1) A vida intelectual é uma vida solitária. Geralmente, muitos vão para a solidão por força de uma tragédia, como a morte de um ente querido - ou, como aconteceu comigo, no caso de nascer num país onde tudo é vazio e nada parece fazer sentido, como aqui no Brasil.
2) Na solidão, almas são forjadas - e é de tanto se meditar sobre o sentido da vida e sobre a razão pela qual devemos seguir em frente, apesar de todo esse imenso vazio, que faz com que desenvolvamos a personalidade, nosso jeito de ser peculiar. Como o Olavo disse, a maior delícia que pode ser experimentada neste mundo é a personalidade, pois ela é uma antecipação na Terra do que viveremos no Céu - essa personalidade se forja na solidão, vivendo a vida na conformidade com o Todo que vem de Deus, de modo a encontrar a verdade, que é Cristo em pessoa.
3) Quando se está diante de um juiz que sabe tudo sobre você e que te acolhe, nos momentos em que o madeiro da cruz parece ser de chumbo, aí você vê que todo o esforço de entender as coisas tais como elas são vale a pena.
4) A vida intelectual, a vida voltada para a busca da verdade, é uma vida que merece ser vivida, pois ela te dá muitos poderes - e com eles muitos encargos. Se você for responsável nos seus encargos, o reconhecimento virá - talvez não nesta vida, mas na vida eterna.
5) Se Deus não for o centro da atividade, então não haveria sabedoria a ser produzida. Logo, a atividade intelectual será voltada para o nada, o que edificará mentalidade revolucionária. Por isso, não faça isso por carreirismo - faça isso com intuito de buscar um sentido de vida, mesmo diante de tantas tribulações, tantas desgraças. É uma atividade de consolação e é, portanto, salvífica. Afinal, não há guia melhor do que o Santo Espírito de Deus nestes trabalho, nestes mares navegados por tantos e nunca dantes navegados para quem não sabe o que é o gosto de ter uma personalidade bem desenvolvida, fundada numa fé reta, numa consciência reta e numa vida reta.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 29 de novembro de 2016.
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