1) No mundo clássico, os tratamentos para as doenças se davam através de ervas. Naquela época, por conta da experiência, era verdade sabida que a experimentação com ervas produzia efeitos únicos em cada indivíduo. Por isso, todos os indivíduos tinham que conhecer bem as nuances do próprio corpo e tinham que testar todas as combinações possíveis de modo a encontrar as melhores combinações para que eles mesmos fossem curados de todos os males de que padeciam - e para isso, usavam doses mínimas, de modo a não houvesse efeito colateral algum, o que fazia da medicina tanto uma arte quanto uma ciência, pois o que era venenoso para A podia ser a salvação para B e podia nem surtir efeito em C - e isto é perfeitamente lógico.
2) Como os efeitos eram únicos e intransferíveis, a única maneira de saber o que era bom e correto era comparando uma coisa a outra. Certas combinações podiam não ter efeito numa pessoa, mas teriam efeito noutra e efeito diferente em mais outra. E isso acabava criando vantagem comparativa, o que acabava viabilizando uma cultura de troca, de integração social. E é por conta disso que os valores eram naturalmente desiguais, pois desiguais são os homens nesta circunstância. E é por conta disso que a economia assume nuances subjetivas, interpessoais.
José Octavio Dettmann
Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2016.
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