1) O "conservadorismo", ou a "mentalidade conservadora" mais divulgada, é apenas o (limitado) ponto de vista anglo-saxão sobre a realidade, e não “o” ponto de vista do Cristianismo (ao menos o católico). Os anglo-saxões são os campeões da imaginação, da lógica e da força de vontade ("empreendedorismo"), mas estas qualidades, sem a apreensão da realidade, não podem perfazer uma perspectiva exatamente cristã.
2) Quando a Inglaterra, com Henrique VIII, rompeu com a fé católica, os ingleses mergulharam no abismo metafísico (ao qual já caminhavam desde Ockham, e cuja expressão mais significativa é a desinteligência humeneana), eles já não puderam ser considerados uma nação paradigmática para o Cristianismo, uma vez que t al "conservadorismo" é um conservadorismo "pragmático", que conserva "o que funciona enquanto funciona”, e não porque corresponda à verdade moral (dos mandamentos e da Lei Natural); ou também, nas palavras de Roger Scruton, um “conservadorismo empírico”, e não um “conservadorismo metafísico” (que procura fundamentar racionalmente a moral).
2) Quando a Inglaterra, com Henrique VIII, rompeu com a fé católica, os ingleses mergulharam no abismo metafísico (ao qual já caminhavam desde Ockham, e cuja expressão mais significativa é a desinteligência humeneana), eles já não puderam ser considerados uma nação paradigmática para o Cristianismo, uma vez que t al "conservadorismo" é um conservadorismo "pragmático", que conserva "o que funciona enquanto funciona”, e não porque corresponda à verdade moral (dos mandamentos e da Lei Natural); ou também, nas palavras de Roger Scruton, um “conservadorismo empírico”, e não um “conservadorismo metafísico” (que procura fundamentar racionalmente a moral).
3) Scruton é bastante honesto quando diz que esse conservadorismo não
se identifica com uma “visão cristã”, simplesmente. Conservadores como
ele se atêm aos “valores cristãos” enquanto herança cultural, mas não
enquanto valores eternos, indissociáveis da religião, da graça.
Conservadores assim terminam reduzindo a fé a uma expressão cultural,
“exotérica”. Este conservadorismo situa-se no plano da “imanência”: o
presente deve conservar o passado para preservar o futuro. Evidentemente
isso tem seu valor na atividade política, mas o que quero deixar claro é
que esse tipo de “luta” não se identifica exatamente nem deve ser
tomada como “a” batalha do cristão.
4) O “conservadorismo metafísico” tem em vista o “eterno” (ou o “clássico”,
o supratemporal); nesse sentido, não se opõe, por exemplo, a um são
“progresso” na área das políticas sociais, sempre que o exija a
realidade social, à luz do princípio da subsidiariedade da Doutrina
Social da Igreja (a defesa da mulher e da criança é um “progresso”
cristão em relação ao paganismo, e o abortismo “atual” é retrógrado). Neste sentido, “conservar” ou “progredir” têm conexão de sentido em relação ao bom ou ao melhor. Isto explica a grandeza de um Cardeal Newman, de um Chesterton, de um Tolkien, e dos chamados “anglo-católicos” (como Lewis): eles souberam conciliar as virtudes britânicas com a fé cristã.
(Joathas Soares Bello)
Facebook, 1º de novembro de 2016 (data da postagem original).
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