da Humanidade e do processo civilizatório como um todo a algo voltado para o nada - enfim, uma negação cabal da História, enquanto realidade fundada na conformidade com o Todo que vem de Deus, tendo por base os desígnios daquele que constrói e destrói Impérios, que é Cristo Jesus.
3.3) E ao se negar toda esta circunstância fundacional, que é sobrenatural, todo e qualquer critério de caráter nacional, edificado numa constituição rompida fora dessa realidade, será voltado para o nada, a tal ponto que o verde-e-amarelo terá o mesmo valor que o azul do PSDB e o vermelho do PT: valor revolucionário, totalitário. Se isso na República presidencialista já está acontecendo, por força da insinceridade desse nacionalismo, imagina no Parlamentarismo, que é mais instável, por força da realidade da nossa constituição?
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 30 de novembro de 2016 (data da postagem original).